sábado, 30 de março de 2024

O TANTO QUE AMEI...

Até 2015, quando precisei fazer uma cirurgia seríssima, afim de extirpar um possível câncer intestinal, o que graças a Deus não se confirmou, jamais havia pensado na minha finitude, mesmo, já tendo perdido, a maioria de minhas referências amorosas, todavia, viver e morrer por mais alegre ou doloroso que seja, na realidade é a lei natural da vida e acabamos todos nós, nos acostumando a conviver com estes dois fatos imutáveis, até que, estejamos sentindo na própria pele seus efeitos.

E aí, solitária numa cama de hospital, tendo o teto branco e a frescura do ar condicionado, como companheiros dia e noite, querendo ou não, pensar na minha vulnerabilidade foi recorrente, até que, a vontade de viver se tornou mais forte e passei dali em diante, a avaliar tudo quanto, valia ou não continuar em minha vida. 


quinta-feira, 28 de março de 2024

O mês de março que se tornou o mês da mulher está chegando ao fim, não sem antes, deixar violadas e tombadas muitas delas, através da insanidade masculina em crer-se proprietário de suas vidas, senhor de suas vontades, mesmo daqueles que se dizem aliados desta luta milenar de direitos.

Se não sou especialista acadêmica do assunto, certamente, sempre fui uma armazenadora de dados cotidianos, sofrendo na pele, as mais comuns das descriminações e pasmem, não só dos homens, mas também das mulheres.

E aí, venho tentando entender, crendo que serão necessárias muitas outras mentes pensadoras para que as mulheres possam verdadeiramente, se sentirem parte de um todo vivencial, sem estarem expostas a todo tipo de rejeição que com o tempo foi se camuflando, mas que na realidade, continua fortemente resistente e atuante.


quarta-feira, 27 de março de 2024

Para refletir... SE ESTÁ TUDO BEM...

E repente, percebo assustada que posso tudo, desde desviar dinheiro público, flagelando milhares de seres humanos, posso fumar maconha, dar uma cheiradinha básica no pozinho da felicidade, transar sem limites e na mesma proporção fazer os abortos necessários, dormir com o marido de minha melhor amiga, pensar e fazer tudo que me vier a cabeça, desde que em público e nos meus escritos e falas, eu seja, a dona certinha com uma narrativa, politicamente correta, mesmo que todos saibam a imensa farsa que represento, afinal, o que interessa na era atual, não é o que você é ou faz, mas o que você exibe.

Puts Grila, e quando é em nome de Deus, ainda fica mais convincente.

Nunca precisei ser tão falsamente polida, tão artificialmente educada, tão abusadamente camuflada para não dizer o que penso e a isto, chamam de liberdade e sociabilidade.


FONTE DE VIDA

O outono chegou trazendo uma chuvinha fraca por estas bandas, mas em outras, meu Deus, que devastação...

Penso então, que enquanto em meus amanheceres preocupo-me com a mudança dos aromas vindos do jardim, com o repertório dos pássaros que inegavelmente se alterou, infinitos outros, sequer terão um novo amanhecer, perdidos entre o barro e os escombros, num espetáculo dantesco que a mídia explora até a última vítima.


terça-feira, 26 de março de 2024

EU GOSTARIA DE SÊ-LOS...

A hipocrisia é irmã da inveja e ambas com suas viseiras preconceituosas, circulam disfarçadas em sua maioria, entre sorrisos e beijinhos, não escolhem sexo e muito menos, status social, sendo encontradas em palácios e barracos, afinal, alguém, sempre tem ou é algo o que o outro gostaria de ter ou ser.

Que coisa, viu!!!

Geralmente, a coisa desejada e pertencente ao outro, exigiu deste, uma garra e disciplina que o invejoso que também é preguiçoso e inerte, jamais esteve disposto a copiar.

Então, como veneno que faz doer a alma, o invejoso cola pra ver se por contágio, consiga também ser e ter, esquecendo-se que a doença do sucesso, seja lá do que for, não é transmissível.

Aprendi, ao longo da vida que ter um invejoso de estimação é altamente benéfico, afinal, ele é como uma eficiente vassoura que varre para bem longe, qualquer outro que se aproxime, afinal, não admite concorrência.

Portanto, se atente, olhe ao seu redor, identifique-o sem medo ou rancor, alimente-o com sua generosa presença, deixe ele ser vez por outra a sua sombra, sempre que houver plateia, pois, o coitado, só se alimenta dos aplausos alheios dos quais, se convence também merecer.

Cá pra nós, de invejoso e hipócrita, todos nós, temos a nossa dosagem.

Beijos para você que me lê, sabedor que com minha parcela de hipócrita  solitária no reduto que afirmo me pertencer, mas que na realidade é um pequeno  paraíso de Deus, onde me coloco a cada amanhecer para sorver uma fração da luz Divina, também o invejo, pela paciência que você me disponibiliza, dia após dia, nesses meus voos carregados dá mais ardilosa e imensa inveja dos meus pássaros e borboletas. 

Ah! como eu gostaria de sê-los...



segunda-feira, 25 de março de 2024

VIDA- O ÚNICO DEUS QUE RECONHEÇO

Apesar de não professar especificamente uma religião, fui a minha vida inteira uma admiradora fervorosa de Jesus, buscando seguir com devoção e ao pé da letra, tudo quanto, me foi inspirado ao ler incansavelmente o novo testamento, especificamente e supostamente relatado por Mateus, buscando atentamente o que me parecia condizente com a mente e alma de um ser absolutamente livre que compreendeu, observando os seus, os animais e a natureza em si, o que era divino na concepção da lógica das semelhanças, separando as intervenções do homem com sua sempre imensa capacidade criativa e manipuladora.

Todavia, sua maior descoberta foi a de encontrar e sentir Deus dentro de si, revelando-se equilibrado e amoroso, sempre o induzindo a buscar na vida e no tudo que nela existe, as verdades, as virtudes e a sabedoria, razões únicas para se usufruir de uma vida plena.


NAMORANDO A VIDA...

São cinco horas e vinte e sete minutos e só agora, a luz de um novo dia, surge no céu, enquanto, a chuvinha leve da madrugada se despede, abrindo espaço para que os pássaros se cheguem mais à vontade, trazendo seus cantos de outono que se bem observados, são diferentes em seus estribilhos.

Ontem pela manhã, as cigarras resolveram apresentar seus particulares espetáculos, unindo seus talentos e num coro surpreendente que confesso, emocionou-me tanto, que não fui capaz de mover-me para registrar, preferindo sentar-se no meu balanço da varanda, só para de camarote, apreciar tão exclusiva apresentação.


domingo, 24 de março de 2024

NAS ASAS DO IMPONDERÁVEL...

Pela milésima vez estou me deliciando neste domingo de Ramos com as composições e regência de belíssimas músicas de composição de Burt Bacharach, mas acima de tudo, prestando atenção neste homem que na época deste concerto já estava próximo aos 90 anos, mas que com a leveza de um jovem entusiasmando com sua própria criação, acompanhava cantando ou apenas mimicando seus fantásticos acordes e eu, absolutamente encantada, aqui em meu pedacinho de paraíso, permaneço me embebedando destas maravilhas que me remetem a outros mundos, outras esferas existenciais, provavelmente, tal como ele, onde o ideal desejado, certamente se encontra e onde por lá, podemos estar bem pertinho do melhor de nós mesmos.

Neste domingo, acordei preguiçosa ou será que apenas, quebrei a rotina afim de engambelar, nem que seja, a realidade que por ser tangível, às vezes, pede socorro, querendo mais, muito mais.?.

Não tenho certeza, talvez...


Medalha Thomé de Souza à Sra. Eloysa Cabral Novaes - Ver. Alberto Braga

22/03/2024 - Salvador. Ba

Esta amiga, irmã de alma e linda em todos os aspectos visíveis ou não, foi um dos mais valiosos presentes que ganhei desta Bahia que me acolheu carinhosamente.

Parceira nos projetos sociais em Itaparica, amiga solidária nas dores e perdas, cumplice fiel nas gargalhadas e nos silêncio necessários.

Bendito foi o dia em que a ti, fui apresentada.

Você é luz!!



sábado, 23 de março de 2024

MIMOS E INSPIRAÇÕES...

Bendito sol na sua persistência em chegar até a mim, arrastando-se atrevido pelo piso da varanda, escalando a parede, desafiando o pesado telhado até me alcançar ainda, meio sonolenta no espaldar da janela e então, me abraça e ainda contando com a cumplicidade de um bem-te-vi, faz soar em meus ouvidos um caloroso bom dia, neste sábado de outono, presente da universalidade que previu que eu me levantaria saudosa, tal qual, havia me deitado.

Não se trata de tristeza, amargura ou depressão, é tão somente, saudade da presença, do cheiro e do toque, sempre constantes em minha vida.

Fixo meus olhos no sol, sinto-o em minha pele, respiro fundo e absorvo os aromas deste amanhecer e como ardilosa criatura, convenço-me sem também qualquer constrangimento que és tu, meu amor, que veio me consolar.

E como o fizestes em infinitas outras ocasiões, mima-me delicadamente, inspirando-me a poetizar sobre o belo e o imutável.

Regina Carvalho. 23.03.2024 Itaparica



sexta-feira, 22 de março de 2024

BOM DEMAIS ...

Gente, hoje acordei pensando no tudo de bom que tive a sensibilidade de escolher para fazer parte de minha vida, sem aceitar interferência de ninguém e tão pouco, deixei-me enfraquecer ou desistir frente as naturais dificuldades que precisei enfrentar, quando, decidi por puro instinto libertário, escrever a minha própria história, principalmente e infelizmente, quando se é mulher e aí, fico pensando, naquelas que além do mais, são negras, num país com o histórico de baixo ou nenhum  letramento, sem personalidade definida e repleto de espertinhos e safadinhos, que, antes de tudo, só pensam em si mesmos e em manterem as hipócritas tradições comportamentais, cedendo tão somente, quando os convém.

Paro um pouquinho, respiro fundo, sorrio e me sinto “foda,” sem qualquer constrangimento ou falsa modéstia.


quinta-feira, 21 de março de 2024

CARTAS DE AMOR

Ainda me lembro e lá se vai uma vida, onde as recebia e as respondia, mal podendo conter o volume das emoções, que como águas cristalinas dos sentidos, formavam farta cachoeira que desaguava em mim.

A figura do carteiro, surgia como um “trazedor de prazeres” e por ele esperava-se com ansiedade e ao vê-lo, ainda a distância, o coração acelerava, a boca ressecava e as mãos tremiam, quando, na bendita carta, me era possível, tocar.

Saudades das quimeras dos sonhos e ilusões de uma adolescência que foi moldada com a ternura e ingenuidade, numa época, onde o romantismo era a palheta que dispunha as cores dos arco íris, das expectativas, das descobertas.

Nas recebidas, vinham pétalas de minhas flores preferidas e nas respondidas, lá iam páginas com o aroma de meu Miss Dior, preferido.

Como não lembrar das infinitas cartas de amor, pérolas trocadas 

de sutilezas, carinho e elegância...

Como não se ver e se sentir moldada e ao mesmo destoante, num depois, que foi se perdendo em meio aos detritos dos valores estilhaçados?

Cartas sobre amores que se eternizaram nas almas daqueles que as trocavam...

E quando chegavam em forma de bilhete, apenas dizendo; eu te amo, o céu mesmo estando nublado, resplandecia em luz, fazendo por um instante, o coração parar, não havendo maior emoção, que só quem viveu, tamanha experiência, é capaz de mensurar, o quanto, se tornaram marcas indolores, mas irremovíveis no caráter e na forma carinhosa de sentir a vida.

Feliz de quem, como eu, trocou cartas de amor...

Regina Carvalho.21.03.2024 Itaparica



quarta-feira, 20 de março de 2024

PRATICAMENTE SOZINHA

Posso escutar os grilos, os sapos e o galo do vizinho a distância, mas onde estão os meus pássaros nesta madrugada ainda com o calor do verão?

Como posso ter um despertar completo sem os sons diversificados de seus “bom-dia”?

Onde estão vocês meninos rebeldes, sem os quais minha vida perderia muito do brilho que possui?


terça-feira, 19 de março de 2024

E lá se foi...

Calor sufocante que faz escorrer o suor que brota incessante de meu corpo...

Gotas salgadas que como lágrimas se misturam às muitas das minhas decepções.

Desconsiderei o canto da cigarra visitante fora de época, que, optou por cantar até morrer nos canteiros de meu jardim, querendo como último de seus feitos, alertar-me da dor que se aproximava, da traição que se agigantava, mostrando-se solidaria à morte dos últimos dos cisnes da minha teimosa ingenuidade.

Não há mais quimeras que disfarcem o lixo

Não há mais poesia capaz de colorir

Não há mais flores cantadas e recitadas que perfumem

O chorume do real, do palpável, do tangível...

Onde encontrar ética, decência e dignidade?

E lá se vai com as marés de março, tudo quanto, cri ainda ser possível existir...

Regina Carvalho- 19.03.2024 Itaparica



RECONHECIMENTO IMEDIATO...

Minha alma serena nesta manhã de terça-feira, abraça o sol pleno que desde muito cedinho se mostra sem constrangimentos nesta terra baiana que tanto amo e à qual, busquei, sem mesmo ter qualquer maior referência, sendo esta, apenas mais uma do trajeto empreendido, quando, como se fosse uma surpresa, surge entre o sol vibrante e as águas mansas e silenciosas, garantindo aos meus sentidos, o reconhecimento imediato do Edem de minha existência terrena.

Incrível encontro de vibrações, tais quais, os amores por mim conquistados, bastando um único olhar para que o meu mais profundo eu, compreendesse que se tratava do especial.

Jamais precisei de tempo, espaço ou oferendas para deixar meu todo de criatura humana absorver as delícias de me sentir amando, mesmo tendo a consciência de que a partir destes inusitados encontros, muitas águas haveriam de jorrar desta cachoeira de pura vida, afinal, nada de real importância, se mostra fácil e sem pedras pelo caminho.

Os verãos chegam e se vão abrindo passagem para os outonos que amistosos, aceitam pelo menos por aqui, neste pedaço nordestino, a presença do sol como parceiro de vida e liberdade, muitas vezes, confundindo as estações, muitas vezes, levando aos distraídos como eu a crerem ainda ser o bendito verão que se prolonga, teimosamente, não querendo se espedir, tal qual, neste amanhecer de luz vibrante.

Confusões e interferências à parte, tanto o sol, quanto a certeza do meu amor, jamais esmoreceram ou demonstram sinais de desistência.

Bendito sol que teimoso, sempre aparece, bendita terra sempre pronta a acolhê-lo, benditas estações que mesmo distintas em suas próprias naturezas, insistem em se manterem solidárias.

Bendito dia que amanhece, benditas as pessoas que me leem, bendito universo que nos une.

Bom dia!!!

Regina Carvalho-19.03.2024 Itaparica👇👇👇👇👇👇

Ponte do Funil - linha divisória entre o tudo mais e o meu paraíso.



segunda-feira, 18 de março de 2024

SIMPLESMENTE VIVER...

Neste amanhecer o tudo de bom está acontecendo e ao ler esta minha afirmativa, provavelmente alguns dirão que sou uma idiota da terceira idade que não tem o que fazer e então, usa as redes sociais para preencher o ostracismo de sua vida e de certa forma, estão certos, afinal, neste mundo repetitivo, agressivo , alienado e de valores confusos, alguém da minha idade que tanto já viveu e arrebanhou de gozos e sofrimentos, com certeza, busca um refrigero e eu, não sou diferente e, não esquecendo que sou uma tola idiota, cá pra nós, pode haver algo que possamos querer de maior valor que, simplesmente viver?

Bom demais da conta...


domingo, 17 de março de 2024

SEM DIGNIDADE E SEM HONRA...

Há quem pense que para um crime acontecer, uma arma letal se torna necessária, mas não, muito pelo contrário, existem pessoas que ao se tornarem políticos, automaticamente, se tornam genocidas ou cumplices de algum, o que dá no mesmo, tendo em mãos, apenas uma caneta.

Penso então, como algumas expressões ganham espaço na mídia e na mentalidade atrofiada de um povo sem o devido letramento, que como uma ilha vive cercado de mentiras e engodos.

O que é ser uma pessoa genocida?


sábado, 16 de março de 2024

TATUADO EM MIM...

A tarde lá vem chegando sem pressa e eu, no mesmo ritmo a ela me entrego, deixando o corpo relaxado e os dedos flexíveis, afim de que possam seguir o compasso de minha mente que ao contrário da tarde, tem pressa...

Pressa para escrever, forma bendita de pedir socorro pelo melhor de mim, afim de proteger o que sobrou das muitas queimadas que precisei atravessar nesta vida, abrindo mão de quase tudo, apenas para salvar a minha autenticidade que como uma nuvem suave, a tantos sempre ameaçou sem que eu pudesse entender as razões.


REFLETINDO

“Compreender Jesus, não significa imunizar-se ou tornar-se invisível às coisas do mundo, mas com certeza é estar mais estruturado emocionalmente, trazendo para si e para o tudo mais, a simplicidade de sua alma, a firmeza de suas atitudes e a grandiosidade de seus propósitos pessoais em transformar-se num ser humano mais real, onde o respeito a sua própria natureza deve ser inspiração aos seus semelhantes”.

Regina Carvalho- 16.03.2024 Itaparica Cidadania



sexta-feira, 15 de março de 2024

Acordei, que maravilha!

Senti que sonhei gostoso, mas tudo que me lembro é de estar segurando uma linda criança. Já tentei de tudo para lembrar do restante e até, associei o sonho ao fato de antes de dormir, ter visto uma foto do netinho de uma amiga.

Pode ser...

O fato é que raramente lembro dos meus sonhos, as vezes, alguns fragmentos como neste amanhecer e aí, pensando nisto, pondero que é irrelevante eu me lembrar ou não, afinal, qual seria a utilidade, se sequer consigo me ater as coisinhas do cotidiano de minhas ações, algumas delas, tão cruciais que determinaram a forma como sou avaliada, mas até isto, jamais me incomodou, afinal, sou o que sou, não sem me esforçar dia a dia para ser um pouco melhor, mesmo reconhecendo que sou tão distraída que constantemente me esqueço daquilo que me propus mudar.

Que coisa, viu!!!

Regina Carvalho-15.03.2024 Itaparica



quinta-feira, 14 de março de 2024

O DESMONTE DAS CAROCHINHAS

Não houve um só dia que não tenha surgido em meu cotidiano, situação onde qualquer que fosse a carochinha, morresse.

Duramente tentei salvar algumas, assoprando-lhes todas as minhas intenções amorosas que mais pareciam desesperadas tentativas, onde somente eu, via esperanças.

De que me adianta revê-las uma a uma, numa prática sadomasoquista, se nada mais posso fazer a não ser perdoar-me, mas ainda assim, causando-me se não a mesma dor, já que consciente da inutilidade dos meus esforços, posso avaliar sem emoções envolventes, sem, no entanto, deixar de constatar a imensa perda de tempo e energias em propósitos, alguns, natimortos e outros irreversivelmente condenados.

Viver é isto?

Perseguir o desejado, tentar reter o conquistado para depois, limpar as feridas das perdas, numa constante avaliação do custo e benefício? 

Essa é a trilha que levará a mim e outros tantos mais que se cercaram da carochinha, ao vislumbre do paraíso ou será, esta, outra carochinha, afim de consolar e impulsionar corações e mentes tolas a seguirem caminho, ainda apegados a certas esperanças, bálsamos necessários para o não enlouquecimento?

Sinto-me mais real e talvez, por isso, estou assustada com tantas novidades esclarecedoras, mas também saudosa das ilusões das muitas carochinhas que pensei serem palpáveis em minha vida, afinal, elas eram propósitos que hoje, já não me cabe alimentá-los.

Diante de mais esta constatação, percebo que se por um lado, sinto-me aliviada, com menos peso para carregar, por outro, a angustia, busca morada...

Regina Carvalho- 14.03.2024 Itaparica.



quarta-feira, 13 de março de 2024

A MORADA DO PAI!!!

Vários dias tem se passado sem que eu consiga retornar a velha rotina de acordar e quase que imediatamente, começar a escrever.

Por que será, já que não tem me faltado assunto e muito menos inspiração trazida pelos meus pássaros?

Nem mesmo a chegada triunfante das cigarras na tarde de ontem, foi motivo para uma reflexão matinal neste amanhecer.

Que coisa, viu!!!! 


terça-feira, 12 de março de 2024

NOSSO CÉU E NOSSO INFERNO EXISTENCIAL

Notas de arrependimentos expressados em nada alteram os feitos realizados, ficando como respaldo ao universo, tão somente, as vibrações sentidas e transmitidas.

O que acontece é que o simples ato de admissão de culpa, seguida de arrependimento, liberta a consciência das criaturas, dando-lhes, salvo-conduto para continuar sua caminhada vivencial, livre de um peso que o incomodava.

Todavia, estas vibrações em algum momento, retornarão reabastecidas e robustas, pois, pelo trajeto vibracional, absorverão outras tantas que foram geradas por aqueles que absorveram, assim também das energias cujas afinidades, se encontrarão.

A vida é como uma roda gigante que gira e gira, parando sempre nos mesmos lugares da partida.

Daí, ter-se o cuidado na prática vivencial, pois o que vai, volta e jamais da mesma forma que foi.

Essa premissa, destrói a crença de um céu e um inferno, pois ao transmutarmos, já teremos emitido e recebido os bônus e os ônus de nossas emissões energéticas, integrando-nos naturalmente, na somatória de nossas afinidades.

Regina Carvalho- 12.03.2024 Itaparica



segunda-feira, 11 de março de 2024

POR QUE DESISTI?

Será que desisti ou simplesmente, compreendi os meus limites?

Reconhecê-los a princípio trouxe-me uma sensação de fraqueza, inoperância, incapacidade e tudo quanto, fez que eu me sentir um ser menor, mesmo tendo me esforçado muitíssimo vida a fora, buscando conhecimentos diferenciados, crendo tratar-se de uma necessária bagagem, afim de que minha mente estivesse pronta para melhor avaliar e até, aplicar no cotidiano político. 

Bobice, tolice, idealismo que hoje, vejo como simplesmente, ingenuidade ridícula.

Como eu me enganei ou melhor, como me deixei enganar... 


REFLETINDO

A consciência de que não preciso de mais nada, além do tudo que sempre tive, porque me ofereceram ou batalhei para ter e, agora, batalho para mantér, associado a um sentido de gratidão pela compreensão de que a maioria nunca teve sequer a oportunidade para tentar, faz de mim, uma criaturinha feliz, incapaz de pensar em algo que não agregue no mínimo, respeito aos meus relacionamentos.

Lutar pelos direitos que creio serem universais para cada criatura humana e que lamento precisarem de leis para serem cumpridas, na maioria das vezes, mal e porcamente, não tira de mim o respeito que devo ter com os transgressores, novamente lamentando que os mesmos, como defesa de seus crimes humanitários, se tornem agressivos, numa autodefesa injustificável.


sábado, 9 de março de 2024

MISTÉRIOS E ENCANTOS...

Acordei mais que de um sono noturno, mas das trevas de alguns não entendimentos que geralmente, dizemos: A ficha caiu...

Ao longo da minha vida dedicada ao conhecimento de certos comportamentos que percebi serem geradores de infinitos conflitos entre as pessoas, fui também, deixando naturalmente muitas fichas cairem, não sem antes, rasgar-me profundamente neste insano propósito, afinal, de que me adiantaria apenas a superfície das aparências?


sexta-feira, 8 de março de 2024

MULHER- APENAS UM SER HUMANO

Provavelmente, eu poderia escrever tudo quanto, nesses sessenta e sete anos em que o dia 8 de março foi determinado para ser o símbolo da contínua luta da mulher pelos seus direitos como pessoa humana.

Poderia inclusive ressaltar tudo quanto, cada mulher aqui na nossa pequena e paradisíaca Ilha de Itaparica ou em qualquer lugar deste planeta onde o ser humano esteja inserido, a grandeza e importância de sua presença na construção e manutenção do bem mais precioso que é a vida.

Todavia, tanto já foi falado neste aspecto, assim como a respeito da ainda existência de culturas que as vê, tão somente, como um simbolismo reprodutor sem maior importância, mas não, opto em aproveitar este espaço midiático para agradecer o fato de ter nascido mulher e a oportunidade de me manter inserida em direitos numa sociedade ainda tão repleta de desigualdades, neste e em infinitos outros aspectos.


quinta-feira, 7 de março de 2024

QUE COISA, VIU!!!!

Percebo que a cada dia, vamos perdendo as características que nos diferenciam dos demais animais sem que como eles, sejamos capazes de manter o senso bendito de pertencimento espacial, pois velozmente, estamos destruindo tudo quanto, é capaz de nos manter vivos.

E aí, tantos conhecimentos para que servem mesmo?

Cinquenta décadas passaram e, novamente me situei bem próxima de meu mar professor e amigo, acreditando que já o conhecia, qual nada...


quarta-feira, 6 de março de 2024

PELOURINHOS DA CONVIVÊNCIA

Não há nada que mais me comova que a elegância, não somente aquela revestida de luxos e brilhos, mas a elegância da essência que é abastecida da bendita simplicidade, prima irmã da humildade de se reconhecer apenas, mais um entre infinitas outras maravilhas, independentemente do tamanho de seu prestígio ou conta bancária.

A elegância gera o bom senso, o equilíbrio, a razão e o amor em todas as convivências e mesmo sendo nos dias atuais, piegas, acreditem, ainda é o que sobrou de relevante para se exercer em qualquer área do convívio entre as criaturas.


MÊS DA MULHER

Neste mes dedicado as mulheres, minha amiga Eloysa Novais do Boulevard, será homenageada de forma justíssima por oficialmente ter estado por mais de 25 anos, em parceria com a PM a frente do Conselho Comunitário do Rio Vermelho, desenvolvendo um altruísta trabalho de cunho social, estendendo-o por duas vezes à Itaparica, ajudando-me a implantar cursos de treinamento profissional, ministrados por oficiais daquela prestigiosa corporação com enorme sucesso, onde oferecemos certificados para cerca de 180 jovens.

Ainda hoje, mesmo depois de um sério problema físico, lá está ela, ativamente criando e ainda participando e isso, com certeza, merece o carinho do reconhecimento da cidade.

Discreta, humilde, disciplinada, solidária e uma crítica ativa, sempre oferecendo alternativas de amparo ao bem estar do ser humano.

Te amo querida e certamente, milhares de outros também.



terça-feira, 5 de março de 2024

REFLETINDO

Estou aqui pensando que não é gratuita a violência que tem nos assolado de todas as formas possíveis, afinal, ela é o troco maldito de nossas compras constantes, vaidades negociadas, concessões desregradas.

Acusamos uns aos outros, discordamos sem ponderar, amamos sem critérios, desconfiamos sem causas evidentes e matamos se somos contrariados.

Transformamos as redes sociais em válvulas de escapes de nossos infernos íntimos, fazemos de nossos semelhantes sacos de pancadas e escondemos as traves de nossos olhos, apontando freneticamente os ciscos alheios.

Nos sentimos guerreiros combatendo o mal, num endeusamento doentio, onde somos Deus e o Diabo ao mesmo tempo, onde gritamos por justiça e por ela nos tornamos vítimas e algozes.

Pouco mudou em nós, apesar das muitas evoluções. Afinal, continuamos escravos da insistente insanidade.

Vaidade sorrateira, arrogância camuflada.

Humildade produzida com as folhas secas da insensatez.

“Senhor Deus dos desgraçados!

Dizei-me vós, Senhor Deus!

Se é loucura... se é verdade

Tanto horror perante os céus?!” – Castro Alves

Regina Caralho-05.03.2024 Itaparica



segunda-feira, 4 de março de 2024

AS BRISAS E EU...

Sentada na varanda, deliciando-me com o vento fresco desta manhã que se inicia, presente da chuvinha da madrugada, podendo ouvir o farfalhar de folhas e galhos, em uma sinfonia que me faz relaxar.

O tudo mais está silencioso ao ponto de fazer-me curiosa em relação ao som do latido do cão, tentando adivinhar de que direção vem.

O galo, há tempos se calou...

O cheiro é úmido, absolutamente envolvente, lembrando-me que se as amoras, as mangas, os cajus estão partindo, não sem antes terem deixado suas belezas e sabores, impregnados em mim, só para eu não esquecer das delícias deste pedaço de chão baiano, que chamo de meu.

Fecho os olhos entre uma palavra e outra, inebriada por todas estas energias que me rodeiam...  

Tudo vai bem, porque eu vou bem. Tudo me parece bem, porque eu assim o vejo e, enquanto, declaro à vida meu estado de espírito, sinto-me tocada por um pendente galho da amoreira.  Será que é a sua forma de me beijar, cumprimentando-me por mais um dia que começa?

Talvez, quem vai saber as infinitas formas que a natureza expressa seu carinho... 

Gosto de sentir os seus toques enquanto a chuvinha volta, agora, um pouco mais forte, fazendo faltar da terra os perfumes que simplesmente amo. 

E neste colóquio amoroso, sinto o meu corpo sendo continuamente alisado pela brisa que suavemente percorre o meu corpo, levemente fazendo voar as mechas de meu curto cabelo, arrepiando minha nuca, enquanto me envolve no mais divino abraço.

Olho ao redor e me sinto em paz.



domingo, 3 de março de 2024

Desculpem-me

Desculpem-me aqueles que não gostam de mim e até mesmo, aqueles que por gostarem tanto, mas que por alguma razão se sentem afrontados com a minha alegria de viver. Afinal, quando fazem comentários fora do contexto escrito por mim, apenas na ânsia de me agredirem, deduzo tratar-se de um amor enrustido por tudo que represento, afinal, não conseguem admitir que uma mulher na casa dos setenta, depois de roer todos os ossos que a vida lhe apresentou, ainda com alma e mente leves e sem qualquer idade, abusadamente não se cansa de flertar com a vida, fazendo dela, inspiração de seus próprios instantes existenciais.

Desculpem-me por insistir em levar o melhor que podemos sentir e vivenciar, consciente que já existem infinitos outros que optaram em apenas, mostrar o doloroso e o quanto a vida pode se apresentar feia, num massacre de sonhos que a meu ver, é contrário a tudo que me esforço, não a negar, mas a admitir que viver não é só problemas e sofrimentos, assim como, vez por outra, extravasar em festas e emoções pontuais.


sexta-feira, 1 de março de 2024

FIZESTE-ME UNIVERSAL, isto sim...

De repente, meu querido amigo Hildegard Gentil, enviou-me uma música, ressaltando o fato de eu ser carioca e aí, me dou conta do quanto Deus foi generoso comigo, afinal, nasci e passei a minha adolescência num dos lugares mais bonitos e elegantes do mundo e numa época de ouro, depois, atravessei a vida adulta nas Minas Gerais, entre os sabores e aromas excepcionais,  montanhas e vales inspiradores e se não bastasse, ainda ofertou-me Itaparica, no outono de minha vida, a mais amigável, tranquila e linda Ilha do nordeste, onde as águas de minha Ponta de Areia, são mansas e mornas e de quebra, ainda colocou nelas marolas, que massageiam-me todinha, levando minhas emoções aos delírios, mantendo em mim a sempre juventude dos benditos quereres.

Acabei tornando-me uma escrevinhadora abusada e sem constrangimentos, afinal, como não registar tamanha fortuna de vida de uma simples criatura com poucas pretensões, mimada e apaixonada que ama quem quer, faz o que quer, sem medos e culpas, afinal, “Papai do céu”, sempre foi o único responsável, fazendo-me nascer carioca, crescer mineira e agora, entre cajus, mangas e pitangas envelhecer baiana.

 Concluo nesta tarde ensolarada que sou apenas, uma sortuda brasileira, feliz pelas experiências vivenciadas, sorridente pelo amor desmedido que recebi da vida e livre pelo longo direito adquirido...

Não posso deixar de registrar que foi em Guapimirim, entre o céu azulado e as matas verdes e águas frias e cristalinas, que fiz a minha grande conquista amorosa, afinal, conheci intimamente o meu Deus e dele, fiel e apaixonada, nunca mais me separei.

Obrigada, meu “Deus”, contigo, me tornei universal...

Regina Carvalho, 01/3/2024 Itaparica



BONS TEMPOS?

O Natal passou, o ano novo chegou, o carnaval já aconteceu e neste momento, vive-se a quaresma, mas logo, as festas juninas chegam, e neste ritmo nada surpreendente, deixamos de prestar a atenção no tempo que lá vai passando, no inédito que tem deixado de existir, ficando as mesmices como ditadoras de nossos hábitos e costumes.

Nem nos apercebemos da cultura regional que está na UTI, fraca, descaracterizada e moribunda.

Nem percebemos que com medo da tecnologia, nos tornamos escravos dela, robotizando a nossa autenticidade.

Nem percebemos que banalizamos a vida, através dos modelos de um tudo fictício, aceitando e nos encarcerando.

Nem percebemos que negamos o óbvio, aceitando o obtuso, vivendo o fantasioso. 

Nem percebemos que na busca natural evolutiva, perdemos as margens dos necessários limites, equilíbrio básico da sensatez.

Bons tempos?

Talvez o seja...



ESPLENDIDO GOZO

De onde surgiu o meu improviso, não sei precisar, mas, com certeza, sempre foi a minha mais autêntica realidade, custando-me em algumas ocas...