terça-feira, 27 de julho de 2021

SÓ SE PERDE O QUE SE TEM

O eterno silogismo que impera no raciocínio lógico da maioria dos políticos brasileiros que foi herdado do preconceito europeu, filho obediente da arrogância, por crerem que povo é tão somente, uma manada sem rosto e sem alma que, deve ser conduzido e nunca considerado. Daí, a estrondosa distância que existe em todos os aspectos que caracteriza a ambos, se formos buscar a também lógica humana, onde deveriam existir parâmetros de entendimentos mais apurados e menos destrutivos.


Em qualquer nação desenvolvida intelectualmente e por consequência, rica nos demais aspectos sistêmicos, político é todo aquele que se interessa pela vida pública, formador de opinião por competente oratória e carisma que, se inseri num partido que filosoficamente se coadune com sua visão de bem-comum, buscando apoio popular, com sua oratória e carisma, realçando a sua visão, quanto as causas públicas, com o objetivo de alçar um cargo no governo.

Pois é, no entanto, o que a realidade nos mostra de forma cruel é que, para ser político no Brasil em primeiro lugar precisa ser cara de pau e estar disposto a encarar toda e qualquer sacanagem com os adversários e até mesmo, com quem está do seu lado, e concomitantemente com o povo que espera que o eleja, mentindo descaradamente, através de promessas vãs, esquecendo-se de qualquer traço que ainda possa existir de humanidade dentro de si, fazendo durante a campanha um curso de extensão em malandragem, afim de aprender como engambelar por quatro anos o povo e em seguida, voltar a se candidatar, porque, afinal, emprego como esse não há...

Estou sendo dura ou prevaricando com tão ilustres personalidades?

Me poupem, viu!!! Hoje é terça-feira e amanhã será quarta, numa sequência interminável, só mudando neste palco pouco iluminado, os artistas e os figurinos, pois, o surrado script é sempre o mesmo.

E quando aparecem alguns legítimos astros, trazendo em mãos, um novo roteiro, tão acostumado está o povo com os costumeiros engodos, que deles desconfiam, abraçando como náufragos, aqueles que estendem cordas salvadoras que infelizmente, nunca estão presas a nenhum cais. 

E de braçada em braçada, lá vai o povo tentando sobreviver a mais um naufrágio administrativo enquanto, as lanchas das improbidades por ele passam, e ainda acenam, num escárnio de dar nojo.

Vivemos enquanto cidadãos, tentando sobreviver com braçadas doídas, em um mar de águas profundas, onde nem os nossos gritos de socorro, são ouvidos.

Perdemos algo? Não, afinal, somos cidadãos analfabetos e como tal, cegos e sem noção de direitos, portanto, vivemos exatamente o que temos e somos, que é quase nada. 

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