E aí, estou aqui pensando e sorrindo que se na minha vida eu não tivesse encontrado o meu Roberto, provavelmente eu seria hoje, uma senhorinha solteirona, sem ter conhecido não só os prazeres do amor, como também, não teria me deliciado com a companhia de um ser humano, pelo visto, macho pra caramba, pois, reconheço que encarar a minha mente, jamais foi uma tarefa fácil.
Desde criança, sempre senti um certo receio nos garotos em relação a conviverem comigo e eu creio, que foi pela minha franqueza no pensar e agir que os assustava, se bem que Paulinho e Jeff até , ensaiaram , mas sabe, sou de uma geração “bolacha maria” que derrete fácil e é docinha, mas que na realidade, não tem sabor de absolutamente nada, além de farinha e açúcar, mas era assim que a coisa funcionava, tipo bonitinha, mas acima de tudo, se não fosse, precisava se parecer bobinha, burrinha.
Confesso para vocês que até tentei e acho que foi por aí que ganhei espaço na vida do mineirinho, mas sabe como é, disfarce é um personagem de vida curta, e quando comecei a colocar as manguinhas de fora, o mineirinho já não tinha pra onde correr, afinal, ele guloso, provou e comprovou que eu estava mais para um biscoito de coco recheado do que pra bolacha maria.
Esse foi o primeiro nocaute que ele recebeu e dali em diante, o duelo começou e nunca mais cessou. Foi estimulante para ambos, tanto que ficar longe um do outro, nem pensar...
Pois é, Roberto por adorar um desafio, mantendo a carinha de bobalhão, me encarou numa boa e até, me fez de gato e sapato, afinal, como diz o ditado popular; “o espertamente inteligente só o é, até que aparece um mais esperto inteligente”.
Fomos um para o outro, exercícios contínuos de aperfeiçoamento mental.
De marasmo, só mesmo as águas tranquilas de nossa Ponta de Areia e ainda assim, com as marolas criamos loucuras em versos e prosas.
Tudo sempre foi estimulante durante mais de cinquenta anos, até porquê, quando eu pensava que o engambelava, lá estava ele me dando uma rasteira.
Com certeza, demos muito trabalho um ao outro, mas foi bom demais...
A monotonia, jamais nos alcançou, afinal, amor sem emoção, sinceramente não caberia jamais, já que nos descobrimos, cascatas de vibrações.
Ele morreu me devendo esta...
Sim, porque convenhamos, eu é que primeiro o desafiei...
Bom demais da conta...
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