Acordar e caminhar até o portão para apagar o holofote, poderia ser tão somente, um ritual doméstico, mas não para mim que faço de cada movimento vivencial um verdadeiro acontecimento e aí, pensando e escrevendo sobre isso, creio que seja este o elixir de vida que me acompanha desde sempre ou seja; nada banalizo, tudo me é importante.
E assim, fui vivendo minha vida, num prestar atenção constante, fazendo do quase nada, um imenso todo, podendo então, dispor de um imenso manancial de opções, onde posso escolher o que verdadeiramente, me agrada.
E foi assim que escolhi a quem amar, sem sequer consultar se também me queria, fazendo do meu querer a minha completude.
E o que me atrai, geralmente passa batido pela maioria, afinal, a rotina pode ser devastadora, capaz de anular os mais apurados sentidos em relação a qualquer fato ou coisa, mas não para mim que sem programar, transformei cada uma delas, num precioso acontecimento, bem ao estilo dramático e apaixonado dos grandes romancistas.
E aí, o florir de um vaso de Amarilis, um canto especial de um só pássaro em meio a muitos, uma goteira de chuva persistente, abrindo no solo o seu caminho de escoamento, um abraço do sol ao amanhecer ou até mesmo, um apenas olhar de um alguém, muito me diz...
Às vezes, enxergar, ouvir e sentir demais, dói...
Mas dor também é vida, tanto quanto, o poderoso gozo que nada mais é que o grito dos sentidos, explodindo em nós...
Penso então, o quanto foi determinante aos 17 anos, me descobrir sentindo o poderoso orgasmo, que mesmo inconscientemente, coloquei como prioridade em minhas rotinas, fazendo de um todo, o meu tudo.
E aí, ao reencontrar alguém que gosto ou amo, ao ouvir uma música que me encanta, comer, beber algo poderosamente gostoso ou como neste instante, dar uma pausa para receber o bom dia do meu sabiá encrenqueiro, relaxo e acreditem gozo, sentindo-me a mulher mais abençoada da face da terra...
Simples assim...
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