Percebo que a cada dia, vamos perdendo as características que nos diferenciam dos demais animais sem que como eles, sejamos capazes de manter o senso bendito de pertencimento espacial, pois velozmente, estamos destruindo tudo quanto, é capaz de nos manter vivos.
E aí, tantos conhecimentos para que servem mesmo?
Cinquenta décadas passaram e, novamente me situei bem próxima de meu mar professor e amigo, acreditando que já o conhecia, qual nada...
A cada dia, suas lições continuam a moldar-me, seja através dos abraços mansos, mornos e acalentadores que despertam em mim, múltiplas emoções que guiam novos aprendizados emocionais, seja através da quase rudeza em alertar-me quanto, a lógica de que nada é permanente e que tudo é mutável.
E foi em meio aos acalantos marinhos que pude finalmente compreender que tragédias como as que ocorrem dia após dia, em qualquer lugar deste mundo de meu Deus, são tão somente, infinitos pipocos de desequilíbrio, cujas razões não podem ser avaliadas simplisticamente em meio a um mar profundo de diversidades morais, éticas, estéticas de valores variados, com o agravante do imediatismo de como a humanidade está sendo conduzida entre as ondas bravias e constantes de um mar social, onde busca-se a sobrevivência de todas as naturezas, sem que haja tempo necessário para a devida assimilação.
E aí, tantos conhecimentos para que servem mesmo?
Nunca estivemos na história da humanidade mais interligados e com voz que o mundo pode ouvir, e também, jamais estivemos tão solitários e isolados num crescente camuflado separatismo de todos os níveis.
Penso então, na modéstia de minhas percepções que, estamos vivenciando a era do “fio da navalha” com seus oportunos e coloridos disfarces, que camuflam o medo, o aprisionamento, liberando a indiferença como tábua de salvação, estimulando um suposto progresso de forma folclórica com infinitas incoerências que fazem aflorarem, devastadoras inconsequências...
Regina Carvalho- 07.03.2024 Itaparica
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