O TEMPO PASSA

...no seu tempo devido sem olhar pra trás, sem projetar futuro, apenas, resplandece no agora, sem diminuir ou aumentar o passo, apenas seguindo sem paradas ou indecisões, mostrando-se tal como é, ora ensolarado, ora nublado, ora estrelado, ora pura negritude, exibindo-se numa constância previsível, ensinando-nos sobre uma tal de adaptação de gostos e valores, sem perder a própria essência de existência cósmica.

O tempo, jamais perde tempo, até porque, bem sabe que o tempo não pode parar para não ser atropelado por ele mesmo, tal qual, o fazemos com a inconsequência de nossas frágeis emoções.

Ontem, Natal

Hoje, quaresma

Ontem, amantes

Hoje, solidão.

Regina Carvalho- 31.3.2025 Itaparica

RENOVANDO

...aperfeiçoando, modernizando, enfim, evoluindo e assim, a humanidade segue o fluxo do caudaloso rio sistêmico que simplesmente, não para, serpenteando ininterruptamente, esteja volumoso, poluído ou quase seco, nas entranhas do progresso.

E aí, como ficamos em meio a este turbilhão de novidades, necessidades, carências, ambições, perdas, medos, frustrações, solidões e tantas outras alternâncias emocionais?

Que respondam os laboratórios farmacêuticos, os consultórios médicos, a violência, a desagregação social e todo esse “Inferno de Dante” que como um fio de navalha afiada, pronta se encontra para entrar em ação como solução primeira e última, seja aonde for.

SE PENSO, LOGO EXISTO

“Cogito, ergo sum” é um silogismo sobre o qual René Descartes, um filósofo alemão do século XVII, expressa a ideia de que a capacidade de pensar é a prova de nossa existência.  

Cogito, ergo sum é uma expressão que representa a certeza do pensamento como base do conhecimento humano. A palavra "cogito" (penso) deriva da expressão latina e remete à auto evidência do sujeito pensante. 

A frase aparece na obra de Descartes, Discurso do Método, de 1637. Em suas Meditações sobre a Filosofia Primeira, Descartes expõe a impossibilidade de duvidar de sua própria existência. 

REFLETINDO ABUNDÂNCIA

No dicionário como no cotidiano humano, abundância significa; grande porção ou quantidade excessiva, superior ao necessário, de bens; opulência, fortuna, luxo e hoje em dia, escassez de quase tudo e violência.

E aí, pensamos que Deus, jamais foi justo na distribuição das benécias pecuniárias e como somos tementes a ele e ainda, morremos de medo em com ele bater de frente, já que é onipotente e onipresente, transferimos nossas frustrações e raivas, para todo aquele que de abundância se farta, nem que seja apenas, por possuir um celular, transformando-o, numa fonte de inveja e num constante inimigo, atribuindo a ele, tudo quanto, de ruim, possa estar nos acontecendo.

LEGADOS, QUAIS? -Refletindo-

Existem momentos em que ouço discursos que me remetem a uma figura de linguagem triste e deprimente; “jogada as baratas”.

Esta é uma visão rasa e portanto, superficial que alguns podem ter de um tudo realizado por alguém, afinal, ano após ano, o tudo descoberto e praticado, tem sido jogado por terra e chamado de ultrapassado, levando-me a um esforço  contínuo de compreensão em relação a vaidade humana, correndo sempre o risco de ser taxada de “já era”, pelos sempre presentes modernistas neste ou naquele aspecto, desqualificando-se integralmente, tudo quanto de esforço e dedicação foi empregado na busca das concretas  realizações, assim, como a credibilidade adquirida que ao contrário dos estrelismos, permanece comprovadamente solida, independente das chuvas e tempestades.

"ÁRVORE DOENTE..."

Assim como vivenciar Jesus, cidadania é pratica. Todavia, em locais onde a preocupação do povo pelo alimento é a prioridade, não há, espaço para mais nada se pensar.

Essa é a estratégia básica para sufoca-la, sendo permitido somente, louvar-se Jesus, alimento intangível que garante a passividade, mantenedora da esperança de dias melhor em nome de uma fé inerte e improdutiva.

E para garantir sorrisos histéricos e a sensação de estarem existindo como gente, oferecem de tempos em tempos, cores, astros e músicas alienantes

E como a estupidez é como um contagiante epidêmico, na hora de votar, pra massa, está tudo bem, afinal, o feijão, a farinha e a música, não faltaram, então, mudar pra quê?

Gato Por Lebre...

Escrevi a minha vida inteira sobre o quanto, somos dispersivos em relação as observações dos detalhes fundamentais que caracterizam as pessoas com as quais convivemos, acreditando piamente que as conhecemos, quando na realidade, delas só vislumbramos a aparente casca e o que ela, conscientemente, nos quer revelar, ficando os seus interiores, como totais desconhecidos, esquecendo-nos também que é assim que agimos, portanto, porque com elas, seria diferente?

ORANDO POR NÓS...

Amado São Jorge, neste dia que consagro a ti, semanalmente, não pedirei que me blinde contra meus inimigos, pois, não os reconheço em minha existência, já que me sinto, absolutamente protegida por ti.

Também não pedirei que quebre correntes que me impeçam de seguir adiante, pois, teu amor por mim, faz-me permanentemente, livre. 

Sinto que meu frágil corpo é morada segura de minha alma, justo porque, reconheço-te como precioso guardião.

Apenas, rogo-te que faças de mim e de minhas intenções, ações e reações, benditas práticas dos ensinamentos de nosso pai Jesus, abrindo espaço em minha mente para o amor e a compaixão, não ferindo ou magoando, evitando assim, algo temer.

Nesta terça- Feira, só posso agradecer as bençãos que tenho recebido, as demandas que tenho resolvido, os inimigos que não conseguiram me ferir, os trajetos livres por onde pude caminhar...

Louvo-te amigo e parceiro, certo(a) de que juntos, louvamos a vida.

Regina Carvalho- 25.3.2025 Itaparica

FIEL DA BALANÇA - Refletindo

Quem lê meus escritos, pode até imaginar que sou desligada do convívio com o sistema, já o tendo jogado pro espaço e me voltado para os meus pássaros e borboletas e de certa forma, teria razão, no tocante a minha participação direta no cotidiano.

Todavia, a minha apaixonada dedicação tanto a família de um modo geral, ao trabalho e um tudo mais que sempre me comoveu, exigindo de mim, maior interação, em um certo momento, depois, de já ter perdido, pessoas incríveis que me motivavam, me fez parar e pensar, se já não era a hora de pisar no freio, diminuir o ritmo e pensar um pouco mais em mim, afinal, a vida me era tão bendita que até, esqueci de pensar e cuidar de mim, afinal, nada me faltara em momento algum...

BENDITO ALIMENTO...

Ainda me lembro, apesar delas, já terem partido fazem décadas, do meu prazer em vê-las cozinhando à beira de um fogão a gás ou de lenha, sentadinhas num tamborete qualquer, picando legumes.

Imagem que nas devidas épocas de suas participações diretas em minha vida, trouxeram-me, cada qual, referências sedutoras, instigando-me a copiá-las, pois, suas presenças brilhavam como puros diamantes, diante de meus olhos e alma.

Talvez, por esta razão, os alimentos e suas preparações, assumiram um papel fundamental não só na minha formação de pessoa, como no decorrer da vida, como mola inspiradora contra a maldita fome.

SEM PRESSA

...tal qual, este novo amanhecer de outono que calmamente desperta, inclusive, trazendo consigo gotas de chuva que deslizaram através das lentes de meus óculos, embaçando-as temporariamente, enquanto minhas mãos frenéticas as enxugavam, apesar de meu caminhar continuar no mesmo ritmo de todas as manhãs, quando, então, dirijo-me ao portão, afim de apagar o holofote, afinal, neste rotineiro caminhar, rezo para um Deus que mora em mim e que é sabedor de minhas necessidades cognitivas de com ele dialogar, geralmente pedindo algo, como se ele, já não soubesse antecipadamente dos meus quereres.

Todavia, já retornando, constato que um pássaro acabara de defecar no capô dianteiro do carro que ontem, mandei lavar e num impulso, ameaço tentar limpar com uma das mãos, mas o bom senso impede e nesse instante, sorrio de minha infantilidade, afinal, o paraíso é dele, ali, eu e o carro somos os invasores que em tudo defecamos, sem sequer pedirmos licença.

RELAXA E CURA

Neste amanhecer com os neurônios menos agitados, ouço obras atemporais de música clássica de Vivaldi, Mozart, Beethoven, Chopin e imediatamente, penso no outono que já chegou lá fora e em mim também, afinal, sou parte deste alternante ciclo existencial e como tal, renovo-me ora recolhendo-me, ora expondo-me.

Neste movimento incessante, a música tem sido uma grande aliada que me relaxa, induzindo-me a escrita, que por sua vez, me cura das dores deixadas pelas perdas, assoprando carinhosamente as feridas que ainda ardem.

O dia amanheceu com sua luz tropical, neste meu paraíso de beleza e paz, levando-me a lembrar do quanto é difícil romper o véu invisível da indiferença ou alienação humana, incapaz em sua maioria de perceber os sons das cigarras nos finais das tardes de verão, mesmo que se esgoelem, anunciando a chegada triunfal do outono.

Regina Carvalho- 22.3.2025 Itaparica

Este horror, nunca mais...

BOM DEMAIS...

Grata surpresa para meus olhos e alma, o asfaltamento de uma rua bem pertinho da minha que dá acesso à rodovia.

Imediatamente, vou com minha mente sonhadora ao altar da fé, crendo que em algum momento, minhas esperanças serão recompensadas com o asfaltamento também da minha.

Portanto, feliz estou pelos meus vizinhos de bairro, após, terem sofrido por décadas o enfrentamento de chuvas, lama e mato, como eu, ainda sofro, afinal, de agora em diante, finalmente poderão circular dignamente.

Ponta de Areia e seus moradores merecem, afinal, se não tem a praia mais badalada pelos ricos e poderosos veranistas que por aqui, em sua maioria desfrutam férias, com certeza, é um enorme celeiro de lindas e acolhedoras pessoas, além de possui a maior extensão de areias brancas, frondosos coqueiros e águas mansas e mornas, banhando seu povo e impactando amorosamente seus visitantes o ano inteiro.

Penso esperançosa que com o asfalto, venha um “container” para armazenar o lixo e uma placa educativa.

Regina Carvalho- 22.3.2025

CONSEQUENTES EMOÇÕES...

Eita, essa minha mente quando, acorda a mil por hora, sacoleja meus neurônios sem piedade, levando-os a cada cinco segundos a manifestarem lembranças, questionamentos e desejos que me confundem, já que preciso ordená-los, afim de que processem por ordem cronológicas tantas informações, sem no entanto, preocuparem-se em dar-lhes maior ou menor importância e assim, criteriosamente não se permitirem que os desejos se revestissem de realidades, deixando-os no bendito altar dos quereres a serem vivenciados, onde por toda a minha vida, guardei as sagradas esperanças e donde, a qualquer instante, eu pudesse vê-las e assim, manter constante a fé nesta universalidade incrível da vida.

E aí, com a fé sempre visível, tudo ficou, se não mais fácil de ser vivenciado, pelo menos manteve-me bem distante de qualquer desânimo ou sensação de perda irremediável ou solidão.

Bendito altar da fé, que por inspiração ou indução da própria vida, alicercei a minha vida, não para ser perfeita, mas absolutamente coerente com o que eu fosse capaz de com os meus sentidos, dar sentido em minha mente, fosse lá, o que fosse, mesmo que contrariando os contrários.

Pra voce que me lê, uma sexta-feira, repleta de reais sentidos e consequentes emoções, onde a fé, seja o carro chefe de suas emoções.

BEIJOS!!!

Regina Carvalho- 21.3.2025 Itaparica

INSTANTE PRESENTE

A cada amanhecer, convenço-me do quanto, venho sendo determinada, afinal, fui aprendendo ao longo da vida a esperar sem ansiedades, abrindo assim, espaço para uma adorável paciência, que ao contrário do normalmente esperado, traz consigo uma leveza interior, difícil de ser descrita.

Quando lá atrás, compreendi a importância da certeza de que o que verdadeiramente me caberia, de alguma forma e em algum momento a mim chegaria, assim, como e se não chegasse, era porque jamais me pertencera, tudo se acalmou na complexidade de minhas emoções.

Homenagem da biblioteca no mês das mulheres.

Agradeço mais esta homenagem que enternece o meu coração.

Beijos e minha gratidão a todos os envolvidos.🌹

INQUEBRANTÁVEL CONTRAPONTO

Passei minha vida escrevendo sobre os comportamentos humanos e suas consequências físicas e emocionais, geradas pela maldita culpa que ora é imposta sorrateiramente, ora explicitamente, onde não cabem argumentações contraditórias, afinal, sempre foi assim...

UM CÉU ESTRELADO

Lá fora o céu ainda está escuro, olho atenta, mas não encontro com a limitação dos meus olhos, uma estrela sequer...

Serão meus míopes olhos ou já se recolheram, deixando-me com uma pontinha de frustração.

Pensei.

logo hoje, que delas me lembrei...

Dou-me conta de que há muito não as vejo, talvez, induzida pelos amanheceres que me fascinam.

QUERER BEM...

Recebi essa mensagem ontem a noite do meu sempre presente e carinhoso amigo Sergio Parmera, carioca como eu e que mesmo à distância, divide muitas afinidades, aliás, sempre fui muito abençoada no sentido de receber infinitas demonstrações de atenção e carinho o que é um privilégio em tempos de afastamentos e indiferenças que, afinal, tem adoecido emocionalmente as pessoas, induzindo-as a um afastamento frio e corrosivo, mesmo que estejam cercados por todo o tempo de outros, sem que haja aquele algo mais que não seja inerente as naturais convenções sociais.

ANTIGO, CAFONA, FORA DE MODA

E assim, vamos vivendo e jogando no lixo tudo que fazia sentido nas relações, inclusive as contradições, na crença provavelmente ingênua de estarmos criando uma nova era de justiças e resgates.

Será que este é o caminho ou melhor, seria ir aparando as arestas das tradições injustas e muitas vezes cruel com tesouras afiadas nos esmeris do respeito, sentimento capaz de abrigar todos os conhecimentos necessários, afim de que os jardins das convivências pudessem ostentar alamedas bem cuidadas e repetidamente aparadas em seus crescimentos desordenados, extraindo-se cautelosamente as ervas daninhas, sem macular o belo e viçoso ao seu redor?

CONVERSANDO COM DEUS

Obrigada pai eterno por mais este amanhecer

Obrigada pela saúde, fartura e conforto

Obrigada por ainda desejar, seja lá o que for

Obrigada pelas muitas perdas que me ofereceram ensinamentos

Obrigada pelos receios e medos que me despertam prudência

Obrigada pelo lúdico que colore a minha vida

Obrigada pelos abandonos que me tornam resistente.

Obrigada pelas almofadas que colocas em meus pés, amortecendo o meu caminhar, quando a estrada é de grosseiro cascalho.

Obrigada pela praia serena das minhas reações, depois de enfrentar mares revoltos. 

Obrigada pela paz em senti-lo dentro de mim, guiando-me através dos meus sentidos que ainda falham por estarem em contínuo aprendizado.

Obrigada por me manter segura, acolhida e amada por esta vida bonita que, afinal, és tu nas tuas infinitas representações, onde não cabem etiquetas, dogmas e discursos, assim como, rezas e louvores capazes de substituírem as ações e reações nos atos corriqueiros do apenas conviver.

Te amo vida, pai supremo de minha vida...

Regina Carvalho- 15.3.2025 Itaparica

FAZENDO O POVO DANÇAR...

Cinco horas da manhã e só agora posso ouvir alguns pássaros vindo em minha direção, mas ainda estão a uma certa distância, o que me faz pensar que desta vez, a farra noturna foi bem longe.

Nem um latido, tudo bem diferente de tantos outros amanheceres...

E aí, logo penso que nada se repete, tudo se transforma na natureza, porquê, então, haveríamos nós de permanecermos rígidos como vergalhões de ferro fundido?

Que força é esta que tolhe, enrijece ou suborna as benditas mudanças emocionais, sentimentais, mentais absolutamente  lógicas, assim, como ideias e ideais e o que é ainda pior, empanando o senso avaliativo oferecido pelo tempo e experiências vivenciadas?

TROCANDO DE PELE

Não sei você, mas eu, costumo acompanhar minhas mudanças de dentro pra fora, independentemente de minha intenção e disposição, afinal, simplesmente acontecem, como se minha pele emocional se trocasse de tempos em tempos.

Tudo se altera, menos as pessoas e o ritmo dos costumes a minha volta, o que durante muito tempo, alucinou-me, já que adaptar-me era um processo doloroso, confessando reconhecer, jamais ter logrado sucesso, quando muito, uma medíocre representação, já que acreditava que minhas mudanças poderiam não ser favoráveis a aqueles a quem amava, pois, neste quesito, estranhamente ao corriqueiro, jamais mudei, quando muito, me decepcionei, mas não para uma troca de pele. ponto final.

ACORRENTADOS

São cinco e dezessete, os pássaros já chegaram, os cachorros dos vizinhos já acordaram, eu estou a mil, mas o céu, bem...Este, continua escuro, amanhecendo lentamente anunciando sua falta de pressa, afinal, o outono está chegando.

A bem da verdade, nada permanece igual, inclusive, eu, nos meus amanheceres, já que nos últimos dias, tenho sentido uma certa preguiça para sair da cama, já que no verão, sou bem mais esperta e no inverno, se pudesse e as vezes me dou ao desfrute de só dela sair, quando, finalmente, o corpo ou o estômago doem.

MÉRITO E LEGADO

Desde que me entendo podendo pensar e este detalhe começou ainda muito cedo, quando tudo me intrigava e a curiosidade me fazia escaramuçar fosse o que fosse, apenas para compreender a sua razão de ser, afinal, eu precisava entender os fundamentos da sua elaboração e para tanto, fui mestre mirim em desmanchar brinquedos, quando com eles, deveria apenas, brincar.

Se fosse só isso, afora as palmadas e os castigos que não me foram poupados por minha severa mãe, tudo estaria dentro de uma certa previsão psicológica infantil, mal interpretada pelos adultos de minha geração, mas a Regininha, nunca foi fácil e transportou essa sua incontrolável e silenciosa curiosidade para a natureza, cuja beleza e grandiosidade, simplesmente a fascinava e é claro, as pessoas foram incluídas, transformando cada dia de sua infância e adolescência em laboratórios incomensuravelmente ricos, envolventes e gratificantes, já que lhe rendiam uma compreensão ilimitada que chamam de resiliência, uma capacidade amorosa que chamam de babaquice, um entendimento amplo e irrestrito sobre méritos e legados que ao longo da vida, certamente pautaram  sentimentos, emoções e consequentes atitudes e escolhas.

MELHOR DO QUE ONTEM

...foi assim que após cinco horas de profundo e regenerador sono, acordei constatando neste domingo.

Melhor em tudo, já que tenho o hábito incompreensivo para muitos de me fotografar tão logo acordo, sem maiores retoques faciais, além de lavar vigorosamente o rosto e escovar os dentes.

Vaidade, loucura ou o quê?

Simples... Preciso reconhecer-me diariamente para que ninguém e principalmente algo, seja capaz de me fazer esquecer o quanto, sou capaz, bonita, saudável, um verdadeiro milagre do criador, constatando que quanto mais vivo, envelheço a matéria, mas rejuvenesço minha mente e minha alma, colorindo ambas com a minha tenacidade amorosa em corrigir minhas imperfeições de caráter e meus vícios comportamentais.

PIPAS COLORIDAS

Antes mesmo de encontrar a lógica em sala de aula, já a procurava e confesso, nem sempre fui capaz de encontrá-la nas atitudes humanas.

A surrealidade sempre esteve presente em minhas constatações desde a infância, fazendo de mim, ora uma questionadora, ora uma observadora que buscava na natureza, respostas para os meus espantos sistêmicos, afinal, quase nada se encaixava como as luvas de pelica que as mulheres ao meu redor de minha geração ainda usavam, mas que logo abandonaram, assim, como todo  o restante dos detalhes que as tornavam elegantes e adequadas a cada ambiente, não demorando muito, para que a “descontração” sem limites, tomasse posse das ruas e avenidas, das praias e das piscinas, das festas e dos lares, migrando para os modos e tratos com os demais, estimulados por mídias contemporâneas que ditavam as “modas sem modos” dos momentos.

SEM HIPOCRISIA...SEXO É BOM DEMAIS

São sete horas desta manhã desta sexta-feira ensolarada e pós carnavalesca que, graças a Deus, com o meu paraíso um pouco mais meu, sem tantas interferências coloridas e músicas (desculpem, pois sou avessa à carnaval, além de muito ciumenta deste pedacinho de céu chamado Itaparica).

Pois é...

Só agora escrevo meu texto, mas desde cedinho estou ativa nas postagens, buscando coragem para escrever o que me inspirou tão logo, acordei, já que me imaginei palestrando especificamente sobre eu, mulher esquisita da terceira idade, podendo incluir os comentários que certamente aconteceriam, já que o “etarismo” por mais disfarçado que se mostre, ainda é devastador em todos os seus aspectos,  constatados em qualquer cotidiano das conivências, afinal, isso ou aquilo, não fica bem de ser vestido, falado, escrito e muito menos vivido, depois de certa idade.

BRECHA DA ESPERANÇA

“Sou de um tempo em que as vivências atestavam as realidades”, já que o marketing era restrito, alastrado em sua maioria, através de uma boca a boca criteriosa.

Penso que a ética que já era capenga, mas ainda circulava usando muletas, hoje, está totalmente paraplégica, totalmente dependente das ocasiões.

 A empatia com seu senso de limites, ainda guerreava, afim de sobreviver, mesmo, entrando e saindo do CTI social e sendo alcunhada de hipócrita.

DORMI COMO UMA PATA

Não que eu seja entendida em como dormem as patas, todavia, esta era uma expressão muito usada por minha mãe e sabe como é; ficou gravada em minha mente e vez por outra, a memória traz de volta e com ela, um tempo ingênuo, como nunca mais houve.

Um tempo repleto de diferenças de todos os níveis

Um tempo onde não se disfarçavam as dificuldades

colorindo uma igualdade não existente.

Um tempo do rico e do abastado, do culto e do ignorante, do homem e da mulher...

REFLETINDO...

Não há nada mais chato e monótono, além de altamente pernicioso, que se conviver com uma pessoa que, por todo o tempo é certinha, dona das verdades absolutas em relação a tudo, possuindo uma frase ou um discurso de efeito envolvente com aparência e efeitos solucionadores, para cada travada ou tropeçada que venhamos a dar em nossas vidas.

Estas são pessoas que se apresentam como figuras místicas, com ligação direta com Deus e que, portanto, tudo sabem, além de imunes ao sofrimento e a dor, assim, como aos riscos de se tornarem corruptas em qualquer que seja o aspecto e etc., e tal...

O MEDIOCRE POPULAR...

Ouvindo e vendo mais uma live do cantor pernambucano, Ayrton Montarroyos que particularmente sou admiradora, isto porque além de selecionar e trazer sempre o melhor já produzido pela MPB com sua afinação e delicada voz, ainda  dá luz as histórias  de cada uma, assim, como de seus interpretes, deixando pelo menos para mim, a constatação do quanto, somos um povo sem tradição cultural, não por falta de subsídios de grandeza, mas porque, pela dimensão continental dividido em regiões específicas e cada uma, sendo colonizada por influencias distintas europeias, criaram cada qual, sua própria cultura local e na maioria das vezes, sem comunicação entre elas, isolando-as até pouco mais de algumas décadas, quando então, as mídias foram responsáveis pelas suas interações, mas ainda assim, carregadas de influências especificas internacionais, pouco popularizando com raras exceções, belíssimas músicas e seus representantes  criativos, vocais ou ambos. 

NÃO SEI VOCÊ

...mas em todas as ocasiões em que preciso tomar uma decisão, aguento o rojão com cara de paisagem, mas depois do caso passado, o primeiro cérebro (mente, alma e espírito), entra no estado pausa e geralmente, adormece, provocando um profundo relaxamento, enquanto o segundo cérebro (intestino com apoio da bexiga), começa um processo muito abrangente e se prepara para uma limpeza geral, reunindo para eliminar criteriosamente, todas as bactérias não necessárias e assim, não deixando nada infeccionar, restaurando por completo a Regininha.

Foi assim a vida inteira...

Coisa de louco!!!

MANGAS – BOCAS E INSPIRAÇÕES

Ontem, senti tantas emoções diferenciadas, aliadas ao fato de ter ido me deitar só depois, que o Show do Oscar terminou, fechando com chave de ouro meu Pot-pourri de sensações que hoje, já são nove horas desta segunda-feira de carnaval e ainda, não consegui escrever uma só linha, como se minha fada madrinha de inspirações, tivesse ido dar umas voltinhas e me esqueceu por aqui.

Que coisa, viu!!!

CARIOCA ESQUISITA...

Neste domingo de carnaval, acordei confesso, um pouco enfarada com as músicas carnavalescas que associadas as imagens das aglomerações humanas, onde o rala e rola nas avenidas de grande parte do país, não me deixam esquecer o quanto, definitivamente não aprecio qualquer tipo de multidão, como as temo. 

Irracional ?

Provavelmente, afinal, que eu me lembre, jamais passei algum tipo de perrengue que justificasse essa sensação que reforça meu sempre arredio comportamento em relação ao carnaval ou a qualquer evento onde exista um sem número de pessoas e a possibilidade do espreme e puxa.

ME DEI CONTA

...meio que surpresa, se é que isso é possível para alguém como eu, absolutamente voltada às identificações das características de meu modo de ser e de agir, assim, como da crua realidade de meu lugar no mundo.

Pois é... Há de se ter sempre algo para se aprender sobre tudo, principalmente, sobre nós, criaturinhas complexas e abusadamente controversas que por todo o tempo duelamos com o sim e o não em batalhas que nos seus finais, deixam nem que seja, uma pontinha de incerteza que em alguns casos, se transforma em frustração e ansiedade ou qualquer outro nome que a ciência do psiquê, queira dar aos desajustes da essência em sua adaptação a existência.