terça-feira, 25 de julho de 2023

UMA VELHA HISTÓRIA COM JORGE...

Eu só tinha 32 anos e me sentia uma velha, transcorria o mês de janeiro do ano de 1982, meu filho tinha oito anos e era tudo que eu, poderia chamar de meu.

Sua presença em minha vida era como um acalanto para a minha dolorosa solidão, fazendo com que os meus dias fossem suportáveis.

Em minha mente a dúvida era a mais absoluta certeza e em dado momento, olhando ao meu redor em meio a um desafiador medo, agarrei-me ao tronco da mangueira frondosa que havia diante da varanda do sítio em Resende e deixei que todas as lágrimas de minhas frustrações rolassem de mim, sobre mim em soluços compulsivos.

De minha boca espumada de lágrimas, só o nome São Jorge era capaz de pronunciar e de um tronco inóspito, de repente, uma pele macia e generosa me acolheu, amansando o pranto, acalmando a alma.


Nunca mais senti medo em minha vida, nunca mais permiti que as dúvidas fossem maiores e senhoras do meu bem estar, nunca mais, fiquei sem ter ao meu lado, o meu Jorge, condutor seguro dos meus encontros com Deus. 

Dali em diante, conheci grandes energias, eu diria até, uma legião bendita de parceiros com os quais, fui dividindo as agruras do meu vivenciar, enfrentando as dificuldades, as perdas, aprendendo a chorar, mas nunca mais em desespero, e as lágrimas, dali em diante, foram, tão somente, cachoeiras de escoamento de uma espécie de dor que a mim, não era mais permitido sentir.

Afinal, aprendi com Jorge que as decepções, só perduram até o dia seguinte, se eu mesma permitir. 

Aprendi também a reconhecer a força do amor que residia em mim e aí, acreditem, nunca mais, me senti só.

Falo da solidão íntima, do vazio existencial, quando de repente, tem-se tudo, não verdadeiramente, existindo nada.

Que nesta terça-feira o teu nada, desabroche de ti em nome do sagrado São Jorge, guerreiro das demandas existenciais.

Afinal, nada, absolutamente nada é mais forte que a força de um querer, amparado na gratidão à vida.

E foi em um livro que intitulei de “Força Estranha” que entre versos e narrativas, escoei as minhas dores e a minha solidão, aprendendo dia após dia, finalmente a crer e mim.

SALVE SÃO JORGE!!!!

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