Não há nada que mais me comova que a elegância, não somente aquela revestida de luxos e brilhos, mas a elegância da essência que é abastecida da bendita simplicidade, prima irmã da humildade de se reconhecer apenas, mais um entre infinitas outras maravilhas, independentemente do tamanho de seu prestígio ou conta bancária.
A elegância gera o bom senso, o equilíbrio, a razão e o amor em todas as convivências e mesmo sendo nos dias atuais, piegas, acreditem, ainda é o que sobrou de relevante para se exercer em qualquer área do convívio entre as criaturas.
Falo e escrevo com a propriedade de quem, aprendeu esta lição no seio de uma linda, forte e apaixonada família e que de quebra, teve como mentora espiritual, uma tia, chamada Hilda Roxo, absolutamente linda em todos os aspetos, uma mulher fantástica que com a grandeza e a firmeza de um ser humano completo, ousou fazer de uma apenas garotinha, seu baú de sentimentos amorosos, através de seu próprio comportamento, o que é sempre a mais eficaz forma de transmitir valores.
Ensinou-me a compreender o outro, fosse no que fosse, sem, no entanto, deixar de expressar meu ponto de vista, sempre amparado em argumentos sólidos e universais, assim , como absolutamente coerentes com minhas próprias posturas.
Deixou-me claro por inúmeras vezes que a beleza da vida, dependeria da forma como eu fosse capaz de olhar e sentir, sugerindo-me incansavelmente que amando sem discriminações e arrogâncias e sem impor meus pontos de vista, mas jamais silenciando-os, certamente eu me sentiria mais forte e resistente, afim de trilhar a minha vida.
Portanto, confesso que apanhei bastante, muitas vezes fiquei de joelhos nos troncos dos pelourinhos de minha caminhada existencial, mas jamais deixei de tentar compreender as razões das atitudes alheias, assim, como jamais me calei diante de qualquer afronta social, política e humana.
O importante é que por aqui, ainda estou, por quanto tempo?
Sei lá...
Mas enquanto eu estiver, rapaz...
Pensarei e farei loucuras deliciosas em nome do amor, sinônimo do RESPEITO, ÉTICA e DIGNIDADE HUMANA.
Regina Carvalho-06.03.2024 Itaparica
*No tronco dos pelourinhos da vivência em sociedade, a cor nunca foi prioridade e sim, a obediência, nem sempre ao justo e ao nobre.
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