Neste pós Natal, numa segunda-feira acinzentada pelo menos por aqui em minha Itaparica, cá estou ouvindo uma seleção de belíssimas melodias instrumentadas e os pássaros que lá do jardim me enviam suas benditas vibrações sonoras que me inspiram agora e sempre, em meus mergulhos pessoais, resgatando emoções e sentimentos que me forjaram.
Percebo então, neste exato momento que em minha vida, muitas foram as vezes que a minha ficha de entendimentos em qualquer área de convivência, somente caiu, depois de algum tempo do acontecido, como se eu fosse uma abestalhada e lenta, desculpa pela minha incapacidade em assimilar de pronto, fossem ações ou intenções.
Na realidade, nunca desenvolvi a expertise do toma lá, dá cá ou da predisposição a qualquer tipo de defesa, o que me custou muita porrada vivencial que se traduziu em traições, ingratidões, abandonos e sucessivos desencantos.
Em dado momento, que sequer lembro, algo começou a mudar, apenas um grão de areia no oceano, mas suficiente para eu compreender que minha essência, não poderia ser mudada e que eu precisava me aceitar sem culpas.
Este cair de ficha, me fez assimilar o fato de que, eu mais que a maioria, precisava de um tempo maior para decodificar as reais intenções dos demais.
Fui percebendo a enormidade de vezes em que absorvi sem, no entanto, ter sido contaminada, tipo ventos ou aragens que por mim passaram, deixando tão somente, o que a minha essência necessitava, levando embora, tudo quanto, não cabia em mim.
Mas só agora, no outono de minha vida, sorrindo neste bendito momento, percebo que na minha lentidão, retive tão somente, o melhor que nem sempre o outro sabia que tinha, e muito menos que me oferecia.
O sol resolveu aparecer lindamente, deitando-se como um displicente amante no regato de sua amada natureza.
BOM DIA!!!
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