segunda-feira, 19 de julho de 2021

A GRANDE TRAVA DA IGNORÂNCIA

Uma nova semana se inicia e eu acordei pensando no quanto, somos um povo sem memória histórica, do quanto, deixamos de preservar e valorizar a nossa própria cultura que se expressa através dos tempos nas figuras brilhantes de preciosas criaturas que a seu tempo, doaram seus conhecimentos e sua intelectualidade ao enobrecimento de nossas cidades e consequente país.


Falamos em cultura e pouco sabemos como explorar os labirintos de sua grandeza, geralmente, atendo-nos tão somente, as figuras que por motivos simbólicos, atendem aos interesses geralmente políticos, menos mal eu diria, no entanto, ficam esquecidos, empoeirados e com o tempo,  tornando-se absolutamente desconhecidos das novas gerações, os autênticos exemplos de superações e conquistas de diversos ângulos existenciais, assim como preciosas amostragens atemporais de talento, determinação de figuras humanas locais, como Francisco Xavier Marques, Ernesto Carneiro Ribeiro, João Ubaldo Ribeiro e outros mais.

Em nossa cidade, através dos tempos, grandes figuras se destacaram e, no entanto, não são lembradas e muito menos exaltadas, deixando-se assim, nossas crianças e adolescentes sem parâmetros locais e, portanto, próximos do real do que, simbolizaria um precioso exemplo de que, tudo é possível e que elas, (nossa crianças), são capazes de dar continuidade ao engrandecimento de seus universos pessoais, estimulando o afloramento do genuíno talento, afinal, a manutenção da cultura se justifica pelo desabrochar do sentido de pertencimento, primeira e poderosa emoção, capaz de desenvolver nas mentes juvenis o bendito senso de cidadania.

E tudo deveria ter o seu início nas escolas e se mantendo através de eventos oficiais da secretaria de educação, irmanada a secretaria de cultura (que jamais existiu), perdendo-se assim, uma grande oportunidade em levar empiricamente a educação de forma sutil e informal para as ruas, num abraço da cultura local ao povo em geral, como ocorre anualmente com as comemorações do 7 de janeiro, através da manutenção das imagens dos Caboclos.

Incrível é o destino de verbas (muitas vezes) fora da realidade local para pagamentos de festinhas sem maiores relevâncias ou bandas e cantores de renomes nacionais, sem nenhuma cerimônia, enquanto para a cultura, o minguado se apresenta, ficando o órgão responsável pelo setor cultural, como tão somente um armário para o administrador público, adequar os cabides dos cargos de indicações políticas, como símbolos da inutilidade pública.

E aí, a trava da ignorância, vai soterrando as pérolas que verdadeiramente, fariam desenvolver o corpo e a alma do povo da cidade.

“Afinal, humanos precisam de exemplos humanos para se espelharem”.

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