13/12/2022
Faltam apenas dezoito dias para o ano terminar e é natural que se faça um pequeno balanço pessoal das perdas e ganhos e, é exatamente isso que faço agora, se bem que perdas, só mesmo parte das atenções de meu sabiá que ao enamorar-se provavelmente por outra que deduzo ser mais nova e viçosa ou quem sabe, em represália ao fato de tê-lo deixado por meses, para bordejar pelas bandas do sul...
Vai-se saber...
A realidade é que já não o tenho dia e noite como dantes, e sinto falta até mesmo de suas crises de ciúmes, quando aborrecido, oferecia-me seus voos razantes, seus cantos agitados e barulhentos, interrompendo abruptamente minhas gravações e escritas, puxando para si, todas as atenções.
De outra, será de outra, como dantes de meus aconchegos?
Consolo-me com os assanhaços, bem-te-vis, rolinhas e canarinhos, mas confesso que o meu coração sofre em ter que dividir o sabiá que até então, era só meu...
O verão está chegando trazendo aromas e sabores, mas de que me servirá toda esta fartura se em meu jardim, não haverá por todo o tempo o meu sabiá, para se alimentar comigo?
Penso então nos ganhos que foram tantos que sequer consigo enumerá-los, levando-me a pensar que de repente, não se pode ter tudo, como garante o ditado popular, mas que seria bom demais, se o meu sabiá se arrependesse e voltasse a ser todinho meu.
Ah! Com certeza, fecharia este ano com chave de ouro...
Lambe os lábios e diga amém dona Regina, afinal, dos males este é o menor, afinal é melhor dividir um delicioso pudim que, não ter sobremesa alguma...
E assim como uma autêntica carioca de Ipanema sigo como sempre a música de SIMONAL.
"Balança toda pra andar
Balança até pra falar
Balança tanto que já balançou meu coração
Balance mesmo, que é bom
Do Leme até o Leblon
E vá juntando um punhado de gente
Que sofre com o seu andar
Mas ande bem devagar
Que é pra não se cansar
Vai caminhando pra lá, balançando sem parar
Balança os cabelos teus
Balança e vai, mas não cai
E se cair, vem caindo, caindo, nos braços meus...Que no meu caso e a do amado sabiá!"
Afinal, na marra, fui aprendendo a viver...
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