São cinco e trinta desta manhã fresquinha e sem chuva, e já posso ouvir os meus pássaros chegando como se estivessem em festa e aí, penso que estes, foram sempre os meus mais sábios mestres, ensinando-me o tudo de bom em que eu deveria me centrar, justo, para a cada milionésimo de segundo ser grata, reverenciando a vida na sua mais esplendorosa e excêntrica simplicidade.
Através dos pássaros com os quais me familiarizei desde a mais tenra idade, desenvolvi as asas de minha imaginação, que me permitiram voar para qualquer lugar, numa absoluta liberdade, mesmo que eu estivesse corriqueiramente presa a um sistema castrador.
Aprendi com eles a apreciar suas melodias matinais com as quais, até o momento, abro os meus amanheceres, estimulando-me a fazer dos meus dias, suaves acordes de convivência, ajudando-me a manter o ritmo da imensa capacidade amorosa que reservo em mim, insuflando minha mente, diante das incertezas, com um sempre positivo; tudo bem...
No decorrer dos meses de cada ano, fui também aprendendo a identificar a absurda diversificação, assim como aceitando os pontuais afastamentos, como por exemplo de meu sabiá que só voltará na primavera e acolhendo de bom grado, os bem-te-vis, chapinhas e assanhaços, que monopolizam o jardim de minha mente, numa ousada tentativa de me oferecer conforto, suprindo a falta do meu adorável sabiá, mas foram as borboletas que me emprestaram suas levezas, para que eu sempre pudesse pousar nas sedas mais finas, levando o meu bem-querer.
Que nesta sexta-feira que promete sol, os pássaros e as borboletas permaneçam cantando e bailando em suas mentes, aliviando assim, as rotinas e os tédios, transportando-os a outras paragens, onde Deus com certeza, faz delas, sua morada.
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