Provavelmente, eu poderia escrever tudo quanto, nesses sessenta e sete anos em que o dia 8 de março foi determinado para ser o símbolo da contínua luta da mulher pelos seus direitos como pessoa humana.
Poderia inclusive ressaltar tudo quanto, cada mulher aqui na nossa pequena e paradisíaca Ilha de Itaparica ou em qualquer lugar deste planeta onde o ser humano esteja inserido, a grandeza e importância de sua presença na construção e manutenção do bem mais precioso que é a vida.
Todavia, tanto já foi falado neste aspecto, assim como a respeito da ainda existência de culturas que as vê, tão somente, como um simbolismo reprodutor sem maior importância, mas não, opto em aproveitar este espaço midiático para agradecer o fato de ter nascido mulher e a oportunidade de me manter inserida em direitos numa sociedade ainda tão repleta de desigualdades, neste e em infinitos outros aspectos.
Agradecer a Deus, senhor de mim e do universo, pelas forças que jamais me faltaram nas incessantes batalhas que precisei e ainda preciso travar, afim de manter-me inteira e digna de mim mesma.
Agradecer pelo amor que recebi e ainda recebo a cada dia nesta vida longa, através de outras tantas criaturas, sejam mulheres ou homens.
Agradecer por conseguir mantér a serenidade diante daqueles que ainda não compreenderam a importância de se estar vivendo, tendo inclusive, a oportunidade de como líderes, seja lá do que for, prestigiarem a vida de seus semelhantes onde, ainda fazem de seus poderes momentâneos de suas intenções e ações, chicotes que fazem doer a carne e a alma.
Agradecer por desde cedo compreender que meu corpo é um templo e que minha consciência, é o condutor de minhas ações e reações, não como um capitão do mato, sempre pronto a punir-me, mas uma parceira amiga e justa, sempre disposta a orientar-me e a corrigir-me frente as minhas próprias distorções, não me deixando esquecer que um templo, não pode e não deve ser violado e sim, respeitado.
Agradecer principalmente por jamais ter enxergado em qualquer homem, apenas uma conquista ou um adversário, e sim, com o meu valor de unidade e com a minha autenticidade, cada um como pessoa com a qual, pude e ainda posso dividir meus instantes amorosos, dolorosos, felizes, momentos de sonhos, buscas e necessidades, aceitando-os e sendo aceita com respeito, mas jamais tendo como pretensão ser igual a qualquer um deles, afinal, eu não poderia, já que do meu ventre o verbo se faz criatura e que de minha alma, a criatura se faz parceira da mais completa dupla, dentre os milagres da criação universal da vida...
Regina Carvalho- 08.03.2024 Itaparica.
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