A chuvinha fina se esparrama pelas folhagens e desagua no gramado, fazendo brotar o cheiro de terra molhada que exerce sobre mim, todos os poderes afrodisíacos e ao mesmo tempo, num absurdo contraste, relaxando-me e transportando-me para instantes apenas sentido de absoluta completude existencial.
O silêncio faz realçar os sons da natureza, num composto que de tão harmonioso, me permite distingui-los um a um, levando-me ao êxtase por me sentir, sentindo.
Pode existir maior tesão que interagir com a vida, deixando-se envolver pelos braços fortes e aconchegantes das brisas mornas que ao nos envolver, causa arrepios, atraem borboletas e despertam os sabiás?
São cinco horas e trinta minutos, desta quinta-feira ainda de outono, a chuvinha se foi abrindo alas para os pássaros que chegam ouriçados, anunciando um novo amanhecer e eu, “vivinha” para testemunhar estas maravilhas acontecendo.
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