segunda-feira, 5 de julho de 2021

FOLHAS ADOECIDAS

Os meios jamais justificarão os fins, premissa complexa se adicionarmos a ela, as infinidades de aspectos vivenciais que permeiam qualquer sistema social e emocional.

Estamos tão acostumados com os “jeitinhos “que os mesmos, já estão incorporados em nossos cotidianos e ainda nos gabamos do quanto, somos safos e bem articulados.


Não é mesmo?

Pense aí, se por acaso estou faltando com a verdade ou exagerando.

Os jeitinhos nada mais são que concessões recebidas, onde algo foi burlado em algum item ético da sua metodologia.

No entanto, achamos absolutamente aceitável, desde que nos beneficie e altamente condenável se for praticado por outrem, e nesta incoerência, seguimos nossas vidinhas, ainda crendo que somos as pessoas mais sensatas e cheias das razões desta vida.

Todavia, este hábito se tornou banal e institucionalizado, exatamente porque somos um povo sem educação, senso de cidadania e ética emocional, crendo por todo o tempo que de uma forma ou de outra, precisamos nos dar bem, sem qualquer constrangimento, quanto a falta dos devidos limites que determinam os direitos pessoais em função do devido respeito que se deva ter em relação aos demais ou ao tudo mais, para ser mais exata.

Confesso a você que me lê, que ainda estou muito crua na abordagem deste tema que assola o nosso convívio, mas que vejo crescer assustadoramente, levando-me a percebendo e a me chocar com os variados métodos que são criados e aperfeiçoados para serem usados para driblar os caminhos já traçados, numa também preguiça e inercia de pelo menos tentar-se adequar os mesmos, numa busca de aperfeiçoamento contra o que modestamente qualifico como brechas, que estimulam e aprimoram os expressivos modelos de corrupção. 

Penso também na modéstia de meus conhecimentos, baseando-me muito mais através da observação dos dolorosos efeitos colaterais que estes jeitinhos são capazes de produzir em mazelas ao corpo físico e emocional de nossa sociedade, que, enquanto não se fizer reformas consistentes em nossos códigos civil e criminal, assim como rever-se a nossa constituição que inegavelmente permite infinitas interpretações, tendo a frente homens e mulheres verdadeiramente comprometidos e defensores da real liberdade de direitos, com expressivos entendimentos, quanto aos cumprimentos de direitos e deveres, nada mudará que possa servir de uma luz no final deste túnel escuro e mal conservado, onde trafegamos a cada instante, esbarrando uns nos outros por todo o tempo, num emaranhado de improbidades ditadas pela ignorância, ganância ou simplesmente esperteza, com o único propósitos de nos darmos bem.

Nosso Brasil gigantesco e rico, desde o seu descobrimento, foi contaminado por dois vírus, conhecidos popularmente como, ignorância e corrupção, tão mortais, quanto qualquer outro poderoso vírus, que já tenhamos convivido e que vem matando, já não tão lentamente, seu povo e consequentemente a si mesmo.

Somos como folhas adoecidas de uma frondosa árvore, enfraquecida pelas constantes secas.

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