São cinco e dezessete, os pássaros já chegaram, os cachorros dos vizinhos já acordaram, eu estou a mil, mas o céu, bem...Este, continua escuro, amanhecendo lentamente anunciando sua falta de pressa, afinal, o outono está chegando.
A bem da verdade, nada permanece igual, inclusive, eu, nos meus amanheceres, já que nos últimos dias, tenho sentido uma certa preguiça para sair da cama, já que no verão, sou bem mais esperta e no inverno, se pudesse e as vezes me dou ao desfrute de só dela sair, quando, finalmente, o corpo ou o estômago doem.
Enquanto escrevia estes dois parágrafos, o céu deu uma rápida clareada, o que não passou despercebido também pelos pássaros que mais agitados e em coro, já começam um tipo de arruaça, bem diferente dos costumeiros cantos, inclusive, sem qualquer solista que se destaque.
Que coisa, viu...
E aí, toda esta precisão dos movimentos da vida deveria ser o único modelo a ser copiado por nós, como o é, pelo restante do reino animal, levando-me a crer que o fato de sermos racionais, nos acorrenta aos corroídos hábitos e nos pesa absurdamente na qualidade de nossas vidas, afinal, estamos sempre correndo contra o tempo, desafiando nossos sentidos, flagelando as nossas mentes, tumultuando nossas emoções, empanando e até mesmo, destruindo nossos sentimentos.
Isso é que é fazer mal uso da completude que se possui...
Pronto, finalmente o dia amanheceu dentro do seu bendito tempo que nunca é o nosso, pois, nossa estúpida impaciência é contumaz.
Regina Carvalho- 11.3.2025 Itaparica
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