Calor sufocante que faz escorrer o suor que brota incessante de meu corpo...
Gotas salgadas que como lágrimas se misturam às muitas das minhas decepções.
Desconsiderei o canto da cigarra visitante fora de época, que, optou por cantar até morrer nos canteiros de meu jardim, querendo como último de seus feitos, alertar-me da dor que se aproximava, da traição que se agigantava, mostrando-se solidaria à morte dos últimos dos cisnes da minha teimosa ingenuidade.
Não há mais quimeras que disfarcem o lixo
Não há mais poesia capaz de colorir
Não há mais flores cantadas e recitadas que perfumem
O chorume do real, do palpável, do tangível...
Onde encontrar ética, decência e dignidade?
E lá se vai com as marés de março, tudo quanto, cri ainda ser possível existir...
Regina Carvalho- 19.03.2024 Itaparica
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