Estou aqui pensando o mesmo que sempre pensei, mas nunca expressei, até porque, tinha como ainda tenho, medo em mexer num tabu muito poderoso, levando meus leitores a pensar a respeito, já que estou desmistificando uma gostosa ilusão sobre a grandeza humana.
Essa minha conscientização, não chegou hoje ou ontem a minha razão, mas há exatos 30 anos, quando sozinha com meus pastores alemães no sítio de Caeté e fazendo uma espécie de retiro espiritual, descortinei a minha alma e fui rasgando um a um os véus da hipocrisia que eu havia permitido a princípio por ingenuidade e depois, por ambição e vaidade que adentrassem em minhas atitudes e consequente visão de minha vida.
A partir daí, nunca mais me enganei crendo-me boazinha, altruísta, desinteressada disto ou daquilo, assim quanto em relação aos demais.
Vinte anos depois, atestei nas premissas do filósofo Friedrich Nietzsche, alemão, falecido em 1900, “nada somos capazes de fazer, sem que haja algum interesse embutido”, o que jamais, significará a eliminação da grandeza das ações, apenas, o complemento de uma realidade a mais nas intenções.
Isso ocorre de pais para filhos e vice-versa, nas parcerias amorosas, nas cumplicidades entre amigos, nos desempenhos acadêmicos, profissionais e nas ações beneficentes.
E ainda bem que existem os interesses, pois ao se juntarem, se complementam, nem que seja, por um curto período. Afinal, o tempo das ações é o que menos importa e sim, a potencialidade, o prazer e as compensações obtidas.
Particularmente, desde pequenininha compreendi como um ser humano, tenaz observador de mim e do tudo à minha volta que, eu me sentia feliz ao ser admirada e amada, então, moldei-me em condutas que eu percebia trazer-me este bendito retorno.
Simples assim...
E você que me lê, em algum momento soube reconhecer os seus interesses e o que precisava fazer para obtê-los?
Todo ser vivo precisa de um retorno para sobreviver minimamente viçoso, bastando que se observe a natureza, pois, ela sempre espera um retorno dela mesma em primeiro lugar e em seguida do tudo mais que dela se beneficie, todavia, quando, é maltratada, desconsiderada ou sequer enxergada, faz como o mar, lança alto suas ondas e nos faz correr...
Igualzinho a nós, quando, nossos fascínios falham, fazendo surgir nefastas frustrações, sobre aquele que não se deixou fascinar.
No entanto, é preciso não confundir isso com a hipocrisia da bajulação e puxa-saquismo, facilmente detectável e altamente desagradável.
Concluí depois de muitos espasmos emocionais que existia em mim uma adorável NARCISISTA confessa, que além de adorar ser alisada e de receber cafunés, ainda sente poderosos orgasmos quando, se senti admirada, recebendo confetes em forma de elogios e acolhimento.
Sou, mas quem, não é?
Eita, mente ardilosamente complicada é a humana, que disfarça o óbvio que a faz feliz...
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