Raríssimo, mas acontece, da Regininha, acordar várias vezes ao longo do que sempre é, um sono leve e tranquilo. Todavia, desta vez, foi diferente e por todo o tempo, meu corpo despertava para acompanhar minha mente que afoita e apressada, insistia em dita-me a pautar a ser descrita.
Confesso que fui vencida, afinal, neste cabo de guerra, o vencedor é sempre a bendita espiritualidade que me acompanha.
Ela há muito já se tornou senhora de mim, mas como toda criança birrenta, teimo, esperneio, mas acabo obedecendo, exatamente porque atende as minhas expectativas, portanto, cá estou com o tema que me foi sugerido em rápidos sonhos, assopros nos ouvidos, mensagens mentais, sei lá...
Trata-se objetivamente das expectativas que alimentamos em relação aos nossos semelhantes, o que, geralmente, nos causa frustrações, algumas irremediáveis.
Avaliamos o outro, dentro das nossas próprias visões e parâmetros pessoais, esperando que ele, corresponda de acordo com o que idealizamos e quase sempre, isso não acontece, já que, trata-se de outro universo humano, com suas próprias experiências e estrutura pessoal de agir e reagir.
E acomodar de forma satisfatória a ambos os lados, não é uma tarefa fácil.
Inerente a este universo diferenciado, ainda existem as mesmas perigosas expectativas e então, os encontros acontecem, iniciando-se mesmo que silenciosamente, uma batalha, geralmente disfarçada com sorrisos, dúbias concordâncias, muitos tapinhas nas costas e nos casos amorosos, com um tesão que de tão avassalador, empana, qualquer sinal de realidade.
Todavia, o falso tem vida curta e logo, os traços ou sinais do autêntico aflora e infelizmente, começam as visíveis e indisfarçáveis desavenças.
Observe em sua própria experiência, o quanto de vezes, você se decepcionou, assim como, culpou o outro, sem jamais olhar pra si mesmo, reconhecendo que os sinais, muitas vezes ostensivo, foram desconsiderados, privilegiando tão somente, os seus quereres, tal qual, a mim, nesta noite frustrada em que teimei em permanecer na cama entre cochilos interrompidos, sabedora desde sempre que a primazia de minha vida, foi, é e será sempre escrever, independentemente da hora, do tempo e do espaço, assim como, a cortesia, a amabilidade, a solidariedade, a lealdade, sem esquecer da passionalidade, da paixão e dos palavrões que são como tatuagens impressas na minha figura e essência de pessoa.
Portanto, apresentarei a depender do momento e é claro, das expectativas que alimentarei em relação ao outro e me rebelarei como norma de conduta, a qualquer situação que fuja dos meus planos, afinal, sou sistemática, disciplinada, devo ter traços de TDAH(Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), tudo porque sou humana, sujeita às nuances dos mesmos, além de curiosa e de forma radical, absolutamente devotada à vida, mergulhando nas profundezas misteriosas de suas possibilidades.
Concluo que a vida é uma universidade e a depender do curso escolhido pelas forças divinas, permaneceremos cada qual, no tempo de conclusão, assim como, sofreremos o grau das dificuldades apresentadas, que, certamente exigirão de nós, dedicação e afinco, o que não significa, obediência cega ou inércia.
Às vezes, espernear e até mudar de curso é preciso...
Só não vale culpar o professor ou a universidade, se o curso não atendeu as suas expectativas...
OBS- A verdadeira e notável diferença entre a expectativa e a perspectiva, se dá no fato de que: uma se estabeleça pelo incerto, e a outra se difunde e se firma pelo certo.
Regina Carvalho-10.01.2024- Itaparica
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