“Quanto horror perante os céus” Castro Alves deixava seus lamentos em versos e eu, na tenacidade empírica de uma tão somente humanista, persigo buscando entendimento das muitas discórdias, dos muitos atropelos que impedem uma visão lógica de uma mais equilibrada convivência humana.
Percebo que o sonho dantesco por ele, doidamente declamado há 152 anos atrás, horrorizado com a chaga do separatismo e da ignorância humana, permanece vivo, com novas e não menos maléficas vestimentas.
Estou viva para testemunhar o mal uso dos recursos éticos da mente de políticos, que nada mais são que influenciadores de cidadãos por eles cooptados na fragilidade de suas existências sociais, leva-os a marginalidade dos propósitos em relação a uma convivência respeitosa de visão comum.
Afinal, a lógica existe para ser usada nas ponderações dos raciocínios mais primários, onde os pseudos certos e o errados precisam encontrar um eixo comum nas realidades que se apresentam, amparando e estimulando os gostos e preferências diferenciadas, mas todas com um único objetivo, combater os flagelos comuns que de uma forma ou de outra, atingem a todos.
“Nossa sociedade está perdida, dividida, enfraquecida com a loucura do engano do poder, girando em torno do absolutamente nada”.
Ontem minha cidade, pobre e abandonada pelos poderes públicos a tanto tempo quanto, os escritos do poeta negro, sofrido, mas que em momento algum, deixou-se arrastar pelo ódio do separatismo, preferindo deixar com apenas 15 anos de idade a sua visão descritivamente critica de uma humanidade absurdamente cruel na sua infeliz ignorância existencial.
Itaparica, recebeu a visita de dois ministros, deputado federal, prata da casa e algumas autoridades expressivas de nossa república, que mais que salamaleques habituais e medíocres, precisariam ter encontrado um poder local esclarecido e afirmativo que lhes cobrasse entre os champanhes e os discursos rotineiros, por suas atenções que legitimamente, o nosso povo tanto necessita.
Deus!!! O que deveria importar mais para um líder na concepção maior de suas atribuições que, dobrar-se se necessário em favor do povo que o elegeu e que prometeu proteger?
Que pode importar para qualquer mente pensante e verdadeiramente imbuída no bendito bem comum, que não seja a irradicação da sociedade onde vive e convive, da fome, da violência e da miséria humana que sempre fez morada?
Perdemos uma grande chance de pelo menos em nossas consciências, termos a verdadeira paz por no mínimo, tentado algo representativo para a nossa Itaparica, princesinha da bahia de todos os santos, reduto do atavismo que machuca e faz doer.
Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus, se eu deliro... ou se é verdade, tanto horror perante os céus?!... Ó mar, por que não apagas com a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão? Astros! noites! tempestades! Rolai das imensidades! Varrei os mares, tufão! ...( Castro Alves) 1869- São Paulo.
Até quando, meu Deus?
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