Faltam quatro dias para o que seria o aniversário de meu pai e o interessante é que quanto mais velha vou ficando, mais e mais a minha mente vai liberando lembranças que reforçam a certeza do quanto, ele foi fundamental na minha formação de pessoa e na extraordinária capacidade amorosa que me repassou, sem nada discursar, apenas demonstrando.
De acordo com o que se espera de um pai amoroso de um rapa do tacho, ele era firme, machão assumido, totalmente irreverente, ciumento ao extremo, controlador o quanto podia, mas de uma incrível generosidade, quanto ao prazer de agradar, a capacidade em elevar a minha autoestima, a doçura do seu olhar.
Por toda a minha vida, registrei nos meus escritos a minha paixão por esta criatura linda, que sempre tive orgulho de chamar de pai, amigo e companheiro.
Neste instante, a lembrança que me vem a mente, é aquela que de pé ao lado da cama onde minha mãe, já definhava próxima ao fim, ele alisava suas pernas carinhosamente e dizia pra mim:
“Veja minha filha, como são lindas as pernas de sua mãe”, desviando assim, o meu olhar daquela bela, mas sofrida mulher de apenas 49 anos, que partia prematuramente, deixando todos nós, num profundo vazio.
Quando minha Anna nasceu, ele a acolheu com a mesma doçura que acolheu a mim.
Por causa dele, meu olhar para com os homens com os quais convivi, sempre foi de ternura, recebendo deles, um manancial de amizades sinceras e agregadoras.
Jamais um homem me desrespeitou, então, como não os amar?
Que lindo ser humano, foi meu pai e que legado de amor maravilhoso me deixou...
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