segunda-feira, 11 de março de 2024

POR QUE DESISTI?

Será que desisti ou simplesmente, compreendi os meus limites?

Reconhecê-los a princípio trouxe-me uma sensação de fraqueza, inoperância, incapacidade e tudo quanto, fez que eu me sentir um ser menor, mesmo tendo me esforçado muitíssimo vida a fora, buscando conhecimentos diferenciados, crendo tratar-se de uma necessária bagagem, afim de que minha mente estivesse pronta para melhor avaliar e até, aplicar no cotidiano político. 

Bobice, tolice, idealismo que hoje, vejo como simplesmente, ingenuidade ridícula.

Como eu me enganei ou melhor, como me deixei enganar... 


Afinal, bastava eu ter feito um curso intensivo sobre abusos de todos os níveis, o que na realidade fiz, só que num tempo mais longo como se estivesse estagiando e como uma aprendiz aplicada, fui absorvendo e, como aluna dedicada, fui guardando as lições e incrivelmente, só depois, da diplomação, mestrado e doutorado, compreendi que só não perdi longos e preciosos tempos de vida, naqueles cursos enganosos e esdrúxulos, justo porque, ao longo do aprendizado, também fui armazenando minha percepção avaliativa, ponderativa e conclusiva que rendeu milhares de laudas de registros preciosos sobre o caráter humano e suas infinitas nuances adaptativas.

Política não é para ingênuos e muito menos de boa fé...

Cursei no dia a dia, fora das teorias acadêmicas as políticas públicas e suas aplicações para descobrir, que tudo se resumia em um enorme engodo, onde o público era o que menos importava, daí, amassar-se barro como se fosse um continuado ritual dantesco, mantido por caciques de penachos coloridos, fora do alcance da lógica social humana.

Caciques que forjam almas e atitudes de acordo com o gosto e perspectivas de sua tribo, até porque, se diferente se apresentar, será rejeitado e possivelmente exterminado, já que para cada paladar, sabem que precisam oferecer a ração adequada.

Quem me lê, pode deduzir que creio que nada muda neste sistema surreal político/ social/ humano, mas engana-se, afinal, vi e constatei seus aperfeiçoamentos, mas também a rigidez da fidelidade da essência dos propósitos quanto, a desconsideração aos bens comuns, fazendo de cada um deles, apenas fachada frágil que simula num todo, tipos variados de progresso.

Sólido, resistente e garantidor de continuidade progressista, só mesmo as tendas dos caciques e de suas caras metades, até, porque, safos e bem articulados, sabem que sozinhos, seus tentáculos seriam limitados.

Observem que cada cacique, possui sua trupe que se divide em duas partes, aqueles que unem tentáculos e que em número reduzido se saciam com os farnéis de seus caciques, mantendo-se como resistentes cumplices e um todo, as vezes gigantesco que são os abre alas, com seus espetáculos folclóricos que distraem e impressionam a massa que os assiste passar, acenando bandeirinhas e gritando aos quatro ventos, o número, a sigla e o nome do referido cacique e que se bem observado, é como um espetáculo circense que confesso constrangida, deles já ter participado, mesmo sedo uma estranha no paraíso.

Que coisa, viu!!!

Regina Carvalho- 11.03.2024 Itaparica

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