Ontem, por volta das 21 horas a chuva chegou de repente com uma violência há muito não vista por estas bandas de minha Itaparica.
Rapaz, ela estava brava, disposta a agir como um chicote bem curtido de couro, nas mãos de um sinhozinho indignadamente cruel.
Corri para apanhar umas velas e o fosforo, afinal, por experiência, sabia que a primeira vitima a cair de joelhos pedindo clemência seria a Coelba, sempre muito precária na sua estrutura física, mas por incrível que possa parecer, ela desta vez, aguentou firme as chibatadas em seus fios e transformadores, mas eu, quase caí, quando entrei em meu quarto e o vi no lago em que se transformou.
Tapetes, colcha, cama, tudo ensopado pelo chuveirão que as frestas do forro se transformaram de um momento para o outro, provocado pelo parcial destelhamento, que o vento bravio causou.
Fazer o quê?
Ao impacto da cena dantesca, quase me desesperei sem saber a quem salvar primeiro, seriam os tapetes? Não!!
Afinal, é na cama que me deito e descanso e, sem pensar no fato de estar sozinha, agarrei-me a força de Hercules que eu desconhecia em mim, salvando-a do dilúvio e em seguida, conformada pelo fato lógico de que naquela hora avançada da noite, eu nada mais poderia fazer, fechei a porta do quarto e fui dormir no outro.
E aí, neste amanhecer com chuva moderada, não poderei arrumar o telhado e certamente, novo lago se formará, penso então; “que quando o impossível se apresenta, a única solução é aceitar o que não se pode modificar, abrindo espaço para a resiliência necessária, pois, esta é sempre inspiradora, abrindo espaço para alternativas.
Isso não é conformismo, tão somente, lógica de que, a minha paz mental e consequentemente espiritual, com certeza, é mais importante que o telhado, os tapetes e até mesmo, do chicote bravio das chuvas intempestivas.
Como afirmava meu pai: “Minha filha o que o dinheiro compra e a água e o sabão são capazes de lavar, jamais será problema indissolúvel.”
Eita, senhor Hilton, meu sábio orientador...
Simples assim...
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