16/12/2022
Em diversas ocasiões em meus textos, ressaltei a importância do impacto positivo que um alguém pode causar em nós, não apenas em se tratando de interesse amoroso, mas em qualquer outra forma de aproximação, onde haja uma admiração que nos emocione, despertando em nós, o desejo de conhecer mais um pouco.
Pra mim e para Casimiro de Abreu, trata-se do despertar da simpatia que para ele, é quase amor, mas para mim, com certeza é amor e do grande e resistente, capaz de romper velhos tabus sociais que infelizmente, tornam-se barreiras intransponíveis ou distorcidos que impedem lindos e grandiosos relacionamentos humanos.
Vocês que me leem, bem sabem o quanto me exponho, sem medo de ser feliz, segundo Gonzaguinha, portanto, não me importo de tocar nas minhas próprias feridas e muito menos, deixar passar um aspecto da vida, fingindo que não estou vendo.
Portanto, ao longo de minha vida, fui me esforçando em compreender o porquê de certas situações se tornarem tabus ou o que é pior, ditados populares e piadas, absolutamente tendenciosos e insufladores sorrateiros do separatismo. Tipo: “Mulher não pode ser amiga de homem”. SOGRA, Deus me livre! E por aí, eu poderia citar milhares de bobagens perniciosas e inúteis.
E aí, neste amanhecer sem sol, mas bem morninho, a primeira imagem que me veio a mente, foi a minha saudosa e amada Zizita Leopoldino Couto, minha sogra.
Linda e originalmente elegante professorinha do interior das Minas Gerais, cuja empatia com a vida, resplandecia através de sua sempre boa vontade em oferecer o seu melhor de criatura humana. Sogra, amiga, parceira e confidente, com quem pude contar por todo o tempo de nossa saudável convivência.
Éramos de origens culturais absolutamente diferentes, trinta anos separavam nossas gerações, mas ao nos permitirmos conhecer, fomos descobrindo incríveis semelhanças que na realidade, nos ajudaram a desnudar as nossas diferenças e isso foi incrível, pois nos abriu um enorme leque de compreensões e acima de tudo, aceitação.
Ainda hoje, trinta e quatro anos sem tê-la ao meu lado fisicamente, ainda posso contar com a generosidade dos seus ensinamentos, desde como fazer um delicioso biscoito, pamonha ou pão de queijo, como até aceitar sem mágoas que destroem a alegria, a dor da ingratidão.
A criatura, na simplicidade de uma exímia pedagoga, doutorada
pelas experiências na vida e alicerçada pelo amor, foi uma gigante mulher, capaz de fazer um seu aluno escrever como resposta a uma pergunta de uma certa prova, fato que se tornou histórico na cidade.
“Que era Deus no céu e dona Zizita na terra”...
Que legado maravilhoso, um ser humano é capaz de deixar aos seus semelhantes...
Sucesso, isso é o real sucesso...
A simplicidade para o cego arrogante, pode parecer simplório.
Que pena, pois perdem o prazer e a glória de conviverem com o melhor e mais agregador que a vida pode oferecer.
“Simpatia - é o sentimento
Que nasce num só momento,
Sincero, no coração;
São dois olhares acesos
Bem juntos, unidos, presos
Numa mágica atração.
Simpatia - são dois galhos
Banhados de bons orvalhos
Nas mangueiras do jardim;
Bem longe às vezes nascidos,
Mas que se juntam crescidos
E que se abraçam por fim.
São duas almas bem gêmeas
Que riem no mesmo riso,
Que choram nos mesmos ais;
São vozes de dois amantes,
Duas liras semelhantes,
Ou dois poemas iguais.
Simpatia - meu anjinho,
É o canto de passarinho,
É o doce aroma da flor;
São nuvens dum céu d'agosto
É o que m'inspira teu rosto...
- Simpatia - é quase amor”!
Casimiro de Abreu.
Lindos e meus amores
Zizita e seu amor Tião Couto
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