A falta das devidas explicações, que verdade seja dita,
jamais existiu, mas que foram prometidas repetidamente em campanha, assim como uma aproximação mais amorosa com o povo
ávido em vivenciar o “diferente” e que acreditou e jogou todas as suas fichas
no “agora vai”, inevitavelmente, frustrado, se deixa envolver em confusas
conversas nas esquinas, trocas de impressões e reclamações nas redes sociais,
mídias tendenciosas, enfim, ações estas, que certamente, geram informações
distorcidas, porém, mais do que isso, são os efeitos a médio prazo que não
devem ser desconsiderados.
Percebo perplexa que a gestão, como um todo, mergulhou em águas
mansas e quentes de um mar de otimismo, desconsiderando, não sei se por
estratégia, arrogância ou cegueira, as vozes da rua, que entre sussurros e
aparente passividade, em um certo dia, uniu-se e estrondosamente vestiu o
amarelo como símbolo de um “novo tempo”.
Bordões largamente usados na campanha política e que foram
capazes de fazer o povo, em sua maioria, acreditar e abraçar uma imagem sem
passado de glórias, mas com um arsenal de propostas de libertação.
Em menos de um ano, se transformaram em espadas afiadas, símbolos
da decepção e da consciência de se sentirem enganados.
O povo quer respostas, explicações às suas mais primárias
perguntas, direito que adquiriram ao empenhar todas as suas esperanças.
1- Por que não se privilegiou os
itaparicanos na maioria das contratações?
2- Por que um seletivo tão abusivamente
afrontoso?
3- Como é possível fazer festas de São
João, FITA, de Réveillon, 7 de Janeiro, com contratações caras, se as obras de infraestrutura,
tão necessárias de serem aceleradas antes do próximo inverno, assim como
iluminação e outras providências foram praticamente suspensas, se a origem dos
recursos para pagamento são oriundos dos Royalties.
4- Por que alguns pagamentos de
fornecedores estão atrasados, se teve recurso para outras ações de cunho administrativo
interno que poderiam esperar mais alguns meses?
5- Se por medida de economia, foram
suspensas ações de cunho social, como justificar os gastos dos parcos recursos,
mantendo-se carros e ônibus alugados para transporte de funcionários, estes, acostumados
a andar e a utilizar utilitários?
6 - Quais os critérios estabelecidos que justificam a escolha
destas prioridades?
7- Por que a prestação de contas das ações foi
estrategicamente feita para praticamente os funcionários da Prefeitura em local
nada popular, e não, nas comunidades ou na quadra, a fim de que o povo em
número expressivo, inclusive, disponibilizando transporte, pudesse tomar
conhecimento?
8 - Por que a insistência de proclamar uma satisfação pública
que não se adequa à realidade e sim, tão somente, a um grupo de afins, cada vez
mais reduzido?
Dezenas de outras perguntas em relação às ações que não
fizeram sentido frente as propostas de campanha, se acumularam na mente de um
povo sofrido ao longo do ano de 2017, porque é necessário se lembrar que nenhum
dos candidatos em campanhas anteriores, foi tão enfático nas promessas e tão
crítico aos seus antecessores.
Em campanha, “Velhas feridas” foram abertas, com a finalidade
de mostrar que acumular o pus social, nunca mais seria possível, pois uma “guerreira
libertadora”, tal qual a “redentora Maria Felipa”, ali estava, pronta e
apaixonadamente armada com a espada e a lança da justiça e da honestidade, para
finalmente, fazer a cidade e o povo sorrirem ao som do “Hino da Liberdade”,
arrebentando os grilhões das negociatas e do exclusivismo político.
A legião de camisas amarelas, chora e pede socorro.
Por que, insistem em não ouvir, esquecendo que quem brinca na
beira do abismo, pode escorregar e cair?
Que em 2018, tudo seja diferente, simples assim...
Texto de
Regina Carvalho, munícipe, jornalista, desejosa e ainda esperançosa de que esta
gestão realize, como prometido, as necessidades de todos nós, afinal, como
povo, também não creio que devamos brincar à beira do abismo com a precipitação
fruto de um emocional que, geralmente, norteia as mentes decepcionadas nas suas perspectivas.
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