terça-feira, 11 de abril de 2023

FILHOS E PAIS AO MESMO TEMPO...

E aí, ainda no embalo do som de Carlos Santana, agora fazendo um show no México, penso que este é um local que eu gostaria de ter conhecido, assim como, Trás dos Montes, a terra portuguesa dos meus avós maternos e sentar-me no boteco em Lisboa, onde Fernando Pessoa, escreveu grande parte de sua preciosa obra, assim, como apreciar o azul do MAR EGEU extensão do mediterrâneo entre a Grécia e a Turquia, que por fotos e filmes, sempre me fascinou.

Sim, mas não houve tempo e depois, faltou-me recursos e muito depois, falta-me o meu Roberto para viajar comigo, afinal, qual a graça de chafurdar-me nos labirintos da cultura, das belezas e dos sabores destes locais, sem meu par constante de expedições incríveis?

Pensando nisso, penso na minha Ilha de Itaparica que juntinhos, fuçamos cada localidade, conhecendo o melhor que um local pode oferecer, em prosas, sorrisos e sabores...


Como não lembrar do meu encanto em de repente, buscando um banheiro com urgência, afinal, a Maria Mijona, sempre precisa dele nos lugares mais inusitados, mas como Deus é meu amigo, chegamos à beira de um manguezal e enquanto, Roberto se dirigiu a uma casinha bem simples, afim de pedir um banheiro para mim, estupefata fiquei diante de uma treliça suspensa, coberta de peixes salgando-se ao sol.

Nunca tinha visto nada daquilo ao vivo e a cores. FASCINANTE que até esqueci do xixi...

Resumo da ópera, papo vai papo vem, fomos convidados a almoçar com o tal pescador e sua esposa, ambos de meia idade como nós e é claro que não nos fizemos de rogados, pois, ainda hoje ao lembrar, posso sentir o sabor delicioso dos camarões carnudos em minha boca...

E assim, foi em todos os lugares que nossos espíritos aventureiros nos indicavam, assim como o melhor e mais saboroso feijão com abóbora e carne de sol que já comi em minha vida, lá no meio de uma fazenda em santo Antônio do Rio Descoberto (Góias)em 1972 que acabamos comprando, lembra Consuelo?  Por lá, depois, fizemos muita bagunça, na alegria genuína de nossas juventudes.

 1974 em plena ditadura militar, a beira do Rio Araguaia em Gurupi ( Pará) comendo piranha frita e tomando cerveja, bebemos e comemos tanto, que ficou tarde para voltarmos de voadora( barco a motor, típico da região) e acabamos dormindo por lá, na barraca do pescador. Bom demais da conta...

Pois é, não fomos para a Europa, mas com certeza, conhecemos cada afluente deste rio caudaloso chamado Brasil e pensar que ainda ficou tanto por conhecer...

São tantas as histórias, tantos os lugares, tantas maravilhas descobertas...

Em compensação na minha Ilha, esquadrinhamos e fomos nos apaixonando perdidamente, assim como foi nascendo um tal senso de pertencimento, que foi se apoderando de nossas mentes e corações, transformando-nos ao mesmo tempo em filhos bem acolhidos e pais orgulhos de finalmente, estarmos no mais gostoso lugar do mundo, cercados de filhos amorosos.

As vezes como pais zelosos, principalmente dos políticos, chamávamos à atenção, ameaçávamos colocar de castigo e até, já demos umas palmadinhas, através do Jornal Variedades e da Rádio tupinambá que mantivemos vivos até outubro de 2018.

Hoje, como mãe solo, continuo rigorosa, mas que ninguém de fora se atreva a falar mal deles, pois, viro fera...

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