quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

“BRINCANDO À BEIRA DO ABISMO”


A falta das devidas explicações, que verdade seja dita, jamais existiu, mas que foram prometidas repetidamente em campanha, assim como uma aproximação mais amorosa com o povo ávido em vivenciar o “diferente” e que acreditou e jogou todas as suas fichas no “agora vai”, inevitavelmente, frustrado, se deixa envolver em confusas conversas nas esquinas, trocas de impressões e reclamações nas redes sociais, mídias tendenciosas, enfim, ações estas, que certamente, geram informações distorcidas, porém, mais do que isso, são os efeitos a médio prazo que não devem ser desconsiderados.
Percebo perplexa que a gestão, como um todo, mergulhou em águas mansas e quentes de um mar de otimismo, desconsiderando, não sei se por estratégia, arrogância ou cegueira, as vozes da rua, que entre sussurros e aparente passividade, em um certo dia, uniu-se e estrondosamente vestiu o amarelo como símbolo de um “novo tempo”.
Bordões largamente usados na campanha política e que foram capazes de fazer o povo, em sua maioria, acreditar e abraçar uma imagem sem passado de glórias, mas com um arsenal de propostas de libertação.  
Em menos de um ano, se transformaram em espadas afiadas, símbolos da decepção e da consciência de se sentirem enganados.
O povo quer respostas, explicações às suas mais primárias perguntas, direito que adquiriram ao empenhar todas as suas esperanças.
1-      Por que não se privilegiou os itaparicanos na maioria das contratações?
2-       Por que um seletivo tão abusivamente afrontoso?
3-      Como é possível fazer festas de São João, FITA, de Réveillon, 7 de Janeiro, com contratações caras, se as obras de infraestrutura, tão necessárias de serem aceleradas antes do próximo inverno, assim como iluminação e outras providências foram praticamente suspensas, se a origem dos recursos para pagamento são oriundos dos Royalties.
4- Por que alguns pagamentos de fornecedores estão atrasados, se teve recurso para outras ações de cunho administrativo interno que poderiam esperar mais alguns meses?
5- Se por medida de economia, foram suspensas ações de cunho social, como justificar os gastos dos parcos recursos, mantendo-se carros e ônibus alugados para transporte de funcionários, estes, acostumados a andar e a utilizar utilitários?
6 - Quais os critérios estabelecidos que justificam a escolha destas prioridades?
7- Por que a prestação de contas das ações foi estrategicamente feita para praticamente os funcionários da Prefeitura em local nada popular, e não, nas comunidades ou na quadra, a fim de que o povo em número expressivo, inclusive, disponibilizando transporte, pudesse tomar conhecimento?
8 - Por que a insistência de proclamar uma satisfação pública que não se adequa à realidade e sim, tão somente, a um grupo de afins, cada vez mais reduzido?
Dezenas de outras perguntas em relação às ações que não fizeram sentido frente as propostas de campanha, se acumularam na mente de um povo sofrido ao longo do ano de 2017, porque é necessário se lembrar que nenhum dos candidatos em campanhas anteriores, foi tão enfático nas promessas e tão crítico aos seus antecessores.
Em campanha, “Velhas feridas” foram abertas, com a finalidade de mostrar que acumular o pus social, nunca mais seria possível, pois uma “guerreira libertadora”, tal qual a “redentora Maria Felipa”, ali estava, pronta e apaixonadamente armada com a espada e a lança da justiça e da honestidade, para finalmente, fazer a cidade e o povo sorrirem ao som do “Hino da Liberdade”, arrebentando os grilhões das negociatas e do exclusivismo político.
A legião de camisas amarelas, chora e pede socorro.
Por que, insistem em não ouvir, esquecendo que quem brinca na beira do abismo, pode escorregar e cair?
Que em 2018, tudo seja diferente, simples assim...

Texto de Regina Carvalho, munícipe, jornalista, desejosa e ainda esperançosa de que esta gestão realize, como prometido, as necessidades de todos nós, afinal, como povo, também não creio que devamos brincar à beira do abismo com a precipitação fruto de um emocional que, geralmente, norteia as mentes decepcionadas nas suas perspectivas.


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