sábado, 30 de março de 2024

O TANTO QUE AMEI...

Até 2015, quando precisei fazer uma cirurgia seríssima, afim de extirpar um possível câncer intestinal, o que graças a Deus não se confirmou, jamais havia pensado na minha finitude, mesmo, já tendo perdido, a maioria de minhas referências amorosas, todavia, viver e morrer por mais alegre ou doloroso que seja, na realidade é a lei natural da vida e acabamos todos nós, nos acostumando a conviver com estes dois fatos imutáveis, até que, estejamos sentindo na própria pele seus efeitos.

E aí, solitária numa cama de hospital, tendo o teto branco e a frescura do ar condicionado, como companheiros dia e noite, querendo ou não, pensar na minha vulnerabilidade foi recorrente, até que, a vontade de viver se tornou mais forte e passei dali em diante, a avaliar tudo quanto, valia ou não continuar em minha vida. 


Infelizmente, nem todos são brindados com a bendita conscientização de que esta, é uma apenas viagem que pode ser interrompida a qualquer instante e que, poder pegar o próximo trem é um presente que não pode ser desperdiçado.

No meu caso em particular, agarrei com unhas e dentes e lá vou seguindo a minha viagem, crendo que meus dias, precisam ser de evolução pessoal, aprendizado contínuo, tão somente, para ser merecedora desta expressão de vida e ao meu Jesus, porque, afinal, segundo os registros bíblicos de Mateus,  28/30, Jesus afirmou;  “Venham a mim, todos que estejam cansados e sobrecarregados, tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois, sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas, pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. 

A orientação é do pai Deus, mas as tarefas são minhas.

Então, não descuido e vou deixando pelo caminho, tudo quanto, possa de mim tirar o brilho de minha existência, tudo quanto, possa pesar nas constantes viagens que faço na companhia de meus pássaros e borboletas, tudo quanto, não combine com a leveza do Deus bendito que habita em mim.

Reconheço que sempre fui muito lenta para enxergar as trevas nas intenções dos corações alheios, mas aos poucos, tenho ficado mais atenta e sagaz e consequentemente, menos tralha vou tendo para carregar.

Portanto, façam se quiserem uma festa, quando, a minha estação final, enfim fizer parar o trem da minha vida, certos de que estarei embarcando numa outra viagem para conhecer de perto as estrelas que tanto admirei, enquanto, por estas paragens estive, levando comigo, os perfumes e as cores do tanto que amei e se “chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu senti”...(Roberto e Erasmo Carlos).

EM TEMPO: Dizemos e pensamos por todo o tempo, que queremos nos livrar dos pesos que carregamos, todavia, arranjamos mil desculpas para não dispensarmos os fardos que arrastamos em nossas convivências, e então, sofremos e certamente, fazemos também outros sofrerem.

Regina Carvalho- 30.03.2024 Itaparica

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