O telefone tocou em meio a um texto que escrevia e meus dedos apressados, apagaram-no num piscar de instantes, levando para o espaço cibernético um pedaço de minha alma que se agarrava as rochas do cume da montanha onde o sol da paz, faz morada.
Chorei, porque não?
Enquanto escrevia, ouvia Chopin e em seguida Debussy, buscando em ambos, o ansiolítico necessário para aplacar a minha ainda incapacidade de me blindar por completo das drásticas invasões, levando-me a ponderar se um dia o conseguirei, afinal, sou apenas uma pessoa repleta de amor e este, não seria um sentimento que fragiliza por um lado e regenera por outro, num círculo vicioso, mas também bendito?
Tantos são os questionamentos quando me percebo susceptível ao constatar as fraquezas do mundo, tão próximas que parecem queimar a membrana serosa que reveste o meu coração.
Respiro fundo lembrando de cada movimento que precisei fazer na escalada da montanha até, chegar ao cume e poder descansar sob o sol da paz e, pensando nos que ainda serão necessários para de lá, não despenque, devido aos incessantes vendavais, fazendo das mesmas mãos e unhas de acesso, apoios de permanência.
O piano de Chopin e de Debussy, acalmam a minha mente, aliviam o ardor do coração, deixando-me com a certeza absoluta de que se valeu a escalada, permanecer no cume, vale ainda mais.
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