Sentada na
varanda, deliciando-me com o vento fresco da noite que se inicia, podendo ouvir
o farfalhar de folhas e galhos, em uma sinfonia que me faz relaxar.
O tudo mais
está silencioso ao ponto de fazer-me curiosa em relação ao som do latido do
cão, tentando adivinhar de que direção vem.
O cheiro não
é úmido, mas absolutamente envolvente, lembrando-me que se as amoras estão
partindo, as mangas, os cajus e as seriguelas em breve adornarão o quintal, só
para eu não esquecer das delícias deste pedaço de chão baiano, que chamo de
meu.
Fecho os
olhos entre uma palavra e outra, inebriada por todas estas energias que me
rodeiam, fazendo de mim agora e, confesso, sempre a criatura mais feliz do
universo.
Tudo vai
bem, porque eu vou bem. Tudo me parece bem, porque eu assim o vejo e, enquanto,
declaro à vida meu estado de espírito, sinto-me tocada por um pendente e ousado
galho da amoreira, talvez, quem sabe, apenas me toca para que eu não esqueça
jamais que a vida é bonita e é bonita.
E neste
colóquio amoroso, sinto o meu corpo sendo continuamente alisado pela brisa que
suavemente percorre o meu corpo, levemente faz voar as mechas de meu curto
cabelo, arrepiando minha nuca, enquanto me envolve no mais divino abraço.
Olho ao
redor e me sinto em paz.
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