Sentada na varanda, deliciando-me com o vento fresco desta manhã que se inicia, presente da chuvinha da madrugada, podendo ouvir o farfalhar de folhas e galhos, em uma sinfonia que me faz relaxar.
O tudo mais está silencioso ao ponto de fazer-me curiosa em relação ao som do latido do cão, tentando adivinhar de que direção vem.
O galo, há tempos se calou...
O cheiro é úmido, absolutamente envolvente, lembrando-me que se as amoras, as mangas, os cajus estão partindo, não sem antes terem deixado suas belezas e sabores, impregnados em mim, só para eu não esquecer das delícias deste pedaço de chão baiano, que chamo de meu.
Fecho os olhos entre uma palavra e outra, inebriada por todas estas energias que me rodeiam...
Tudo vai bem, porque eu vou bem. Tudo me parece bem, porque eu assim o vejo e, enquanto, declaro à vida meu estado de espírito, sinto-me tocada por um pendente galho da amoreira. Será que é a sua forma de me beijar, cumprimentando-me por mais um dia que começa?
Talvez, quem vai saber as infinitas formas que a natureza expressa seu carinho...
Gosto de sentir os seus toques enquanto a chuvinha volta, agora, um pouco mais forte, fazendo faltar da terra os perfumes que simplesmente amo.
E neste colóquio amoroso, sinto o meu corpo sendo continuamente alisado pela brisa que suavemente percorre o meu corpo, levemente fazendo voar as mechas de meu curto cabelo, arrepiando minha nuca, enquanto me envolve no mais divino abraço.
Olho ao redor e me sinto em paz.
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