Desde o amanhecer, pelo menos até, neste instante, minha alma só aceita ouvir músicas eruditas, afinal, a linguagem dos teclares dos pianos, harmonizam-se com os acordes de meus sentimentos que estão, com certeza, bem mais harmoniosos que os dias que se passaram, em que sofri por não conseguir emprega-los devidamente e quando isso acontece, o meu piano pessoal desafina, comprometendo o todo harmônico da minha orquestra.
Precisava encontrar a tecla destoante e finalmente a encontrei, enquanto, preparava uma deliciosa carne para o almoço desta quarta-feira ensolarada.
Ao nela colocar toda a minha atenção, compreendi que passei a minha vida, escrevendo e falando sobre ética, humanização e coerência, esta na qual, dediquei um livro, intitulado COERÊNCIA EXISTENCIAL -2012 que transformei em quatro módulos de palestras com aplicações exitosas, como então, eu poderia, no meu cotidiano agir diferente?
Por que haveria de sentir culpa, ao ponto de desafinar uma de minhas teclas, por manter-me fiel ao que prego?
E aí, também compreendi que nunca estarei ilesa em relação a capacidade humana em também, por motivos mil, tentar manchar ou até mesmo, destruir o que não lhe agrada em mim.
Ufa... Que alívio!!!
Livrei-me da sensação incomoda de sentir culpa por estar agindo conforme as minhas próprias regras e valores, justo, por estar incomodando, mas eu sempre incomodarei, ainda mais, nesta era em que vivo, onde cada qual, estabelece de acordo com suas necessidades psicológicas ou econômicas, sua moral, sua ética, suas verdades, a despeito de tudo e de todos a sua volta.
Compreendi também que a minha aflição não residiu no que escrevi ou falei, afinal, cada palavra brotou de minha essência e do rico aprendizado existencial, mas do absurdo em ter que ainda explicar-me do porquê, em proceder nos meus atos e posturas, conforme os meus discursos, largamente publicados nos mais de cinquenta anos, quando decidi, não permanecer no anonimato.
Será tão impossível de compreender que o ontem, já passou, que o amanhã é imprevisível e que tudo que verdadeiramente importa é o hoje?
Se nada aprendi com o ontem que possa me valer num improvável amanhã, que subsídios disponho para pautar o meu hoje?
BOM DIA!
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