Passei minha vida escrevendo sobre os comportamentos humanos e suas consequências físicas e emocionais, geradas pela maldita culpa que ora é imposta sorrateiramente, ora explicitamente, onde não cabem argumentações contraditórias, afinal, sempre foi assim...
Premissa desgraçada que substituiu os benditos esclarecimentos que deveriam ser oferecidos frente a tudo que se choca com o costumeiro, oferecendo assim, a mais límpida liberdade de escolha, o que não necessariamente se enquadra no certo ou errado dos ditames sociais, que aliás, tem como objetivo, tão somente oferecer limites à criatura humana que indiscutivelmente, tem raciocino próprio, mas nem sempre a usa ou o que é pior, sequer é sabedor tê-lo, agindo exatamente como um bicho outro qualquer e de preferência selvagem, pois, assim, mostra-se forte e poderoso.
Estamos nos globalizando no retrocesso humano e isso é aterrorizador para quem tem uma fagulha de luz do conhecimento existencial, justo, por ter a consciência de nada poder alterar em seu todo, então, esforça-se enormemente para não sucumbir em meio a parafernália local e mundial de destroços que são despejados através da instantaneidade da comunicação que a cada dia se esmera em difundir as desgraceiras urbanas e suburbanas e consequentemente, tornando-as banais.
A cada instante, o globo terrestre se estreita, não deixando margens salvadoras, onde a alienação e as inconsequências brutais de uma só savana de múltiplos rugidos diferenciados não possam ser ouvidos.
Benditos músicos, poetas e pintores, benditas criaturinhas que mesmo passados séculos, permanecem, mas vivos como nunca, inspirando a outros, insistindo nos registros do belo com sons, palavras e imagens num inquebrantável contraponto às trevas que, insistentes se agigantam como tsunamis devastadores .
Regina Carvalho- 19.3.2025 Itaparica
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