Borboleta Se um dia eu fosse amada, como uma borboleta dourada no esplendor da natureza | Talvez quem sabe eu seria mais doce, mais encantada do que na verdade sou… | Talvez se tivesse a certeza de um amor verdadeiro, transformar-me-ia em um canteiro e quem sabe… Rosas daria!
Venho alterando a hora do meu deitar e acordar propositadamente, afinal, manter-me fora das rotinas sempre foi uma de minhas tarefas mais sérias, pois, acredito que seja ela a responsável pela perda do melhor que podemos sentir em relação a qualquer aspecto vivencial, que é o sufocamento e até o sepultamento de qualquer emoção mais gratificante.
“Quanto horror perante os céus” Castro Alves deixava seus lamentos em versos e eu, na tenacidade empírica de uma tão somente humanista, persigo buscando entendimento das muitas discórdias, dos muitos atropelos que impedem uma visão lógica de uma mais equilibrada convivência humana.
Fui aprendendo com o tempo que devemos extrair da vida e tudo que nela existe, o que melhor nos complementa, ao invés de ficarmos batendo cabeça querendo o que definitivamente, não nos pode ser oferecido. Simples assim... Claro que sempre existe um preço a pagar, mas tudo é uma questão de custo benefício. A clara percepção do que me é favorável, não pode ser desperdiçado e muito menos desprezado, isso em relação a qualquer coisa ou pessoa.
O domingo amanheceu com um solzinho ameno, gostoso e profundamente acolhedor, levando-me a sentar no balanço da varanda, onde invariavelmente fico mais próxima de meus pássaros e de Deus.
Amanheci, nem assim tão cedo e logo comecei a ouvir o violão de Paulinho Nogueira que é simplesmente espetacular e neste colóquio delicioso comecei este sábado, sendo brindada pela luminosidade de um novo dia, mesmo chuvoso e friorento, mas ontem, foi assim também e depois, abriu um lindo sol que até me animou a dar uns bordejos pela orla de Itaparica que como sempre estava linda.
Sexta-feira, 25 de junho de 2021, Emanoel Pitta de Brito, Presidente da Associação Cultural Grupo Indígena Os Guaranis (Caboclos de Itaparica) e François Starita, Diretor de Cultura de Itaparica, a convite do Secretário Municipal de Cultura e Turismo David Rodrigues Casaes e da Subsecretária Elielba Nascimento Reis, participam do Ato Cívico dos 199 anos da comemoração do dia 25 de junho de 1822, dia quando a Câmera Municipal de Cachoeira proclamou Dom Pedro de Alcântara como regente constitucional e defensor perpétuo do Brasil dando inicio ao processo de Independência do Brasil na Bahia.
Desde ontem à noite, enquanto escutava Claude Debussy comecei a sentir que algo novo ocorria em minha mente, levando-me a uma introspecção conscientizadora da minha condição real de criatura humana.
Afinal não chove, não abre o sol, apenas esse cinzento sem graça que a mim, causa uma preguiça sem tamanho.
Aí, um movimento em falso, um encostar sem querer na tecla errada e lá se foi o texto que há horas eu dedilhava, também num mergulho profundo em minha alma de escrevinhadora do universo.
Ouvindo esta seleção de samba de primeiríssima qualidade, lembro o quanto a música desde a minha mais tenra idade estimulou a minha veia artística que já veio no meu DNA.
Hoje, com a chuva caindo insistente lá fora e trazendo o ventinho frio do inverno, que mesmo na Bahia se faz presente, minha mente de escrevinhadora pede música clássica e minha alma prefere palavras com sabor de chocolate quente, na esperança de me fazer entender, porque afinal, sempre só quis despertar nas pessoas, o tudo de bom que já despertou em mim.
Ontem à noite fui dormir muito cedo e inevitavelmente acordei em plena madrugada como sempre a mil por hora e aí, optei em ouvir noturno de Chopin, pois acalma e me remete a uma época de minha vida, simplesmente maravilhosa onde os meus amores estavam todos “vivos”, cada qual me doando o melhor que dispunha.
Numa certa ocasião, solicitando uma resposta direta e imediata de um certo político que ingenuamente acreditava ser também um pouco amigo, já que minha lealdade era total, ouvi dele a seguinte resposta que me é inesquecível.
Pois é, relendo o último livro que escrevi, percebo nitidamente porque os movimentos feministas e de empoderamento feminino, jamais me empolgaram ao ponto de querer participar, afinal, eu sozinha, entre os medos, as inseguranças, os preconceitos e muitas vezes uma cruel solidão, fui a luta na conquista do que eu achava ser o meu direito.
Há anos escrevo sobre equilíbrio, razão e amor, mas ainda não me fiz compreender que este tripé de recursos existenciais, não é definitivo e que precisa ser burilado a cada instante, assim como não me exime das reações instantâneas que são absolutamente naturais de acontecerem, já que existe um condicionamento mental, sensitivo e emocional viciado e, portanto, condicionado a certas reações.
Tarde das recordações a pedido de minha Anna Paula que adora rever as fotos de nossas vidas.
E aí, cada foto é uma volta ao passado e inevitavelmente brota na mente emoções que estavam guardadinhas pela importância que tiveram nos momentos em que acreditamos valer a pena registrar.
O céu neste amanhecer está simplesmente deslumbrante e eu, como uma apaixonada contumaz, deixo meus olhos se embebedarem de toda esta beleza, garantindo-me que o dia será simplesmente espetacular, até porque, como não o seria, afinal, só eu poderei escrever os detalhes de cada instante e com essa inspiração celestial, com certeza não me faltará inspiração, tão pouco, paciência e disposição.
Então, quando surge uma Regina com suas borboletas e pássaros, encarando a vida como um caminho sem volta e sem recuos ou desvios adaptativos, os sentimentos que se formam nas mentes em seu entorno, são apenas dois, ame-a ou deixe-a, sem que se apercebam de imediato que em cada uma dessas opções, sempre terá havido o contágio irreversível do desejo de se sentir livre.
Estou tentando separar um tema para escrever dentre tantos que pululam em minha mente, como resultado de uma vivência longa e atenta. No entanto, não é bem assim que funciona quando escrevo por diletantismo, afinal, escrita não profissional, precisa ser amorosamente espontânea para ser autêntica e convincente.
Hoje acordei lembrando dos coqueiros que me fizeram comprar o sítio de Caeté, em 1990. pois eram lindos, não muito altos e ofertavam, maravilhosos cachos de coquinhos que não me lembro do nome, mas que eu, com um martelinho na mão e sentada nos meios fios das alamedas na companhia de minhas duas cadelas pastoras alemães, Buana e Xuxinha, nos regalávamos nas tardes de verão.
Chove lá fora, mas não no meu coração que a cada dia, mais e mais se sente gratificado e consequentemente, achando tudo simplesmente espetacular, até mesmo, tudo quanto, não me seria em outra situação, lá muito agradável.
A segunda-feira está chegando ao fim e depois de me envolver pela manhã em estudos, dormi como uma patinha preguiçosa após o almoço e agora, analiso meus escritos e suas repercussões e percebo que ultimamente, meu mais fiéis leitores e comentaristas estão se eximindo de algumas de minhas postagens, principalmente naquelas em que me desnudo e me torno mais real, humana e, portanto, sujeita a dúvidas, descobertas emocionais e desabafos.
A criatura aparentemente vai se adaptando às situações, sem que suas emoções verdadeiramente a acompanhe.
Percebe?
Deus e o Diabo se fazem presentes, atuantes. Um tenta, alicia, enquanto o outro, cobra, pune com o medo e a insegurança. Esta situação absurdamente confusa, cria na criatura uma instabilidade e geralmente inércia consigo, que ela compensa buscando explicações, justificativas ou mimos que engambelem seus contínuos vazios, disfarçando seu desiquilíbrio interior, não havendo lugar para a paz, já que ela duela por todo tempo com ambos.
O dia de domingo amanheceu sem chuvas pelo menos até o momento, por isso a cantoria está correndo solta no jardim e eu, como sempre ouvindo-a e inspirando-me nela para dedilhar as mensagens de minha alma.
Novamente a chuvinha fraca como jardineira do universo, molha suavemente o meu jardim e de onde estou, posso ouvi-la, sentir os efeitos que causa na terra e em mim, mas não posso vê-la, pois, lá fora, mesmo sendo cinco horas da manhã, a escuridão ainda se faz presente.
Estou aqui ouvindo o meu sempre parceiro Jazz ao som de um delicioso saxofone e pensando que sempre fui uma pessoa muito esquisita, refeição para raros talheres, porque afinal, mesmo jamais tendo sido diagnosticada como bipolar, sou osso duro de roer, já que em um só dia, desdobro-me em mil personagens, cada qual, com vontade própria e absolutamente estabelecido em minha personalidade, portanto, conviver com estas alternâncias, realmente é uma tarefa somente para os fortes ou os muito esquisitos como eu.
A chuvinha fina se esparrama pelas folhagens e desagua no gramado, fazendo brotar o cheiro de terra molhada que exerce sobre mim, todos os poderes afrodisíacos e ao mesmo tempo, num absurdo contraste, relaxando-me e transportando-me para instantes apenas sentido de absoluta completude existencial.
Descobri finalmente o tema do monólogo ou da conversa comigo que venho tentando elaborar há muito tempo e pensar, que sempre esteve presente em minha mente como uma chaga doída com a qual, fui aprendendo a conviver, mas que jamais consegui curar completamente, dando-me a sensação permanente de vazio por não ter encontrado ao longo dos últimos 56 anos, um remédio que fosse capaz de curar esta ferida exposta que se não me matou, com certeza me fez perder muitos rumos pela dor que sempre causou.
E quem disse que há sempre um jeitinho para tudo se resolver?
Neste caso, penso que até é possível se no “jeitinho” couber a resiliência diante do não conseguido.
Reza uma lenda que pessoas amigáveis, harmoniosas e desfrutadoras de uma relativa paz, também são abestalhadas, fora da realidade e muitas outras ilações, baboseiras de gente preguiçosa que resume tudo ao seu mundinho de poucas visões e sem grandes perspectivas.
O dia ainda não clareou, mas eu estou aqui e, enquanto espero, escrevo sobre o que ouço e sinto ao meu redor.
No instante em que somos capazes de perceber que o sol, a lua, os oceanos, os ventos, as florestas e todos os desertos estão para nós, assim como nós para eles, numa parceria de interação, deixamos de sentir medo, inseguranças e passamos a nos utilizar das forças energéticas deste todo universal como elixir revigorante, deixando que o mesmo seja o nosso fortalecimento, nosso guia e nossas margens, pois, a partir daí, inicia-se uma integração entre um poderoso mestre e um aplicado aluno.
Pois é...
Nesta madrugada não escrevi, não porque eu não quisesse, mas porque a minha mente estava vazia, sem qualquer inspiração, então, voltei para cama e dormi até agora a pouco e ao acordar, senti que finalmente nesta existência, não cabe mais em minha vida, qualquer trave nos meus olhos que possa impedir que eu enxergue com lucidez, tudo que me cerca.
Estou de volta ao meu cantinho das escritas da madrugada, podendo ouvir a chuvinha ainda leve caindo lá fora e sentindo o cheiro gostoso do misto de grama e terra molhada que simplesmente adoro.
De onde surgiu o meu improviso, não sei precisar, mas, com certeza, sempre foi a minha mais autêntica realidade, custando-me em algumas ocas...
