quinta-feira, 8 de julho de 2021

MUDAR É PRECISO...

Pois é, hoje madruguei e já acordei pensando numa conversa que tive com a minha filha Anna Paula, enquanto, ela trocava minha foto do perfil, já que sou totalmente neófita neste assunto.

Dizia ela:

Mãe como você está exibida!!! Imagine, tirando foto dentro de loja, quem te viu e quem te vê...

Respondi sorrindo que era verdade e que até eu, me surpreendia, já que sempre fui muito reservada.


Mudamos de assunto, mas o “exibida” ficou em minha mente martelando e exigindo um entendimento e é exatamente o que faço agora, neste delicioso silêncio da madrugada.

Mulheres da minha geração em sua maioria, eram educadas para serem discretas e, se casassem, deveriam ser a sombra de seus maridos, por mais talento e competência que trouxessem em suas bagagens vivenciais.

Isso não era dito como determinação, mas absorvido através das posturas presentes nos entornos de mães, tias e avós.

O menos era sempre mais nas posturas e assim, fui sendo moldada na discrição pessoal e hoje, posso perceber o quanto inconscientemente foi sufocante, apesar de aparentar absoluta normalidade.

Nem sei quantas vezes, suei frio por me sentir exposta, observada, ao ponto de ficar totalmente sem graça se alguém me elogiava em público.

Quando comecei a mudar?

Busco na memória e acredito que na realidade, não fui eu que mudei, mas o meu Roberto que em dado momento, não sei explicar bem porque, começou a me literalmente empurrar para os protagonismos.

Minha teoria é que ele começou a se realizar através de mim, talvez por cansaço ou por desejar, por não se sentir capaz, justo por também ter sua cota de timidez...não sei...

Só sei que tudo ficou diferente a partir das eleições de 2008 em que relutante, aceitei ser candidata a vereadora, apenas para preencher as cotas femininas de meu partido à época. 

No entanto, fui e surpreendentemente, adorei discursar nos palanques, subir no Trio Elétrico, suar bicas, nas andanças sob o sol escaldante, adentrar nas casas de estranhos e me sentir absolutamente à vontade, como se aquela tivesse sido sempre a minha praia.

Como podem ver, minha “exibição” tem tempo relativamente pequeno, mas com uma progressão espantosa, já que de lá até o momento, já fiz miséria. kkkk

Bom demais da conta, poder sentir a adrenalina de não ter mais os grilhões invisíveis, mas absolutamente sentidos, tolhendo o natural desejo de apenas ser feliz, por um segundo que seja de um apenas flash.

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