Segunda-feira
de final de novembro de uma era, no mínimo, preocupante, quando penso na
alienação existencial que só aumenta, mesmo envolta em tantos caminhos de
ensinamentos àa disposição na parafernália da internet ou nos tradicionais
livros.
Uma
infinidade de gurus, magos e profetas, religiões, seitas e filosofias que
passeiam desde a condução de um respirar adequado, às comidas que são capazes
de proporcionar a leveza necessária para se adentrar no mundo espiritual.
E no final
das contas, o que se busca tanto é, tão somente, um pouquinho de paz interior,
cada vez mais escassa, apesar de mais negociável.
Como em
tempos remotos, fizeram renascer os suntuosos templos, as mais ricas oferendas,
os mais absurdos comportamentos, numa demonstração assustadora de um retrocesso
gigantesco da incapacidade humana em não se sentir parte integrante da vida, na
qual sequer se percebe inserido.
Nunca o
mundo abrigou tantos doutores e especialistas de quase tudo e também nunca
esteve tão iletrado em se tratando da lição básica de, apenas, vivenciar o seu
tempo terreno.
Olha ao
redor e se sente perdido, sem rumo estabelecido a partir de si mesmo, de suas
necessidades primárias de realização pessoal.
Não sabe
quem é, de onde veio e tão pouco para onde quer ir, apavorando-se porque saber
quem é, assusta, de onde veio, já não é seguro e para onde vai é a grande
interrogação, afinal, são tantas variedades, não restando opção maior que se
ver aturdido em meio a elas.
Penso que
não está sendo nada fácil, discernir o melhor para si, sem que haja um esteio
familiar que o sustente, então, o amparo surreal, torna-se a opção mais
acessível em sua maioria, bastando ter para oferecer alguns trocados a mais que
a infelicidade de existir, sem se enxergar e sem rumo, podem gerar.
E a legião
de vampiros lá vai aumentando na mesma proporção do retrocesso, na busca da luz
de um divino que salve, resgatando o que jamais existiu, prometendo o ilusório,
mas garantindo a escuridão do desconhecimento, num falso alívio que precisa ser
repetidamente comprado para que supostamente se encontre a liberdade.
Muletas, que garantem um lugar no céu
e que aprisionam irremediavelmente, na terra.
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