Fico da janela olhando para o portão, guardando a chegada do meu amor, mas entre os afazeres e as escritas, a noite chega e ele não está comigo...
E a dor no peito se repete, dilacerando as minhas expectativas em poder sair desta poltrona e eufórica abraçar e ser abraçada, beijar e ser beijada, possuir e ser possuída, podendo depois, repousar no peito quente do meu amor, meu cansaço e minha alma.
Por que ainda não apaguei de minhas entranhas o fogo ardente da paixão?
Por que não deixei deitar e adormecer na solidão que me rodeia, a ânsia de te amar?
Por que desta espera eufórica que se torna angustiante, a cada anoitecer?
Na regularidade de um preciso relógio, o pássaro bica o vidro da porta, querendo entrar, mas nas vezes em que abri a porta, assustado ele se foi...
Insensato pássaro que me quer, mas me teme
Esperançosa mulher que corre para abrir a porta
Esperando talvez, que desta vez, o pássaro não fuja...
Tentarei amanhã, quem sabe, a metamorfose aconteça e de pássaro, se transforme em homem e eu de mulher me transforme num regato de águas claras e frescas, onde ele possa se banhar e que o bater de suas asas, seja pelo gozo em tão somente, me amar.
Quem sabe amanhã, quem sabe...
E por insistir em esperar, vou arrastando os dias, lamentando as noites em que meu amor, não está comigo.
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