Neste domingo em que eu e os meus pássaros acordamos praticamente no mesmo horário, sinto uma certa nostalgia ao pensar que o mais difícil para uma pessoa nesta vida é receber qualquer forma de amor.
E o pior de tudo é que a cada dia as pessoas estão mais arredias, desconfiadas, temerosas de serem atacadas de alguma forma e então, escondem-se por trás de névoas de desculpas e escapes, exatamente para não receberem amor, este que pode se mostrar de mil formas.
Mas como reconhecer o sincero amor, se os preconceitos e acima de tudo o medo são os sentimentos dominantes?
Sensibilidade em escassez?
Excesso de firulas em nossas mentes, fomentadas por um sistema cada vez mais perversamente cobrador que, exige a cada instante que estejamos armados para matar e se possível não morrer?
Penso que amar é bom demais, estimula, embeleza, rejuvenesce e oferece brilho ao cotidiano, mas confesso que receber amor é um espetáculo do qual, jamais me furtei, bebendo cada gota dos mimos que pude perceber, sem jamais me importar com o grau de sinceridade deste amor e aí, minha sacola emocional, sempre esteve abastecida, porque, afinal, sincero ou não, sempre me fizeram muito bem.
Até porque, a tristeza e a melancolia de quem ofereceu um falso amor, jamais será minha, afinal, a falta de sinceridade, não anula os instantes de êxtase que o pensar que era amada, produziu em mim.
Penso que deixar de receber amor é se negar a ser feliz e, deste mal, pelo amor de Deus, eu não morrerei.
E se nunca matou a mim que patologicamente nasci e vivi com a sensibilidade a flor da pele, romantizando o mais banal de qualquer coisa, não há de matar mais ninguém, até porquê, como afirmava o poeta.
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