De repente, lendo um lindo texto de uma amiga do facebook, percebi que ainda precisava limpar mais o restante desse desejável caminho, neste percurso terreno, desapegando-me serenamente de tudo quanto, apenas eu venho retendo, como se segurasse pessoas e situações que de alguma forma me fizeram crer que, sem elas eu não conseguiria seguir viagem.
E aí, uma sucessão de rostos, emoções e sentimentos a elas ligados, foram desfilando em minha mente e quanto as situações, meu Deus, quantas que em suas épocas pontuais, pensei que não sobreviveria por estar perdendo-as, qual nada, cá estou, inteira, firme e ainda querendo evoluir nesta arte de vivenciar a bendita vida.
Não importa o tempo que eu ainda tenha para viver, a certeza é que a cada dia, irei aprendendo com as experiências minhas e dos demais, porque o ritmo evolutivo não para, a não ser que paremos, anulando os discernimentos que o raciocínio lógico nos reserva.
Pois é, um novo ano se aproxima e apesar de ter somente o que agradecer por este que está chegando ao fim, certamente no próximo, quero que seja ainda melhor e sem pesos extras que eu aos poucos, fui detectando através da força que precisei dispensar para transportá-los juntamente com as delícias que a vida me reservou, tomando-me tempo e energias.
Logo eu que sempre pensei ser um pássaro livre, fui acumulando pesos em minhas asas, pesos sorrateiros e inúteis que nada, absolutamente nada acrescentaram de espontâneo aos meus voos.
Terei jogado pérolas aos porcos ou será que fazemos isso tão naturalmente, que só mesmo com a maturidade é que vamos tendo noção exata do desperdício dos insubstituíveis instantes?
Ou somos vaidosos demais para admitirmos que investimos nossas energias sem olhar a que ou a quem?
Não aperfeiçoamos o senso da medida exata, nos instantes em que oferecemos nossas asas e os nossos voos?
Ou pior, somos covardes demais para encararmos nossos erros avaliativos?
Seja lá por qual motivo, já não importa mais...
Penso então, que já desocupei tanto as minhas asas e ainda tenho muito do que me desvencilhar, afinal, sinto que preciso de asas mais leves.
Sem perceber, fui acumulando demais...
E você que lê?
Vamos desocupar, nem que seja um pouquinho?
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