“Sou de um tempo em que as vivências atestavam as realidades”, já que o marketing era restrito, alastrado em sua maioria, através de uma boca a boca criteriosa.
Penso que a ética que já era capenga, mas ainda circulava usando muletas, hoje, está totalmente paraplégica, totalmente dependente das ocasiões.
A empatia com seu senso de limites, ainda guerreava, afim de sobreviver, mesmo, entrando e saindo do CTI social e sendo alcunhada de hipócrita.
Mal sabia eu, que a morte do respeito, estava a caminho, trazendo um projeto muito mais ambicioso que era fazer um clone deturpado das realidades, onde os alhos seriam por todo o tempo, semeados junto aos bugalhos, confundindo e alimentando os cegos de moral, os esfomeados sem paladares minimamente apurados, contando com a conivência dos sem escrúpulos.
E pensar que teimosamente sobrevivi, se bem que meio lascada sem utilidade prática, não encontrando abrigo, sequer um saudosista parceiro para juntos, continuarmos a caminhada, buscando pelo menos, uma só brecha segura de esperança onde a modernidade com a sua chula e desenfreada criatividade às avessas, não consiga adentrar.
Incrível ter sobrevivido, afinal, naquela época, temia-se apenas os militares, hoje, teme-se o vizinho, os políticos, juízes e autoridades, teme-se até, a sombra de nós mesmos...
Isso é que é Ditadura, o resto é história da carochinha...
E viva a Democracia rascunhada em papel crepom.
Regina Carvalho- 6.3.2025 Itaparica
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