Desde agosto de 2020, meu mundo de estreitou, meus horizontes se reduziram, restando-me esta sede imensa de viver, estímulo que me faz sair da cama a cada amanhecer na espera de meus pássaros que com seus cantos, adoçam minha alma de sempre poeta dos sentidos.
Sentidos que insistem em não acompanhar a cronologia de meu físico, deixando-me a cada instante, leve e solta para simplesmente, criar o ilusório e levando-me nas asas de minhas borboletas a universos que não me pertencem, mas que tomo emprestado e depois, devolvo agradecida e saciada, desta minha fome constante de interação com minhas afinidades.
Hoje, por algum motivo minhas borboletas não vieram e meu sabiá que há meses, voa em outras paragens, despertou em mim uma saudade absurda de fazer doer o meu todo de apenas, uma apaixonada criatura.
Olho pela janela e posso ver o sol ainda fazendo brilhar as folhas de minha mangueira, refletindo-se em mim como a luz de um bendito farol, como se quisesse por todo o tempo me dizer, que o tempo é sábio e me trará de volta o meu sabiá e minhas borboletas e que eu, não perco por esperar.
Então, sorrio e espero...
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