O galo cantou neste instante, tarde para os padrões normais, vai vê, que assim como eu, sua noite foi picada e a estendeu até a pouco, num restauro necessário.
Surpreendi-me com o horário, no entanto, mais do que isso, afinal, fazia tempo que não o ouvia.
Será outro?
Certamente que sim, afinal, não teria se calado por meses a fio, fazendo calar a madrugada, até a chegada dos pássaros.
Viva então o novo galo, companheiro, assim espero para me acompanhar nos demorados amanheceres do outono e quem sabe, até mesmo do inverno que breve chegará, trazendo tropicais chuvas continuadas para refrescarem o abrasador calor deste paraíso que, abusadamente chamo de meu.
Toda esta narrativa deste surpreendente amanhecer é tão somente, para disfarçar a minha vergonha pessoal de ainda, reclamar disto ou daquilo, quando, além dos portões de meu reduto de paz, a insensatez e a loucura se estabelecem nas vidas das pessoas de forma sorrateira, mas brutal.
Não está havendo limites para absolutamente nada, como se cada criatura humana, fosse tão somente, uma arma ambulante, sempre pronta a ferir, nem que seja com a dolorosa indiferença ou desrespeito ao outro e ao tudo mais.
A Bizarrice, a safadeza e os delírios psíquicos se estabelecem a cada instante, com o título único de liberdade.
Já não vejo e ouço mais os noticiários, o que pode parecer um absurdo para uma jornalista, todavia, há muito, nada de novo acontece que valha a pena prender a minha atenção, afim de me acrescentar algum novo conhecimento, afinal, as notícias se repetem, só alterando os locais de seus acontecimentos, porque as motivações e as ações, são cansativamente as mesmas, estejam elas nas múltiplas áreas, onde a pessoa humana esteja inserida.
A cada dia, uma anomalia social explode até mesmo, nos locais bucólicos e apaixonantes como a minha Itaparica, em incansáveis e monótonos por serem em seus roteiros repetitivas amostras do esfacelamento de qualquer valor agregativo, onde o justo e o nobre, estejam sendo os mocinhos (as), da história.
Já não nado contra a maré, não por covardia, mas por total consciência de que, estarei perdendo as forças que ainda me restam, preferindo por lógica sensitiva, distribuir o amor que fui capaz de amealhar ao longo de minha caminhada, na esperança de semeá-lo nos corações daqueles que me leem.
E foi estudando o Novo Testamento e fixando-me nos escritos de Mateus, no capítulo 7, versículo 6 que fui induzida a racionalizar o meu plantio e assim venho no crescente de meus entendimentos a respeito do mestre Jesus aplicando seus valiosos ensinamentos.
“Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, para que não aconteça que as pisem, voltando-se, vos despedacem”.
Uma saudável e alegre quinta-feira Santa para você que carinhosamente, me lê.
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