Estou aqui pensando que não é gratuita a violência que tem nos assolado de todas as formas possíveis, afinal, ela é o troco maldito de nossas compras constantes, vaidades negociadas, concessões desregradas.
Acusamos uns aos outros, discordamos sem ponderar, amamos sem critérios, desconfiamos sem causas evidentes e matamos se somos contrariados.
Transformamos as redes sociais em válvulas de escapes de nossos infernos íntimos, fazemos de nossos semelhantes sacos de pancadas e escondemos as traves de nossos olhos, apontando freneticamente os ciscos alheios.
Nos sentimos guerreiros combatendo o mal, num endeusamento doentio, onde somos Deus e o Diabo ao mesmo tempo, onde gritamos por justiça e por ela nos tornamos vítimas e algozes.
Pouco mudou em nós, apesar das muitas evoluções. Afinal, continuamos escravos da insistente insanidade.
Vaidade sorrateira, arrogância camuflada.
Humildade produzida com as folhas secas da insensatez.
“Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!” – Castro Alves
Regina Caralho-05.03.2024 Itaparica
Nenhum comentário:
Postar um comentário