sábado, 31 de dezembro de 2022

VOA, REGININHA VOA...

Depois de uma noite alegre e descontraída na companhia de pessoas queridas, cá estou neste último dia do ano, ouvindo meu velho parceiro Chopin e pensando o que me espera no próximo ano que é, logo ali, amanhã.

Penso também o que será do meu Brasil, quando a alvorada de um novo dia se fizer presente, iluminando o céu de Brasília, abrindo novos tempos com as velhas lideranças.

Olho para o céu de minha Itaparica que se mostra pronto para liberar o sol que mansamente, vai abraçando as copas das árvores e como amantes apaixonados que se encontram e se entregam, sem medos e pudores.


Incrível, os pássaros neste amanhecer estão dispersos, não fazem coro no jardim como de costume, sequer posso vê-los, apenas os escuto ao longe...

Estarão como eu, receosos e voando em círculos com a sensação de um sem rumo, diante da instabilidade de um certo amanhã?

Estamos vivenciando um período difícil, onde só mesmo sendo poeta para fugir sempre que possível, para os recôncavos universais, onde ainda é possível conviver-se sem medos e incertezas.

De repente, na companhia de sons e letras, é possível a mente, desprender-se do miserável corpo, cansado das muitas caminhadas, deixando-se conduzir por pássaros e borboletas, apenas seguindo viagem, descortinando outras cercanias, onde a não menos miserável vaidade, não tem forças para chegar e nem asas seguras como condução ao rumo do apenas, belo. 

Como será o amanhã de um novo ano?

O simbolismo do calendário nos torna escravos da incerteza e loucamente ansiosos com a esperança.

Incrível e extraordinariamente cruel, são as correntes invisíveis que nos mantém presos aos pelourinhos da nossa eterna estupidez...

Voa Regininha, voa

O voo é pra quem quer voar

A quem importa se tuas asas aguentam

Voos tão longos que gostas de dar?

Voa Regininha, voa

Abraça o céu, te aqueças com o sol

Visite a lua, namore as estrelas

Deixe as brisas despentearem teus cabelos

adormeça entre galhos e folhas da tua própria mangueira

E quando voltares leve e restaurada

Terás os aromas das frutas em tua pele

 E a harmonia da vida em tua mente.

Voa Regininha, voa

E quando no retorno pousares

O mar, este, te abraçará

E num sempre inédito bailado de sedução, farás com ele, amor

E novamente, voarás...

Ano velho, ano novo

Apenas, um dia após o outro...

Nada que se compare aos voos livres que te acostumastes a dar...

Voa, Regininha voa

O voo, é pra quem não tem medo de se encantar...

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Vale ouvir e refletir