Cinco horas da manhã e só agora posso ouvir alguns pássaros vindo em minha direção, mas ainda estão a uma certa distância, o que me faz pensar que desta vez, a farra noturna foi bem longe.
Nem um latido, tudo bem diferente de tantos outros amanheceres...
E aí, logo penso que nada se repete, tudo se transforma na natureza, porquê, então, haveríamos nós de permanecermos rígidos como vergalhões de ferro fundido?
Que força é esta que tolhe, enrijece ou suborna as benditas mudanças emocionais, sentimentais, mentais absolutamente lógicas, assim, como ideias e ideais e o que é ainda pior, empanando o senso avaliativo oferecido pelo tempo e experiências vivenciadas?
Por que é preciso odiar ou amar por toda uma vida, seja lá o que for, se existe um sentimento poderoso e absolutamente isento de qualquer predileção que é o respeito que por ser universal em seus propósitos, deveria pautar todas as avaliações em qualquer caminhada existencial?
Penso então, que onde esse tal de respeito, fraterno pai da ética e do moral, não é estimulado, aperfeiçoado e inserido na educação de um povo, como tantas outras atividades absolutamente banais o são, nada, absolutamente nada se alterará ao longo do tempo, ficando a meia boca e o mais ou menos como representatividade de uma cidade ou de um país.
Pessoalmente, afastei-me do ativismo político, quando o meu bom senso avaliativo, tornou-se mais apurado, levando-me a ponderar sobre meus ideais humanitários, pois, enxerguei com limpidez no meu entorno, a falta da visão de “bem comum”, ficando os interesses pessoais como estimulantes desta ou daquela preferência, portanto, deduzi que bater em ferro frio, seria continuar com a tolice improdutiva, já que nada seria moldado e muito menos criado que verdadeiramente, pudesse mudar o esmagador perfil de pobreza e limitações de todas as ordens desta minha querida Itaparica, portanto, falar para o vazio, quando muito, me manteria em destaque.
Afinal, é público e notório que em “terra de cego, quem tem um olho é rei” e, ser mais um confete ou um rolo de serpentina, afim de fazer o povo dançar, jamais foi o meu propósito.
Regina Carvalho- 13.3.2025 Itaparica
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