O ano está
terminando e como sempre fiz nos anteriores, arrumo os armários, retiro deles
tudo que os abarrota e que, em sua maioria, já não tem serventia, assim como
aqueles que nunca tiveram, mas que, por um motivo ou outro, comprei e guardei.
Ao falar nisso,
reconheço que nos últimos anos, venho contendo os meus impulsos quanto as
aquisições, pois a maturidade vai lentamente sinalizando o desnecessário, o
supérfluo.
Ora, se
arrumo armários, com certeza arrumo as emoções, pois não há nada mais
pernicioso à mente, que arrastar-se para o ano seguinte, os excessos que pesam na
mente e adoecem o corpo.
Afinal, se
não estiver atenta, logo as bagagens dos anos anteriores pesam tanto que fica
difícil ou quase impossível, abrir espaço para a liberdade de ser e de pensar, poder
adentrar.
Nesta
arrumação, não abro mão dos critérios de seleção, afinal, corro o risco da
precipitação, jogando fora o que ainda tem utilidade, pelo menos para outros, e
aí, penso na afinidade, sentimento que vai além da simpatia instantânea que faz
nascer as amizades, determinando o tempo de validade das mesmas.
Existem
também coisas e emoções que me remetem ao sentimento mãe de todos os demais que
é o da gratidão, que de tão poderoso, me fez e espero que ainda me faça,
aceitar o diferente e até mesmo o contrário, mas que, em algum momento, foi
capaz de comigo comungar a partilha de si mesmo.
A estes,
reservo sempre uma gaveta do meu armário de sentimentos, tendo-os como
relíquias, pois, mesmo guardados estão vibrantes em mim, estimulando-me a
agradecer e agradecer, num exercício de gratidão à vida, as dores e sorrisos,
as perdas e os ganhos, e como uma acumuladora incontrolável, rogar a Deus, na
figura do universo que me conceda, forças, vida e liberdade para a cada dia
tirar o pó e as traças da minha gaveta de emoções, não me deixando esquecer que
a vida é bonita e é bonita.
Que venha
2018, pois planos não me faltam...
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