sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

TUDO POR AMOR

 "Não se trata de renunciar as benditas perspectivas e muito menos ao tudo de bom que o sistema e a convivência podem oferecer e sim, desenvolver a capacidade em avaliar as condições que são impostas e seus possíveis efeitos, a fim de usufruirmos do objeto ou situação desejados, seja material ou não, sem que os mesmos sejam nossos contínuos carrascos".

Creio que depois de muito pensar, percebi que na realidade ao deixarmos adentrar em nós a vontade pessoal em vivenciarmos a vida mais suavemente, por compreender a grandeza da mesma e o privilégio em tê-la pulsando em nós, firmamos um contrato de fidelidade com o até então, maleável e subornável racional, e a partir daí, os adendos complementares passam a serem criteriosamente avaliados por uma poderosa equipe interna de neurônios que se encontravam subutilizados e que, aliados aos incríveis sentidos que ao reviverem vigorosos, depois de terem estado em contínuos vícios avaliativos, tomam o protagonismo de nossas primeiras impressões, quanto as ações e reações nossas e do tudo mais, como duas margens arborizadas que asseguram os nossos percursos sem transbordamentos totalmente desnecessários e danosos, cujos preços cobrados, aí sim, assustadoramente caros e que, geralmente, não temos como pagar que não seja, entregando a nosso equilíbrio, a nossa razão de escolha e o nosso amor que se confunde por todo o tempo, também geralmente, nos induzindo a aceitar o que se apresenta, como se nada mais justificasse alterações.
Esta realidade, pode ser constatada por todo o tempo em qualquer lugar, se atentos estivermos para observarmos a tristeza reinante que só é quebrada em momentos pontuais e com a ingestão de algum aditivo estimulador, como se estar feliz, sorridente e totalmente realizado, dependesse disto e daquilo externo que produza efeitos visuais a si e aos demais.
Parte do livro "TUDO POR AMOR"- Regina Carvalho-2022



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