Que coisa mais linda, meu Deus!
Que linda rosa!
Lá estava ela solitária e abusadamente esplendorosa, esguiamente erguida por entre os galhos espinhentos, bem em frente à janela da sala, onde todas as manhãs, logo cedinho, me debruço para praticar o ritual de oferecer o meu bom dia ao dia que está apenas começando.
O mais interessante é que o universo, já ciente deste meu hábito de carinho para com ele, jamais também se esqueceu de me oferecer belas e matutinas surpresas, como um perfume especial dos narcisos ou uma amora bem madurinha, pronta para ser provada.
Até os pés de pimenta parecem querer me agradar, produzindo o ano inteiro, ao lado, bem juntinho seja do mamoeiro, seja da acerola, em um convívio harmonioso, digno de causar inveja.
Dentre tantos presentes que recebo a cada manhã, só o meu limoeiro, teimoso, cresce no em tamanho, mas se recusa a produzir, me deixando sempre pensando:
- Que mal pude lhe causar, para dele não merecer nenhum fruto, desde que o plantei há alguns anos atrás.
- Terá sido o local, pouco conveniente? Ou talvez, falta de nutrientes? Chego até a pensar que, por estar ao lado de um coqueiro, com este pode não se dar.
- Não sei, não sei, não... Tudo que sei, por agora, é que toda esta beleza, produzindo ou não, por si só já é o mais lindo presente que alguém pode receber e, então, fascinada, agradeço a Deus, por mais um amanhecer amparada pela vida.
Que bom meu Deus, que bom!!!!!
Ao longe, já ouço os pássaros vindo em minha direção, certamente para fechar o ciclo de beleza e sedução.
Que lindo! Meu Deus, que lindo!
Que mais posso eu querer, se da vida recebo vida e se com a minha vida reconheço o melhor da vida?
Bom dia, para você também!!!!!!!!
Texto escrito em abril de 2010 e publicado no blog: www.natuexistencialistablogspot. Com
EM TEMPO: Na última Sexta-feira Santa, portanto, 13 anos depois de ter escrito este texto, fui brindada com dois lindo limões. Fiquei radiante e estou sem coragem de espreme-los.
O que fazer? Está é a questão...
Este pezinho de limão, ensinou--me a esperar.
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