segunda-feira, 29 de julho de 2024

JEGUE XUCRO...

Não sei se você que utiliza o facebook nos últimos anos, reparou como eu, que o nível das postagens, se elevou, como se o sucesso do Instagram, tik tok e outros, tivessem levado com eles, uma gama de personalidades mais imediatistas e consequentemente, com muito conteúdo do aqui e agora.

Nada contra o leviano, o fanático, o agressivo, nada contra os que tudo sabem, afinal, representam sem máscaras a raça humana na sua diversidade, todavia, há de se notar a qualidade, hoje já possível de se encontrar nas postagens do facebook, onde são trazidas informações possíveis de enriquecerem ou despertarem o melhor dos sentimentos humanos, afinal, ainda existem aqueles, que os valorizam , afinal, há sempre um lugarzinho onde os mesmos possam encontrar abrigo e reciprocidade, já que de uma forma ou de outra, agrega qualidades preciosas, onde muitas vezes, só se recebe a mesmice das vaidades ou loucuras sistêmicas.


Sou teimosa como um burro xucro e resisti a todas as críticas e tentações, quanto a possível abrangência de meus escritos e até mesmo, um campo maior para que eu pudesse demonstrar o quanto ainda sou descolada e inteirada das “coisas” do mundo, num mundo virtual de beleza, chiqueza e atualizações.

Todavia, como um jegue Xucro, sou fiel a minha natureza e ao pasto verde do qual, me alimento...

Se perco muitas atualizações de todos os níveis? Com certeza...

Se pareço uma retrógada presa a valores, emoções e sentimentos, já fora de moda? Não tenho dúvidas...

Mas quem disse que preciso deles para viver e me sentir bem?

Por que preciso estar correndo atrás de um populismo descolado do qual, não preciso e tão pouco, me atrai?

De que me serviriam tantas informações diversificadas e em sua maioria altamente questionáveis, se o que determina meus quereres, ações e reações e principalmente opções, todos sem exceção, são oriundos dos valores que há muito, já me foram oferecidos?

Atualizo-me através das constantes e agregativas leituras, questiono-me, através dos comparativos sistêmicos, colocando-me no lugar que não meu e observando as minhas reações, físicas e emocionais, absolutamente consciente de que estou fazendo um laboratório, com medo, mas sem o refúgio online de querer ser e parecer a cocada da hora, mas absolutamente desprovida do acanhamento de mostrar minhas fragilidades e frustrações, mas acima de tudo, o meu tesão pela vida e pela minha Itaparica.

Cá pra nós, reconheço que estou ou sempre estive fora da moda...

Imaginem que uso o mesmo perfume Chanel nº 5, desde a minha juventude, fui casada 52 anos com o mesmo homem, lambendo os beiços e dizendo amém, pela sorte de vivenciar um grande amor e ainda, sou capaz de desejar o proibido, como uma tola adolescente...

Portanto, toda esta parafernália de emoções explicitas, não cabem em meio a uma ribalta de luzes, cores e chiquezas estéticas...

Regina Carvalho- 27.07.2024 Itaparica

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