domingo, 31 de dezembro de 2017

ASSIM COMO, dois mais dois são quatro. 
Se a gestão atual não realizasse as festas do calendário oficial, certamente, o falatório estaria formado. Todo ano é a mesma coisa, coloquemos a mão na consciência, afinal, se faz fala, se não faz, também fala.
Apesar do executivo insistir em dar ouvidos ao seu próprio superego, 
procuro ser sempre justa nas minhas avaliações, buscando analisar o que escuto ou leio, a fim de traçar uma imagem o mais fiel possível do original.
Volto a repetir que atualmente, ou seja, de uns oito meses para cá, tenho sido testemunha do impossível sempre crescente em se tratando de uma feroz rejeição ao sistema executivo de Itaparica, e isto, não surgiu sem razões específicas, e tão pouco, longe de mim, determinar que estas, são as únicas ou que são válidas, apenas, observo, pesquiso e depois, aí sim, emito a minha avaliação de comunicadora e, segundo afirmam, formadora de opinião, o que na realidade, preocupa-me bem mais que envaidece.
Talvez, a minha formação e prática em publicidade, num tempo em que os discentes precisavam verdadeiramente estudar gráficos e tendências, levou-me a ser metódica e disciplinada, portanto, quando são postadas nas redes sociais qualquer assunto relativo à gestão e suas ações, observo atentamente as avaliações populares, e aí, tanto de quem concorda como de quem acusa, abre-se um enorme leque de intenções a serem avaliadas e a elas dada a qualificação adequada.
Todavia, uma questão é certa, não há e nunca houve hegemonia de aceitação, tal qual de rejeição.
Nesta atual gestão de Itaparica, tem sido extremamente fácil fazer avaliações, afinal, todas as atitudes são absolutamente previsíveis, já que são, em sua maioria, repetição sem novidades do que ocorreu em gestões anteriores, frisando que de forma expressiva na anterior, onde, criou-se uma barulhenta e abusiva forma de fazer política, induzindo psicologicamente a população a crer que ao invés de agentes políticos e seus afins, existiam bandidos, numa formação de quadrilha assustadora.
Particularmente, fui uma das raras pessoas que permaneceu ao longo dos quatro anos, não defendendo gestão, mas cobrando ações palpáveis em relação as atitudes tanto dos vereadores quanto dos líderes políticos contrários, ao ponto de frustrada, qualificar tais posturas como, tão somente, maldades, firulas e indução ao erro.
Passei então, a lembrar ao povo tudo que de bom, que também acontecia, como por exemplo, a restruturação do sistema educacional, assim como o desempenho na saúde através da implantação de um CASI e um CAPS, que apesar de serem projetos federais, foram abraçados com extrema atenção, ação inédita e que deveria estar sendo melhor avaliado por todo aquele que diz amar Itaparica.
Realcei obras da infraestrutura, assim como discordei de todas que avaliei como ações puramente políticas.
Mas, reconheço que minha voz não alcançou o desejado, porque não ficou um só buraco da cidade que não fosse alardeado pelas ruas com megafones da irresponsabilidade cidadã.
Bem... como dizia meu pai:
Porrada vai, porrada vem, e não adianta chorar.
Sugiro amorosamente, neste último dia do ano, bom senso e, acima de tudo, que sejamos parcimoniosos em nossas críticas, afinal de contas, tudo que todos nós precisamos é que esta gestão dê certo, pois assim acontecendo, o nosso bem estar pessoal e coletivo, estará também sendo alimentado.
Deixemos a política partidária para daqui a três anos, onde então, poderemos com a consciência tranquila e segura, sermos definitivos em nossas avaliações. Até lá, vamos cobrando, fiscalizando e exigindo o que nos é de direito, mas com o respeito necessário para não incorrermos na repetição de erros anteriores, onde fomos induzidos a acreditar em Salvadores da Pátria.
Nossa cidade é linda, só precisa de ações amorosas e intenções decentes.
Simples assim...

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

ACORDA JUVENTUDE...




Estamos às portas de um novo ano do terceiro milênio e ainda percebo estupefata a censura disfarçada, ou transformada em piada, quanto às demonstrações explicitas de carinho entre pessoas idosas, como se sentimentos, sensibilidade e tesão fossem privilégios, tão somente, dos jovens. 
O paradoxo disto é que estamos vivenciando uma era do tudo normal e do tudo é permitido, assim como somos bombardeados por campanhas nas escolas, universidades e mídias em geral, além dos juristas estarem antenados na elaboração de mais leis, como se já não tivéssemos suficientes, justo para se não acabar, pelo menos punir os preconceituosos. 
Todavia, com os idosos, resta apenas os maus tratos, preferência em filas e até, imaginem, suspenderam a liberação das passagens gratuitas, agora só depois dos 65, até porque, depois disso, a grande maioria, pensam as autoridades, ou já morreu ou sequer sai de casa, portanto, impensável o beijar e, muito menos, falar e pensar em sexo.
Afinal, nas mentes jovem descoladas, depois dos sessenta, as pessoas se tornam retardadas, incapazes, verdadeiros eunucos emocionais.
Pode uma coisa dessa?
A BEM DA VERDADE, são quinze ótimos anos de vivência em Itaparica. Lembro-me que ficamos encantados com a beleza geográfica e com o bucólico que oferecia a ela, aquele espírito de exclusivo, reservado há poucos privilegiados.
Ao nos banhar nas mágicas águas mornas de Ponta de Areia, a decisão foi unânime em assentarmos nossos corpos e nossas almas, neste paraíso terreno, como forma de brinde especial a uma vida de lutas constantes e de prazeres inenarráveis de amor à vida.
De lá para cá, dia após dia, nosso relacionamento amoroso, foi se transformando em senso de pertencimento e hoje, de tão consolidado, sequer lembramos que originalmente, não somos daqui.
Esse sentimento, mais que algo íntimo, se fez notar à maioria das pessoas que conosco dividiram emoções, fossem pessoais ou profissionais e esta interação silenciosamente resistente é que, fortaleceu o mútuo respeito e em muitos casos numa simpatia que de tão grande é quase amor.
Plagiando descaradamente o imortal Casimiro de Abreu.
Pessoalmente, minha sempre gratidão pelas honrarias recebidas como reconhecimento ao meu trabalho e minha conduta de pessoa humana.
Neste período à frente de órgãos de comunicação efetivos e consistentes, travamos um relacionamento coerente e respeitoso até mesmo com os contrários, criando de forma inédita a quebra de grilhões partidários, pois fosse quem fosse os líderes políticos, sempre encontramos portas abertas e reconhecimento pelo direcionamento saudável que oferecemos às nossas “propostas de trabalho” e não de acharcamento como é comum de se encontrar neste “Brasil varonil” de tantas distorções.
Mais um ano chega ao fim e só podemos agradecer a este povo simples e grandioso no seu acolhimento, o sucesso constante de nossas atividades frente a Rádio Tupinamba´FM 87.9, nos últimos cinco anos, assim como pelos 11 anos de Jornal Variedades, pedindo desculpas pelas ainda falhas existentes, pois a falta dos devidos recursos, tolhe inexoravelmente, ideias e ideais, todavia, dentro do possível disponível, buscamos levar diariamente a milhares de ouvintes, boa música, boa literatura, boa reflexão a respeito de nossa cidade e do nosso Brasil, mas acima de tudo, bons momentos de interação, cercados de sorrisos francos e de uma alegria genuína.
Pedimos a Deus saúde e paz para todos nós e que em 2018, sejamos capazes de expressarmos mais e mais o nosso respeito a todos, fazendo um profissionalismo sério, coerente e amoroso.




quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

NÃO SOU INGRATA


O ano está terminando e como sempre fiz nos anteriores, arrumo os armários, retiro deles tudo que os abarrota e que, em sua maioria, já não tem serventia, assim como aqueles que nunca tiveram, mas que, por um motivo ou outro, comprei e guardei.
Ao falar nisso, reconheço que nos últimos anos, venho contendo os meus impulsos quanto as aquisições, pois a maturidade vai lentamente sinalizando o desnecessário, o supérfluo.
Ora, se arrumo armários, com certeza arrumo as emoções, pois não há nada mais pernicioso à mente, que arrastar-se para o ano seguinte, os excessos que pesam na mente e adoecem o corpo.
Afinal, se não estiver atenta, logo as bagagens dos anos anteriores pesam tanto que fica difícil ou quase impossível, abrir espaço para a liberdade de ser e de pensar, poder adentrar.
Nesta arrumação, não abro mão dos critérios de seleção, afinal, corro o risco da precipitação, jogando fora o que ainda tem utilidade, pelo menos para outros, e aí, penso na afinidade, sentimento que vai além da simpatia instantânea que faz nascer as amizades, determinando o tempo de validade das mesmas.
Existem também coisas e emoções que me remetem ao sentimento mãe de todos os demais que é o da gratidão, que de tão poderoso, me fez e espero que ainda me faça, aceitar o diferente e até mesmo o contrário, mas que, em algum momento, foi capaz de comigo comungar a partilha de si mesmo.
A estes, reservo sempre uma gaveta do meu armário de sentimentos, tendo-os como relíquias, pois, mesmo guardados estão vibrantes em mim, estimulando-me a agradecer e agradecer, num exercício de gratidão à vida, as dores e sorrisos, as perdas e os ganhos, e como uma acumuladora incontrolável, rogar a Deus, na figura do universo que me conceda, forças, vida e liberdade para a cada dia tirar o pó e as traças da minha gaveta de emoções, não me deixando esquecer que a vida é bonita e é bonita.
Que venha 2018, pois planos não me faltam...


quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

QUE COISA, VIU!!!!



Tudo é sempre ofensa pessoal quando a capacidade interpretativa do que lemos ou ouvimos, está intimamente ligada ao umbigo dos interesses pessoais ou da ignorância em relação a tudo e a todos que não comunguem com os arreios intelectuais, onde o direito de pensar e analisar é ponto fundamental.

“BRINCANDO À BEIRA DO ABISMO”


A falta das devidas explicações, que verdade seja dita, jamais existiu, mas que foram prometidas repetidamente em campanha, assim como uma aproximação mais amorosa com o povo ávido em vivenciar o “diferente” e que acreditou e jogou todas as suas fichas no “agora vai”, inevitavelmente, frustrado, se deixa envolver em confusas conversas nas esquinas, trocas de impressões e reclamações nas redes sociais, mídias tendenciosas, enfim, ações estas, que certamente, geram informações distorcidas, porém, mais do que isso, são os efeitos a médio prazo que não devem ser desconsiderados.
Percebo perplexa que a gestão, como um todo, mergulhou em águas mansas e quentes de um mar de otimismo, desconsiderando, não sei se por estratégia, arrogância ou cegueira, as vozes da rua, que entre sussurros e aparente passividade, em um certo dia, uniu-se e estrondosamente vestiu o amarelo como símbolo de um “novo tempo”.
Bordões largamente usados na campanha política e que foram capazes de fazer o povo, em sua maioria, acreditar e abraçar uma imagem sem passado de glórias, mas com um arsenal de propostas de libertação.  
Em menos de um ano, se transformaram em espadas afiadas, símbolos da decepção e da consciência de se sentirem enganados.
O povo quer respostas, explicações às suas mais primárias perguntas, direito que adquiriram ao empenhar todas as suas esperanças.
1-      Por que não se privilegiou os itaparicanos na maioria das contratações?
2-       Por que um seletivo tão abusivamente afrontoso?
3-      Como é possível fazer festas de São João, FITA, de Réveillon, 7 de Janeiro, com contratações caras, se as obras de infraestrutura, tão necessárias de serem aceleradas antes do próximo inverno, assim como iluminação e outras providências foram praticamente suspensas, se a origem dos recursos para pagamento são oriundos dos Royalties.
4- Por que alguns pagamentos de fornecedores estão atrasados, se teve recurso para outras ações de cunho administrativo interno que poderiam esperar mais alguns meses?
5- Se por medida de economia, foram suspensas ações de cunho social, como justificar os gastos dos parcos recursos, mantendo-se carros e ônibus alugados para transporte de funcionários, estes, acostumados a andar e a utilizar utilitários?
6 - Quais os critérios estabelecidos que justificam a escolha destas prioridades?
7- Por que a prestação de contas das ações foi estrategicamente feita para praticamente os funcionários da Prefeitura em local nada popular, e não, nas comunidades ou na quadra, a fim de que o povo em número expressivo, inclusive, disponibilizando transporte, pudesse tomar conhecimento?
8 - Por que a insistência de proclamar uma satisfação pública que não se adequa à realidade e sim, tão somente, a um grupo de afins, cada vez mais reduzido?
Dezenas de outras perguntas em relação às ações que não fizeram sentido frente as propostas de campanha, se acumularam na mente de um povo sofrido ao longo do ano de 2017, porque é necessário se lembrar que nenhum dos candidatos em campanhas anteriores, foi tão enfático nas promessas e tão crítico aos seus antecessores.
Em campanha, “Velhas feridas” foram abertas, com a finalidade de mostrar que acumular o pus social, nunca mais seria possível, pois uma “guerreira libertadora”, tal qual a “redentora Maria Felipa”, ali estava, pronta e apaixonadamente armada com a espada e a lança da justiça e da honestidade, para finalmente, fazer a cidade e o povo sorrirem ao som do “Hino da Liberdade”, arrebentando os grilhões das negociatas e do exclusivismo político.
A legião de camisas amarelas, chora e pede socorro.
Por que, insistem em não ouvir, esquecendo que quem brinca na beira do abismo, pode escorregar e cair?
Que em 2018, tudo seja diferente, simples assim...

Texto de Regina Carvalho, munícipe, jornalista, desejosa e ainda esperançosa de que esta gestão realize, como prometido, as necessidades de todos nós, afinal, como povo, também não creio que devamos brincar à beira do abismo com a precipitação fruto de um emocional que, geralmente, norteia as mentes decepcionadas nas suas perspectivas.


segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

FELICIDADE NÃO CAI DO CÉU...


Ela é conquistada a partir de um esforço contínuo de, apenas, querer ser ou de espertamente perceber que apesar de toda a trabalheira é sempre altamente gratificante.
Ser feliz dá trabalho, mas ser infeliz, adoece, envelhece e escurece a nossa matéria, refletindo em todo o nosso ser, transformando-nos em seres de apenas casca frágil, facilmente rompível.
Ao se permitir o permanente duelo interior, entre o Deus sorridente e radioso, com a força devastadora do Diabo, cria-se uma simbiose doentia que flagela, tirando a capacidade da criatura humana em perceber que tudo pode ser simples e vantajoso, se assim ela o desejar, anulando suas resistências frente aos pastos alheios que lhes parecem sempre mais verdejantes.

O infeliz adoece se alimentando com o fel de tudo, deixando o néctar da felicidade para os poetas do cotidiano, criaturas passíveis de enxergar as belezas que sempre estão presentes, mesmo que camufladas.

domingo, 24 de dezembro de 2017

Leviandade, nunca mais ...

Desculpe a minha franqueza e aqui não vai qualquer estímulo partidário, mas não posso ficar sem fazer uma pergunta: Tirar a Prefeita Marlylda para colocar quem? Existiu um processo democrático, o povo em sua maioria, não só escolheu como marginalizou a todo aquele que por esta ou outra razão, não a apoiava. Portanto, creio que o povo, está, reforço em sua maioria, absolutamente satisfeito. Vamos ser mais pragmáticos e deixar a coisa como está, pois, pode ficar bem pior. Em 2020 que não está assim tão longe, certamente o povo estará apto a fazer suas opções. Apesar de estar na moda, cargo executivo não deve ser tratado como se fosse um objeto descartável, afinal, precisamos respeitar a opção da maioria.
Depois, este processo não vai dar em nada e tudo estará reduzido a rivalidade política que desgasta e nada acrescenta ao povo que também na sua maioria, sequer tem ideia de poder comer uma fatia de Peru e quem sabe de um simples frango. Esta é a nossa realidade, dura e que fingimos não existir, fixando e reverberando, tão somente, em forma de falas sem qualquer conscientização mais prática. Entre a minha, a nossas boas casas e a próxima esquina, com certeza, existe pelo menos um carente que gostaria de encontrar em mim e em todos nós, privilegiados de alguma forma, garra, voz e atitudes para mudar o flagelo humano e social que os assola.
 O que precisa mudar na nossa cidade e no nosso país, são as intenções e as consequentes atitudes, para que tenhamos em breve espaço de tempo, crianças bem formadas físicas e mentalmente, para em médio e longo prazo, estes métodos de se fazer política partidária se expressem através de cidadãos mais bem estruturados que não venham a fazer de nenhum candidato a cargo público, celebridades intocáveis. Vamos unir nossas forças que não são poucas, para buscarmos esclarecimentos no que diz respeito as aplicações do erário público, corrigindo assim, as distorções que são evidentes e que só prejudicam a todos nós, partidários ou não desta ou de qualquer gestão, inclusive, legislativa. Agora, retirar uma gestora por brigas judiciais de interesses absolutamente particulares, onde certamente, quando a causa for ganha, todos ganharão, menos o povo que dele necessita, aí, é continuarmos a alimentar o ciclo vicioso que, infelizmente, somos capazes de vivenciar todos os dias. 
Façamos com o nosso empenho pessoal e de grupo que os nossos vereadores sejam mais capazes em relação as suas presenças no executivo, afim de exercerem suas responsabilidades que é o de verdadeiramente, fiscalizarem as contas públicas e não apenas, ficarem como meninos chorões, reclamando que a gestora não os atende nisto ou naquilo e o que é pior, dizerem que ela não os recebe e que secretários não lhes respondem as dúvidas. Isso sim é motivo de afastamento, pois existem leis na nossa Constituição que quando feridas ou renegadas, podem e devem ser acionadas.
Todo o restante, são firulas e falácias que impedem que o nosso vizinho tenha o direito a uma educação decente com merendas decentes, uma saúde decente, com remédios decentes, uma infraestrutura decente com saneamento decente, uma segurança decente, para cidadãos decentes.
Bom dia a todos e um final de ano diferente, onde todos nós possamos acreditar que não estamos numa luta inglória que se renova a cada quatro anos, onde sistematicamente, trocamos 6 por meia dúzia
. Isto, quando não reelegemos também sistematicamente, as pedras que há muito deveriam estar fora de nossos caminhos. Que o senhor Jesus, inspirador da grande maioria, abençoe nossos caminhos e escolhas. ·

Leviandade, nunca mais ...

Este deveria ser o slogan do povo brasileiro e itaparicano. 


quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

TROCANDO CARINHOS


Hoje, oficialmente, começa a estação de verão e, com ela, vem as festas de final de ano e sempre a certeza de que, no próximo que está tão próximo, tudo há de ser bem melhor ou pelo menos diferente.
Particularmente, agradeço o tudo de bom que aconteceu comigo e com minha família, só lamentando as perdas de pessoas especiais que se despediram de todos nós, mas que, certamente, deixaram suas vibrações amorosas como legado à nossa Ilha.
Lamento em especial, a perda das 20 vidas, assim como o trauma causado a outros tantos amigos e conhecidos, absolutamente desnecessária que ocorreram, no último de 24 de agosto de 2017, e que marcou a irresponsabilidade para com a vida humana, nos setores públicos e privados. 
Neste amanhecer lindo e ensolarado, curvo-me à vida, esperando que o Natal de todos nós, seja de muitos abraços calorosos e de fartura nas mesas de todos.
Que sejamos capazes de nos enxergar no outro, evitando, assim, a desnecessariedade dos inúteis entraves, que tiram o brilho da razão maior de se estar vivendo.
Roguemos equilíbrio entre o público e o privado para que possamos ter um próximo ano mais harmonioso e mais produtivo, mas, antes de tudo, que sejamos capazes de fechar 2017 com a certeza absoluta de que somos capazes de pincelar nossa própria paz com as cores da sabedoria, do equilíbrio e do amor.
Agradeço pelas quase 60.000 mil curtidas, contagem do Facebook, pelos carinhosos afagos de todos os amigos em relação aos meus textos. 
Um beijo enorme nas infinitas pessoas que me ouvem nas manhãs destes cinco anos em que estou comandando o Show da Manhã, através da Rádio Tupinambá FM, atendendo aos meus apelos em prol dos demais.
Agradeço a todos os funcionários da secretaria de saúde e infraestrutura pela paciência e compreensão com as minhas interferências diárias, assim como pela solução das inúmeras demandas que ao longo deste ano, lhes encaminhei.
Grata aos amigos Yulo Cesar e Augusto Albuquerque, assim como à Prefeita Marlylda, que proporcionaram momentos inesquecíveis a mim e a minha família, convidando-me a participar do FITA .
Obrigada a Deus, pela vida que pulsa em mim. Pelo meu Roberto que me acompanha desde 1966, cuidando de mim, num companheirismo admirável, e pelos filhos, genro e nora que completam meus instantes de vida.
Feliz Natal para todos e um Ano Novo com muita emoção, garra e vontade de fazer diferente.

sábado, 16 de dezembro de 2017

O ESPETACULOSO QUE NOS RODEIA


São quatro horas da manhã, acordo e abro a janela da sala onde escrevo e, como de costume, respiro fundo na ânsia de absorver a vida, trazendo-a para dentro de mim, antes mesmo da maioria daqueles que me rodeiam e, enquanto me alimento deste elixir bendito, percebo que ele vem com um aroma todo especial de manga.
Mas como, se neste ano, minha mangueira não cacheou e a de meu vizinho Roque, só ostentava algumas tímidas manguinhas doce de leite?
Olho para o quintal do Roberto, vizinho da frente, e tal qual a minha, também não cacheou.
Respiro ainda mais fundo e olho para a minha direita, onde então, enxergo a casa do Capitão Américo, com suas frondosas mangueiras, todas sem exceção, abarrotadas das belas e carnudas mangas rosa, fazendo-me compreender que a sábia natureza, quando, por suas próprias razões, não pode nos servir diretamente, providencia atender a algum vizinho também próximo, afinal, como provedora zelosa, nos proporciona pelo menos o seu aroma, forma sutil, mas eficiente de também nos nutrir.
Penso, então, na vizinha Vera Cruz com suas constantes e fartas colheitas e no eficiente jardineiro Marcus Vinícius, que não esquece de exibir seus frutos variados a cada amanhecer, trazendo com orgulho espetaculoso a todos nós, vizinhos afetivos de quintais tão próximos, a possibilidade de também nos servir.
Portanto, como sentir inveja das mangas do vizinho, ao contrário, inspiro-me e respiro novamente bem fundo, alimentando minha alma e todo o meu ser, neste novo dia que já chegou brilhante e prometendo sol, enquanto, encantada escrevo.
Sorrio e agradeço ao universo, pelos aromas que recebo das belas e carnudas mangas do vizinho, porque acredito que o espetaculoso só afronta ao infeliz que não é capaz de se sentir inserido num todo...
Vivamos a capacidade de ser felizes com a fartura que ostenta o nosso vizinho !!!!
Amemos a Ilha de Itaparica, chão único e bendito que a natureza, que é a expressão máxima da vida, não fronteirou.
Bendito o “Deus do amor e da sabedoria”, que pede licença para adentrar em nós.


sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

PIPAS COLORIDAS II


Na ingenuidade de alguém que verdadeiramente ama a cidade e busca sempre o melhor para ela, vi-me enredada no ano de 2009 na Câmara de Vereadores na mais decepcionante experiência, onde o engodo se fez presente.
A dor foi profunda, mas a lição foi apreendida e jamais esquecida.
Escrevi um texto com o título de PIPAS COLORIDAS e, através dele, deixei escoar a minha tristeza, quanto a constatação do inadequado, do ardiloso e da nenhuma real atenção e respeito ao povo itaparicano.
O tempo foi passando, alguns atores foram sendo trocados, mas a cúpula da malversação dos caminhos públicos, se não permaneceu de corpo presente, manteve-se nas sombras, tecendo suas artimanhas, nas entranhas da escuridão dos corredores do poder.
Hoje, como numa sessão especial, fui surpreendida com a exibição de um filme antigo, replay das PIPAS de 2009, já não senti dor, tão somente lamentei, como sempre o faço, quando me deparo com os horrores que chamam de política, perante o céu, num primarismo cênico, mas que infelizmente convence os distraídos ou inocentes de plantão.
São lobos tentando comer Hienas e que, infelizmente, apesar de não se destruírem, o que seria o ideal, com certeza frustram e mazelam sem dó e qualquer piedade, o povo sempre esperançoso, mas pouco lógico.
Estamos perdidos em meio a esta casta de espertinhos se digladiando na arena do poder, na busca pelo melhor lugar nas arquibancadas, não sem perderem o faro do sempre tentador erário público.
Este bailado de ações e intenções exclusivistas, desgasta e me leva a pensar, que TUDO ESTÁ COMO DANTES NO QUATEL DE ABRANTES.
E que sequer se aprimoram na representação, até porque, também o povo permanece alienado, perdido e abandonado.
O Jeito é irmos embora para PASSÁRGADA.


quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

UFFA!!!


A gente respira fundo, mentaliza Deus e roga misericórdia. Estas ações, são as únicas racionalmente possíveis para que não cometamos atos que, certamente, nos arrependeríamos, já que, somos pessoas do bem e cultivamos a harmonia em todos os sentidos.
Todavia, também sabemos que corda que muito se estica, se esgarça e, em dado momento se rompe.
O que é lamentável...
“Senhor, faça de mim hoje e sempre, um instrumento de sua paz”

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

PRECISO RESPIRAR


 Hoje foi um dia particularmente pensativo, analítico e, é claro, muito chato, pois minhas conclusões trouxeram-me uma pequena depressão, tipo, pós-traumática, já que não me foi possível evitar enxergar, pois com os olhos desnudos do véu da complacência, presenciei alguns corriqueiros  horrores da realidade cotidiana de nossa cidade que, afinal, são, tão somente, reflexos de um país que perdeu o rumo e, cujo povo, permanece à deriva em um mar aberto sem perspectivas de salvação.
Agora a pouco, enquanto lanchava e contava ao meu marido minha desolação, senti uma profunda dor no peito, que ainda não me abandonou, como se meus pulmões estivessem sendo esmagados, trazendo uma sensação de falta de ar.
Por quê?
Para quê dos tantos absurdos que sistematicamente foram sendo cometidos ao ponto de se tornarem normais nas posturas de nossos políticos e, pior, na postura passiva e cúmplice de cada um de nós, em um local tão pequeno, onde o bom senso, a fraternidade, a união e a humanidade deveriam ser as batutas básicas a comandarem a diversidade linda e talentosa de cada cidadão, que na realidade é o bendito sangue circulante.
Em que momento, saímos do trilho e buscamos os atalhos da inconveniência social?
Qual foi o disparador da bala mortal da passividade absurda, quanto à manutenção da pobreza e da ignorância cidadã?
Como podemos pensar em desenvolvimento da cidade, amparando esta evolução no turismo, se sequer temos noção de higiene, qualidade de alimentos, estética de apresentação e nenhuma pretensão de investimento de qualquer natureza?
Certamente, eu poderia ficar dias escrevendo mil laudas sobre a desesperança de minhas constatações e, ainda assim, confesso que não conseguiria compreender o absurdo da alienação que nos soterra, sem que sequer tenhamos consciência real de nosso pessoal estado débil.
Concordamos, aplaudimos ou discordamos e vaiamos, mas em momento algum, buscamos o bom senso do equilíbrio, a fim de mudar os nossos comportamentos como ponto de partida para corrigirmos o tudo mais que atavicamente nos mantém prisioneiros do atraso, da miséria e da desilusão.
Não me levem a mal, mas estou triste ao pensar e constatar que temos tanto e não somos nada, na medida em que permitimos que a arrogância da ignorância esfole e roube o nosso direito de enxergar um novo e salutar caminho de progresso, engessados que nos encontramos nas entranhas de nós mesmos.
Olhem sem o atavismo do bairrismo e, só assim, perceberão os absurdos que são cometidos em todas as áreas e instituições, sejam públicas ou privadas, e que representam a razão desta permanente luta ingrata de navegarmos para lugar algum.

Peço desculpas por este meu desabafo, por necessitar respirar, em relação ao melhor lugar do mundo, na realidade, o meu pedacinho de paraíso que eu gostaria muito de ver brilhar.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

EU E A BRISA


Sentada na varanda, deliciando-me com o vento fresco da noite que se inicia, podendo ouvir o farfalhar de folhas e galhos, em uma sinfonia que me faz relaxar.
O tudo mais está silencioso ao ponto de fazer-me curiosa em relação ao som do latido do cão, tentando adivinhar de que direção vem.
O cheiro não é úmido, mas absolutamente envolvente, lembrando-me que se as amoras estão partindo, as mangas, os cajus e as seriguelas em breve adornarão o quintal, só para eu não esquecer das delícias deste pedaço de chão baiano, que chamo de meu.
Fecho os olhos entre uma palavra e outra, inebriada por todas estas energias que me rodeiam, fazendo de mim agora e, confesso, sempre a criatura mais feliz do universo.
Tudo vai bem, porque eu vou bem. Tudo me parece bem, porque eu assim o vejo e, enquanto, declaro à vida meu estado de espírito, sinto-me tocada por um pendente e ousado galho da amoreira, talvez, quem sabe, apenas me toca para que eu não esqueça jamais que a vida é bonita e é bonita.
E neste colóquio amoroso, sinto o meu corpo sendo continuamente alisado pela brisa que suavemente percorre o meu corpo, levemente faz voar as mechas de meu curto cabelo, arrepiando minha nuca, enquanto me envolve no mais divino abraço.
Olho ao redor e me sinto em paz.


domingo, 3 de dezembro de 2017

Meu pedacinho de céu...


Quanto mais tempo vivo em Itaparica, mais me convenço do quanto tudo por aqui é maravilhoso, e se for comparar com outros locais, aí, renovo o meu convencimento de que moro num pedacinho do céu.
Tudo é fantasticamente simples e absurdamente completo, pois consegue-se, ao mesmo tempo, ter-se beleza e paz.
Quisera poder fazer com que todos ao meu redor percebessem o tudo de bom que possuem, não apenas da boca para fora, mas em forma de constante abraço fraternal.
Enxergar as pessoas com um olha carinhoso, mesmo sem nunca as ter encontrado, mas com a convicção de que elas são parte integrante da alma da cidade. Afinal, o que dá vida ás belezas naturais são as energias vibrantes daqueles que vivem em meio a elas.
Ontem, sentada junto a preciosas criaturas e tomando meu vinho, como de hábito, fiquei observando e pensando no quanto, eu gosto de ver alegria à minha volta e no quanto, ainda somos um principado onde é possível, simplesmente, relaxar sem medo de ser feliz.
Rostos conhecidos na grande maioria, alguns nunca vistos, mas todos reunidos para um só fim, brincar, conversar, ouvir uma boa música e, apenas, existir sem maiores complicações.
Luxo é uma condição que nem todos reconhecem, pois buscam os brilhos da sedução de coisas, quando, este reside nos divinos instantes em que somos capazes de reconhecer a vida e as energias fluindo ao nosso redor como se fossem cordões de diamantes e esmeraldas que nos blindam e nos fazem sentir com gratidão, o tudo mais que usufruímos.
Pensando nesta manhã, no luxo que tem sido a minha vida nesta cidade que me acolhe e me faz feliz, apenas agradeço, rogando amém a todos nós.

Bom dia e um domingo de muito luxo para todos nós.

sábado, 2 de dezembro de 2017

TEMPOS MODERNOS?


Nem que eu vivesse mil anos, seria capaz de compreender a falta sempre abusiva do respeito ao outro.
De repente, de uns tempos para cá, intensificou-se a capacidade de nos colocarmos diante do outro e, com nossas verdades, agredi-lo, sob aplausos dos demais, chamando a isto de direito e cidadania.
Somos especialistas em querer cumprimento das infinidades de leis existentes, mas, ao mesmo tempo, as violamos sem qualquer consciência, pois, o que não nos faltam são argumentos que justifiquem tais violações. Afinal, nosso sempre próprio código de interpretação das mesmas, não nos permite punição, já que sempre nos sentimos certos e com direitos.
Penso, então, que nossas crianças, apenas estão nos copiando onde quer que se encontrem, até mesmo no próprio seio do lar, onde há muito, as regras de boa e respeitosa convivência se perderam em meio às torrentes caudalosas dos rios de um modernismo avassalador, onde se pode tudo.
Assustam-me, pessoas de minha faixa de idade, criadas fosse na família ou em qualquer lugar, como eu, em meio a ética de posturas, com noções claras de respeito e limites, hoje, concordarem e aplaudirem todo tipo de agressões em nome de supostas verdades, vendidas e exacerbadas pela massificação da mídia e estimulada por facções políticas.
Sou de um tempo em que os ditados populares: “NEM TANTO AO CÉU, NEM TANTO À TERRA” ou “DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS”, eram exercitados no cotidiano, o que nos obrigava a pensar, analisar e, principalmente, ponderar, o que definitivamente pouco se faz nos dias atuais.
O definitivo, jamais foi sinal de inteligência, assim como o absoluto, limita.
Não há um só lugar onde a condição da pessoa em seus direitos à privacidade seja respeitada, num esquecimento brutal de que, amanhã, este procedimento pode voltar-se contra o agressor de hoje, já que ninguém verdadeiramente se encontra imune às críticas alheias. Afinal, quem de sã consciência pode afirmar que jamais ferirá a verdade de um outro?
Chego à conclusão de que nossa sociedade brasileira está doente do mal do século da instantaneidade, da banalidade e dos justiceiros, todos em busca dos sempre decepcionantes salvadores, que frustram sistematicamente, abrindo a chaga da ignorância em relação a quase tudo, pois não há nada que possa solucionar a falta de limites, de educação e de civilidade.


quinta-feira, 30 de novembro de 2017

SÍNDROME DO ENFADO NATALINO


Novembro a um passo de findar, o que para mim é o disparador sorrateiro de um conjunto de sensações nada agradáveis em relação ao mês de dezembro.
Tudo muito surreal, já que jamais sofri qualquer tipo de aflição neste período, muito pelo contrário, afinal, sou de uma época em que o período natalino era de festas fartas em família, onde o lúdico ainda encontrava acolhimento e muito mais afeto às mentes infantis, bem mais que propriamente presentes.
Todavia, confesso que jamais gostei, não apenas do Natal e Ano Novo, mas de qualquer data determinante a se comemorar, isto ou aquilo, mesmo reconhecendo serem necessárias para conscientizações sociais e mesmo como aglutinação de propósitos.
Bem, se fosse fácil o entendimento, não estaria ano após ano relatando o meu incômodo.
Como todo mundo, faço ceia, mas sem qualquer empolgação maior, e isto é frustrante, pois não vejo sentido em ter que se esperar um ano inteiro para, então, reunir, sorrir, beber e comer determinadas iguarias e ainda receber e oferecer presentes, apenas por obrigação, muitas vezes sem qualquer condição financeira, criando angustias e endividamentos na maioria das pessoas.
Isso sem falar que no dia seguinte, a fraternidade que deveria permanecer ou pelo menos aflorar em cada criatura humana, ao contrário, se dissipa como folhas ao vento e voltam-se todos aos seus mundinhos isolados e egocêntricos, ficando o tão bonito e afetuoso espírito amoroso, guardado a sete chaves até o próximo natal.

Essa síndrome que me domina, também tem seu lado produtivo, afinal, fez desenvolver em mim a capacidade de poder sorrir, brindar e presentear, quando sinto necessidade e principalmente prazer, e aí, também inexplicavelmente, desperto nos meus semelhantes afins o mesmo sentimento descontraído e absolutamente espontâneo, o que tem me garantido sorrisos, abraços e significativos gestos de delicadeza, tudo muito gratificante, levando-me a concluir que o espírito natalino é, antes de tudo, o prazer inenarrável de podermos doar e também receber, tão somente, sinceridade.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

POR UNS TROCADOS A MAIS...


Segunda-feira de final de novembro de uma era, no mínimo, preocupante, quando penso na alienação existencial que só aumenta, mesmo envolta em tantos caminhos de ensinamentos àa disposição na parafernália da internet ou nos tradicionais livros.
Uma infinidade de gurus, magos e profetas, religiões, seitas e filosofias que passeiam desde a condução de um respirar adequado, às comidas que são capazes de proporcionar a leveza necessária para se adentrar no mundo espiritual.
E no final das contas, o que se busca tanto é, tão somente, um pouquinho de paz interior, cada vez mais escassa, apesar de mais negociável.
Como em tempos remotos, fizeram renascer os suntuosos templos, as mais ricas oferendas, os mais absurdos comportamentos, numa demonstração assustadora de um retrocesso gigantesco da incapacidade humana em não se sentir parte integrante da vida, na qual sequer se percebe inserido.
Nunca o mundo abrigou tantos doutores e especialistas de quase tudo e também nunca esteve tão iletrado em se tratando da lição básica de, apenas, vivenciar o seu tempo terreno.
Olha ao redor e se sente perdido, sem rumo estabelecido a partir de si mesmo, de suas necessidades primárias de realização pessoal.
Não sabe quem é, de onde veio e tão pouco para onde quer ir, apavorando-se porque saber quem é, assusta, de onde veio, já não é seguro e para onde vai é a grande interrogação, afinal, são tantas variedades, não restando opção maior que se ver aturdido em meio a elas.
Penso que não está sendo nada fácil, discernir o melhor para si, sem que haja um esteio familiar que o sustente, então, o amparo surreal, torna-se a opção mais acessível em sua maioria, bastando ter para oferecer alguns trocados a mais que a infelicidade de existir, sem se enxergar e sem rumo, podem gerar.
E a legião de vampiros lá vai aumentando na mesma proporção do retrocesso, na busca da luz de um divino que salve, resgatando o que jamais existiu, prometendo o ilusório, mas garantindo a escuridão do desconhecimento, num falso alívio que precisa ser repetidamente comprado para que supostamente se encontre a liberdade.
Muletas, que garantem um lugar no céu e que aprisionam irremediavelmente, na terra.



POR UNS TROCADOS A MAIS...
Segunda-feira de final de novembro de uma era, no mínimo, preocupante, quando penso na alienação existencial que só aumenta, mesmo envolta em tantos caminhos de ensinamentos àa disposição na parafernália da internet ou nos tradicionais livros.
Uma infinidade de gurus, magos e profetas, religiões, seitas e filosofias que passeiam desde a condução de um respirar adequado, às comidas que são capazes de proporcionar a leveza necessária para se adentrar no mundo espiritual.
E no final das contas, o que se busca tanto é, tão somente, um pouquinho de paz interior, cada vez mais escassa, apesar de mais negociável.
Como em tempos remotos, fizeram renascer os suntuosos templos, as mais ricas oferendas, os mais absurdos comportamentos, numa demonstração assustadora de um retrocesso gigantesco da incapacidade humana em não se sentir parte integrante da vida, na qual sequer se percebe inserido.
Nunca o mundo abrigou tantos doutores e especialistas de quase tudo e também nunca esteve tão iletrado em se tratando da lição básica de, apenas, vivenciar o seu tempo terreno.
Olha ao redor e se sente perdido, sem rumo estabelecido a partir de si mesmo, de suas necessidades primárias de realização pessoal.
Não sabe quem é, de onde veio e tão pouco para onde quer ir, apavorando-se porque saber quem é, assusta, de onde veio, já não é seguro e para onde vai é a grande interrogação, afinal, são tantas variedades, não restando opção maior que se ver aturdido em meio a elas.
Penso que não está sendo nada fácil, discernir o melhor para si, sem que haja um esteio familiar que o sustente, então, o amparo surreal, torna-se a opção mais acessível em sua maioria, bastando ter para oferecer alguns trocados a mais que a infelicidade de existir, sem se enxergar e sem rumo, podem gerar.
E a legião de vampiros lá vai aumentando na mesma proporção do retrocesso, na busca da luz de um divino que salve, resgatando o que jamais existiu, prometendo o ilusório, mas garantindo a escuridão do desconhecimento, num falso alívio que precisa ser repetidamente comprado para que supostamente se encontre a liberdade.
Muletas, que garantem um lugar no céu e que aprisionam irremediavelmente, na terra.


Que coisa, viu!!!!!


Hoje, como é domingo, sobra mais tempo para pensar nas coisas que nos afligem no dia a dia; e, com certeza, o não rendimento do erário público é sempre muito intrigante, e aí, vejamos:
- Cada gestão permanece por 48 meses, perfazendo quatro anos. No caso especial dos municípios que recebem mensalmente uma fração, mesmo que reduzida, de royalties, se economizassem em média 100 mil reais mensais, o que não é muito, provavelmente, no final deste período, teria em caixa cerca de quatro milhões e oitocentos mil de reais; como não sei o preço do metro quadrado de calçamento, não posso mesurar o quanto poderia realizar, mas pensando que, somente depois que vim morar na cidade, já se passaram quatro prefeitos de mandatos concluídos, e agora, um ano da atual, acredito que teríamos cerca de  24 milhões.
Se dividir pelos 17 anos de gestões, volto a concluir que pelo menos mais de uma dezena de ruas poderiam ter sido calçadas, ao invés de terem gasto o dinheiro em seguidos reparos – às vezes para superfaturamento e de qualidade sempre questionável - ou em festinhas populistas de apenas efeitos alienatórios e momentâneos, que não contribuem em nada para a mudança da realidade de vida da população.
Afinal, já teríamos todas as ruas calçadas desde que a bendita democracia se instalou, e lá se vão 27 anos de sucessivas eleições em que pisar na lama se tornou rotina, isto sem falar no esgoto a céu aberto e etc., e tal – pasmem, apenas os serviços essenciais.
Rapaz, essa conta pode se multiplicar e muito se olharmos os patrimônios dos políticos e de seus camaradas pessoais, mas como meu propósito não é perseguir Judas, penso, apenas, no quanto somos um povinho ingênuo e serviçal.
E no quanto os nossos políticos são “gente boa”. Verdadeiros patriotas, amantes do povo que os elegem.
Todavia, penso principalmente na nossa capacidade de apenas atacar sem que tenhamos aprendido a nos defender com argumentos consistentes, restando a nós, tão somente, a capacidade de contra-atacar, mantendo assim um constante e ineficiente ciclo de agressões políticas que, assim como as contas dos procuradores dos municípios, só favorecem aos políticos, amparados pelo sempre complacente TCM e, geralmente, pela aprovação das ilibadas câmaras de vereadores espalhadas por este Brasil varonil.

Pense nisso!

domingo, 26 de novembro de 2017

Duelo de Titãs


O dia amanheceu e o sol ainda não apareceu na exuberância do costume, nesta época do ano. Talvez, esteja com preguiça e só mais tarde vai dar o ar de sua graça nas areias das praias, no jardim da casa de alguém ou em qualquer lugar, onde corpos e mentes vão estar esperando, ansiosos para desfrutar do seu calor.
Enquanto, escrevo sobre a preguiça do sol, ele provavelmente para mostrar que ouviu, mesmo aparentemente adormecido, aparece mostrando-se, não resta a menor dúvida, pouco entusiasmado, mas já iluminando as copas e os telhados, numa marcação ainda frágil de seu território.
De repente, como se novamente tivesse me ouvido, ele reage e se torna mais intenso, ameaçando adentrar em minha sala, mas por enquanto, só mesmo ameaça, pois seu brilho de recém acordado, ainda não foi capaz de me convencer de que terá forças para iluminar por muito mais tempo, já que também de onde estou, posso avistar algumas nuvens que insistentes, ameaçam marcar presença, mesmo que passageira.
Neste duelo de forças universais, cá estou quietinha como sempre, só observando e registrando as forças empreendidas entre o sol e as nuvens, levando-me a pensar que seja lá, quem ganhe esta batalha, a vida sempre será a vencedora, bem diferente dos duelos humanos, onde verdadeiramente, todos perdem, não havendo reais vencedores.

São seis horas da manhã de domingo e muitas águas, ainda vão rolar ou serão raios solares que virão esquentar? 

SENHOR DEUS!!!!


Quanto mais presenciamos joelhos se dobrarem nas Igrejas e templos, na mesma proporção, somos capazes de conviver com uma sociedade egoísta, arbitrária e extremamente violenta.
Que incoerência é esta?
Seria apenas fuga existencial, incapacidade de encontrar Deus em si próprio e, consequentemente, no outro?
Ou, quem sabe, tão somente uma forma de tentar corromper os “Divinos”, com prendas, oferendas e polpudos dízimos, acreditando assim, que com dinheiro, cantos e orações, a criatura humana lava todas as suas mazelas, abrindo as portas dos céus?
Quanto mais ouvimos falar de Deus, mais distante ele nos parece na realidade do nosso cotidiano.
Senhor Deus dos desgraçados!  
Dizei-me vós, Senhor Deus!  
Se é loucura... se é verdade  
Tanto horror perante os céus?!  

(Navio Negreiro – Castro Alves)

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

ORAÇÃO COGNITIVA



“As luzenas avermelham os brilhos e fazem doidas espirais” (navio negreiro, castro alves).
A sedução já não mais faz parte de tuas ações e a falta de credulidade agiu como uma espada afiada, ceifando a tua criatividade.
Olhai, portanto, os lírios dos campos, que não tecem e não fiam, todavia, permanecem nutridos com as seivas da natureza.(mt.6-28).
O que temes?
Afinal, tens o universo como o teu provedor...


quarta-feira, 22 de novembro de 2017

MARAVILHA .!


Emocionada, agradeço a todas as pessoas que carinhosamente expressaram suas atenções, carinhos especiais e amor por mim, reforçando a minha certeza de que a maior riqueza que uma pessoa pode acumular, para deixar um rastro de luz por esta passagem pela terra, é sem dúvidas, a sua capacidade de tocar meigamente as emoções daqueles que, de alguma forma, com ele divide espaço.
As letras do alfabeto com as quais construo frases que refletem necessidades, frustrações, desejos, tristezas e alegrias possíveis a todos nós é, acima de tudo, amor à vida e a tudo que nela existe e certamente o bendito elo que me une a vocês que, bem de pertinho ou a quilômetros de distância, dividem comigo o prazer de existir, sentindo sem pudores as vibrações que nos cercam.
Fiz questão de anotar o nome de cada um para, diariamente, até o próximo aniversário que pretendo comemorar, poder rezar, rogando ao universo na figura do nosso DEUS, proteção e bênçãos às suas necessidades.

Um beijo carinhoso a todos e até 21/11/2018.



terça-feira, 21 de novembro de 2017

SER ESCRITOR


Para quem olha de fora, a vidinha de um escritor é bastante medíocre e, geralmente, solitária. Ledo engano, afinal, como ser solitário se o mundo está nas infinidades de letras que trazem para a possível realidade velhos desejos que, sem elas, seriam sempre, apenas, sonhos.  
O escritor voa com os pássaros, banha-se nos mais caudalosos rios, navega por mares calmos ou bravios, escala as mais altas montanhas, percorrendo encantado as mais belas grutas encruadas na terra e é capaz, de como ninguém, deitar-se na relva fresca e apreciar o céu, sentindo o calor do sol, quase queimar suas retinas ou deixar-se molhar pelas grossas chuvas do inverno.
Com as letras, o escritor escava terras secas, fazendo soltar delas, as esmeraldas e diamantes que só a vida pode oferecer e, ainda com as mãos sangrando e com as unhas lascadas, colher uma flor e oferecer a alguém, sem que o sangue que de seus dedos escorre, macule a delicadeza de seu gesto.
Ser escritor é amar a vida até mesmo quando escreve sobre a morte. É deixar escoar em frases e versos, os lamentos das decepções, as dores da incompreensão, as lágrimas das sempre possíveis dores.
Ser escritor é cantar a vida como se cada instante fosse um soneto, cada hora um poema, cada dia um lindo conto, recusando-se por todo tempo a abraçar o banal, o fútil e nada a haver.
E quem ainda quiser pensar que a vida do escritor é monótona e sem graça, recomendo que busque a ventura de, pelo menos por instantes, fazer das letras o seu mundo, das palavras o seu universo.


segunda-feira, 20 de novembro de 2017

UM GESTO e nada mais.


Enquanto dou uma olhada no face, pelo canto dos olhos posso acompanhar através da janela, o meu querido Roberto, equilibrando-se entre um galho e outro da amoreira, tudo para não desabar da varanda e para me trazer como faz em todas as manhãs, as benditas amoras.
Deixei o face de lado e agora, já saboreando duplamente os brindes que a vida me oferece, registro este momento nada banal, rogando ao universo que me inspire a cada amanhecer, para que eu, continue encontrando com Deus e que juntos, numa parceria que existe desde sempre, possamos seguir caminho dando e recebendo amor.


domingo, 19 de novembro de 2017

PALCO DE LUXO


E aí, confesso que ser uma observadora é sempre muito doloroso, mas fazer o quê, se não me é possível partir ou frear o senso de lógica que permeia a mente?
Estou falando mais uma vez sobre a forma sem sentido prático com que acolhemos nossos pretensos representantes, seja do legislativo, executivo ou judiciário de qualquer nível.
Tratamos os candidatos como se fossem talhados de algum material especial, jamais igual ao nosso. Oferecemos os salamaleques mais requintados, colocando-os em pedestais de importância, superestimando suas intenções e, ao mesmo tempo, expondo nossas bobices em acreditarmos que, realmente, o cidadão fará algo palpável para nossa cidade ou pelo menos por nós.
Na maioria das vezes, até conhecemos o seu histórico político, mas deixamos de avaliar a nós mesmos, porque ao invés de cobrar planos específicos que venham agregar valores sociais à cidade, ficamos como alienados, oferecendo o campo do genérico, onde eles surfam divinamente e, ao irem embora, pois, todos vão, ficamos como alienados sem qualquer subsídio real que justifique o nosso voto. Só mesmo os vereadores ou candidatos a algum cargo eletivo que sonham com uns trocados a mais que, certamente, será distribuído por ocasião do pleito eleitoral.
Transformamos os candidatos em semideuses, nos curvamos em benevolências ao ponto de ser possível enxergar-se nossos redutos íntimos e, depois que são eleitos, ainda esperamos que se sintam nossos representantes.
Quanto primarismo e submissão por estarmos sempre ávidos para eleger mais um ídolo, colocando-o no poder, oferecendo a ele, status, dinheiro, relações monásticas de bandeja ao preço de meia dúzia de promessas decoradas de discursos batidos, mil vezes já ouvido, mas que o nosso atavismo cultural nos impede de reconhecer.
Mas o pior de tudo é que em meio ao inflamado discurso, vez por outra, o pretenso futuro monarca dos bens públicos, solta pérolas ofensivas à nossa simplicidade que é explicita e sequer nos apercebemos, pois estamos inebriados, admirando aquele que por esta ou aquela razão idiota ou interesseira, receberá não só o nosso voto, mas todos os votos que conseguirmos angariar para ele, nos papos de esquina.
Nada como ouvir os discursos à distância, sem o envolvimento das presenças carismáticas do cidadão que antes de tudo é um tremendo cara de pau que bem sabe o que faz, no foco de seus objetivos.
E depois, quando eleito e nossas perspectivas se veem frustradas, viramos o disco e nos colocamos a queimar o Judas, cobrando o que ele jamais prometeu, apenas utilizou-se de nossa sempre frustração para nos garantir ludicamente, o que jamais pretendeu cumprir.
E o ciclo se movimenta a cada eleição, soterrando Deuses, elegendo outros, não havendo qualquer sentido prático e produtivo para nós, povinho das fotos tiradas entre os aplausos, das bandeiras e do trio elétrico que permanentemente nos fazem dançar.

VIVA ITAPARICA!!!!!

!
É natural que as lideranças da cidade se sintam frustradas por não ter sido chamadas para conversar, quando da preparação do projeto FITA, e agora, sem censuras ou cortes de quem quer que seja, sintam-se totalmente livres para expressar o que gostariam de ter sugerido, quando da preparação da mesma. 
Culpar as pessoas que fazem observações, lembrando-as de que nada fizeram, convenhamos que também não é justo, já que é necessário bem mais que conhecimento cultural da cidade, principalmente apoio financeiro, portanto, não sejamos também simplistas em nossas avaliações. 
Claro que além da mágoa pela exclusão neste ou naquele aspecto, sempre haverá nos relacionamentos humanos, bem mais expressivos em cidade pequena, as diferenças partidárias e os conflitos de ordem emocional. 
Então, creio que seria de bom tom, o aplauso ao FITA como uma iniciativa maravilhosa que deu certo e encantou a todos nós, mas também que estejamos abertos às sugestões, para que o próximo seja ainda mais abrangente. 
Agora, quando um político ou um cidadão cobra acertos de contas, ele está refletindo com palavras o que as ruas, através das pessoas de um modo geral, comentam e cobram, e isto, não pode e não deve ser cerceado. Concordo inteiramente que esta cobrança não deva vir logo em seguida às críticas estruturais do projeto, pois, com certeza deixa a conotação de picuinha e rivalidade.
Desculpem a intromissão, mas como conheço, quero bem e torço sempre a favor da nossa Itaparica, não pude como participante honrada deste evento que, sem dúvidas, só engrandeceu a todos nós, ficar apreciando pessoas incríveis, talentosas e que gostam verdadeiramente da cidade e de seu povo, trocando impressões e até mesmo farpas, movidos, tão somente, pela emoção. 
Particularmente, gostaria de ter visto a festa espalhada pelo nosso centro histórico, acreditando também, que não é por simples acaso, que em todas as cidades onde este modelo de evento já é um sucesso retumbante, o mesmo seja distribuído em pontos chaves, abrindo assim um leque de participações, não só do povo com o seu talento, como dos turistas em termos de opções. 
Tive a possibilidade de expressar este pensamento e de ouvir que, este seria diferente, pois a intenção era fazer algo inédito. Não concordei, mas compreendi, afinal, confiei que a produção sabia o que estava fazendo.
Quanto a parte financeira, só resta que seja apresentado ao povo que verdadeiramente pagou pela festa, a prestação de contas, já que o retorno de recuperação de imagem, todos nós já avaliamos como fantástica. Afinal, saímos das páginas policiais e voltamos a ser um local paradisíaco. O sucesso em tempo algum pode sufocar a lógica e o bom senso, seja lá do que for.
A todos um domingo alegre e ensolarado, reconhecendo que somos pessoas privilegiadas por viver neste local apaixonante.

sábado, 18 de novembro de 2017

MERCANTILISMO DO MEDO


Enquanto cursava filosofia, dividi espaço universitário com inúmeros seguidores de religiões que cultuam o Diabo como forma dele se defender.
Pode uma coisa dessas?
Até então, não havia prestado atenção neste tipo de culto, mas sinceramente, depois deste encontro involuntário com os adoradores de Satã, não saí impune e precisei buscar um mínimo de entendimento de tamanha incoerência, já que me pareceu sem qualquer lógica o convívio destas criaturas com a filosofia e, ao mesmo tempo, suas crenças religiosas.
Bons anos depois, nenhuma razoável conclusão, fico pensando, que talvez, o medo de viver se assemelhe mais ao Diabo devastador, ficando Deus como uma ficção, figura lúdica, merecedor de retóricos cânticos e orações, escudo de proteção de uma suposta força dominadora que persegue, fazendo sofrer impiedosamente.
Mas aí, também penso na ineficiência de Deus e na eficácia do Diabo, já que mesmo sendo acirradamente combatido, persiste, resistindo bravamente ao poderoso Deus, numa medição de forças contínuas e multiplicando sistematicamente a diversidade de seus ataques, apesar de perceber que todos sempre embasados no medo irracional da criatura humana em viver, abrindo-se despudoradamente para as delícias que o envolve, sentindo e absorvendo e em contrapartida doando, num entrelace de liberdade em aprender e ensinar.
Soterrar o medo incomensurável que devora instantes preciosos de plenitude é impensável, pois requer arriscar-se para a desconhecida liberdade de ser e apenas existir, despindo-se das irrealidades que de tão envolventes se tornam elixires comparáveis às drogas e prazeres instantâneos, mas que também fazem sucumbir as belas e fascinantemente duradouras floradas existenciais.
E nesta busca de compreensão, deparo-me tanto nos livros que relatam a história da humanidade ao longo dos tempos, como a cada instante sistêmico, divido espaço com esta mesma humanidade na qual me insiro, reconhecendo que somos os únicos seres sobre a terra, incapazes de usufruí-la sem o terror constante de um Diabo que corrompe e faz sofrer e, ao mesmo tempo, de um Deus que consola, mas não liberta.
Forma inexplicável de existir.


sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Tenho esperança que as minhas sementes quando plantadas a partir de meus pensamentos expressos, encontrem terrenos propícios às suas germinações.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

O OBVIO NECESSÁRIO


Hoje, no café da manhã, conversando com o Roberto sobre o meu prazer quanto ao hábito que jamais abandonei de tomar um farto dejejum, lembrei-me com satisfação que devia isto à minha mãe, sempre zelosa com a alimentação da família e que jamais deixou que este carinho esmaecesse, até mesmo, quando, já debilitada e refém de uma cama hospitalar, ainda assim insistia em querer saber se estávamos nos alimentando devidamente.
Em seguida, lembrei-me do carinho com que preparava a merenda para que eu levasse para a escola, mesmo já mocinha, com 14, 15, 16 anos, já cursando o NORMAL (quem se lembra deste curso?) em uma escola que ficava do outro lado da cidade, e que consumia duas horas do meu tempo, diariamente.
 Em meio a estas lembranças amorosas, as minhas idas diárias de Ipanema à Tijuca, no ônibus 415 (Estrada de Ferro/ Leblon), trouxeram também de volta antigas lembranças, hábitos adquiridos na educação doméstica para um maior e melhor convívio com os demais, que, infelizmente, feneceram ao longo do tempo e que, certamente, são responsáveis por grande parte da violência que nos envolve nos dias atuais.
Como meu ponto (de ônibus) ficava praticamente no fim de linha, havia sempre uma cadeira disponível, o que não me garantia assento até o fim de meu percurso, pois pelo caminho a superlotação, já existente na época, infinitas vezes, significou ceder o meu lugar para alguém mais velho ou com problemas aparentes de saúde, assim como, colocar no colo a bolsa ou a pasta pesada de qualquer pessoa era gesto absolutamente natural, tratava-se de gentileza que aprendíamos no seio de nossas famílias.
Comentei, então:
- Quem hoje arriscaria deixar a sua bolsa no colo de alguém, e quem estaria disposto a aceitar tamanho encargo?
- Quantos jovens são capazes de ceder seus lugares, seja no ônibus ou em qualquer lugar?
Que pena, não é mesmo...
Benditos cafés da manhã, almoços e jantares, quando a família reunida era sinônimo de força e amparo de caráter, respeito, solidariedade e fortalecimento de laços.

Só resta lamentar, os simples óbvios da boa convivência que se perderam.

DESAFIO CONSTANTE


Fazer jornalismo em cidade do interior, onde as pessoas, sejam públicas ou não, se esbarram por todo o tempo, onde os olhos se cruzam e é impossível separar-se a pessoa do profissional, certamente é bem mais difícil que nas cidades grandes, onde o anonimato oferece sempre um distanciamento mais confortável.
Daí, creio ser necessário um cuidado especial no trato dos assuntos, já que a possibilidade de um confronto é sempre infinitamente maior, como também a responsabilidade quanto aos propósitos de por todo o tempo pensar em pautas que privilegiem o maior número de pessoas, já que o bem comum sempre está bem mais próximo e, portanto, mais real, por ser mais facilmente mensurável.
Selecionar os discursos para não incorrer nas falácias que se tornam bordões e que, de tão repetidas, acabam por se tornar verdades, induzindo aos erros avaliativos, é sempre um desafio ao profissional que tem como objetivo executar o seu trabalho respeitando o público que dele se utiliza para encontrar informações precisas.
Neste mundo globalizado de modismos e instantaneidades, manter-se firme nos propósitos da isenção é outro desafio descomunal, pois a corrupção moral e ética, pulula por todo o tempo como atrativo de sucesso, comercializando opiniões e caráteres.
E aí, lembro-me da máxima de Rui Barbosa ao constatar com melancolia a derrocada da ética e da moral.
”De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.
Rui Barbosa


domingo, 12 de novembro de 2017

TCM - CONTAS REJEITADAS

Ex-prefeito de Itaparica tem contas rejeitadas
9 de novembro de 2017
Na sessão desta quinta-feira (09/11), o Tribunal de Contas dos Municípios votou pela rejeição das contas da Prefeitura de Itaparica, da responsabilidade de Raimundo Nonato da Hora Filho, relativas ao exercício de 2016, em razão do descumprimento do artigo 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal, que trata da ausência de recursos em caixa para pagamento de despesas que foram realizadas em 2016, mas que só seriam pagas no exercício seguinte. Diante da irregularidade, o relator do parecer, conselheiro José Alfredo Rocha Dias, determinou a formulação de representação ao Ministério Público da Bahia contra o gestor.
O ex-prefeito foi multado em R$5 mil pelas falhas e irregularidades contidas no relatório técnico e em R$18.720,00, que equivale a 12% dos seus subsídios anuais, por não ter reduzido as despesas com pessoal ao limite de 54% previsto na LRF, que no 3º quadrimestre representou 59,69% da receita corrente líquida.
Os conselheiros decidiram também determinar o ressarcimento aos cofres municipais da quantia de R$25.749,85, com recursos pessoais, relativo a pagamentos efetivados a secretário municipal acima do limite estabelecido na legislação atinente aos subsídios. O relator ainda solicitou a remessa de cópia do parecer prévio ao Ministério Público Federal para que acompanhe as restituições pendentes às contas do Fundeb ou Fundef, com recursos municipais, no montante de R$928.942,31.
Os recursos deixados em caixa pelo ex-prefeito, no último ano do seu mandato, não foram suficiente para quitar as despesas inscritas como restos a pagar de exercício anterior, o que provocou uma indisponibilidade financeira no expressivo montante de R$20.626.846,56. Tal irregularidade enseja, por si só, a rejeição das contas e é enquadrada como crime fiscal nos termos do art. 359-C da Lei nº 10.028/00. A LRF proíbe que o gestor, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contraia obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte, sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.
Em relação às despesas com pessoal, apesar dos gastos terem ultrapassado o limite de 54% previsto na LRF, o relator não considerou a irregularidade como causa de rejeição já que o mesmo manteve-se dentro dos parâmetros de flexibilização adotados pela maioria do pleno. Acompanharam o relator nesse posicionamento os conselheiros Mário Negromonte, Plínio Carneiro e Raimundo Moreira. O conselheiro Paolo Marconi apresentou, sem sucesso, voto divergente no sentido da inclusão da irregularidade como causa da rejeição, vez que os gastos representaram 59,69% da RCL, superando o limite de 54%, sendo acompanhado pelo conselheiro Fernando Vita. Também pediram a imputação de multa no percentual de 30% dos subsídios anuais do gestor, mas prevaleceu a sanção correspondente a 12%.
Cabe recurso da decisão.
CONCLUSÃO DE UMA Munícipe
Creio que não basta uma publicação do TCM, pois o que o povo da cidade espera é uma satisfação, já que as mesmas foram apresentadas como acertadas na Câmara de Vereadores, inclusive com documentos. Afinal, como acreditar em firmas de contabilidade ilibadas, procuradores, vereadores e até mesmo na palavra de gestores.
Trata-se de dinheiro público e isto significa que nós, que elegemos e lhes oferecemos condições através de nossos impostos, sejam municipais, estaduais ou federais, merecemos uma retratação.
Como cidadã, sinto-me confusa, pois sempre os gestores que saem ou os que estão exercendo as funções públicas, seja do legislativo ou executivo, fazem discursos diferentes..
Se fomos enganados ou não, precisamos saber, não com palavras, mas com documentos comprobatórios.
Creio que seria prudente ao esclarecimento público que uma nova sessão pública viesse a acontecer antes do recesso parlamentar, com o objetivo de esclarecer os itens apresentados como rejeitados, assim como se possível, mostrar-se a disponibilidade na ocasião do montante dos recursos existentes que justifiquem o não depósito em caixa para o devido cumprimento pela gestão que veio a suceder a anterior.
Relatórios técnicos em nada esclarece ao povo. Queremos saber dos valores disponíveis em caixa, nas épocas em que ocorreram as referidas falhas contábeis e as previsões futuras para o cumprimento das mesmas.
Creio que é chegada a hora dos senhores políticos serem mais específicos, respeitando as limitações dos cidadãos.
Se preciso pagar 10 e só pago 6, para onde foram parar os quatro?
Simples assim.
Chega de amadorismo ou coisa que o valha nas gestões públicas. O povo já não aguenta mais.

ESPLENDIDO GOZO

De onde surgiu o meu improviso, não sei precisar, mas, com certeza, sempre foi a minha mais autêntica realidade, custando-me em algumas ocas...