A criação humana sempre me fascinou, assim como as da natureza e envolvida desde sempre com estas infinitas maravilhas que a vida jamais me negou apreciar, foi que passei a correlaciona-las, acreditando, serem uma só intenção cósmica, já que para mim, tudo advinha do universo e se movimentava através de suas variantes energéticas.
Parece bobagem ou loucura, mas a lógica infantil me garantia que a lua e o sol, eram os determinantes sobre o tudo da terra e que as diferenças que se apresentavam nas posturas e comportamentos humanos, eram tão somente, a forma como cada criatura humana as absorvia, interpretava e as vivenciava, tal qual, um escultor na criação de sua obra.
Mais adiante, passei a crer que os hábitos culturais, também corroboravam na formação desta absorção e mais e mais adiante, percebi que além disso, havia um fator emocional que se formara nesta conjunção e que caracterizava as formas de sentir e de externar as características de cada criatura, diferenciando-as dos demais animais em geral, já que estes, se mantém fiéis as suas especificidades de raça, mesmo que sejam, deslocados para outros locais, onde o solo, o clima e a alimentação, não lhes sejam as originais ou seja; eles não perdem e muito menos camuflam a essência que os identifica.
O homem, também não perde, mas desenvolveu a capacidade em camufla-la.
E é exatamente esta capacidade camuflativa que impõe nas convivências cognitivas, as constantes e infinitas formas de embates, marginalizando ações e intenções, criando barreiras intransponíveis entre o real e o fantasioso, o adequado e o invasivo, entre a essência e a existência.
Distingui-las e molda-las em si em um mundo distorcido de inimagináveis inerências particularizadas, não é uma tarefa fácil, eu que o diga...
Quisera que pudéssemos ter em mãos, como os tem os escultores, um martelo e um cinzel, para que pudéssemos nos modelar, neste laborioso esculpir de vida, transformando a pedra bruta em uma escultura com vida própria, mas não temos...
Tudo que temos, são cinco sentidos completos que são os mensageiros, abastecedores informativos de um cérebro que os decodificam e em seguida, formula numa precisão exata, criando emoções e sentimentos, determinantes a cada situação que se apresenta.
Penso então, que precisei de quase uma vida inteira para compreender que o martelo são os sentidos, que o cinzel é o meu cérebro, capaz de observar precisamente cada informação recebida, modelando os detalhes que fazem toda a diferença, cabendo a própria vivência ser o esmeril da qualidade da obra final.
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